DO HOLOCAUSTO AO RENASCIMENTO DO POVO DE ISRAEL – (ESPANHOL)

DO HOLOCAUSTO AO RENASCIMENTO DO POVO DE ISRAEL – (ESPANHOL)

O Centro Ma’ani da Shavei Israel tem o prazer de partilhar uma palestra em espanhol do rabino Yejiel Chilewsky, ‘Do Holocausto ao Renascimento do Povo de Israel’, com foco especial na sua influência nas comunidades da diáspora, como as comunidades judaicas ocultas na Polónia e comunidades de Subbotniks na Rússia, ambos os quais a Shavei Israel auxilia no retorno à sua herança cultural, alguns continuando para um processo de conversão e até mesmo aliá (imigração) para Israel.

Governo israelense, salve os judeus Subbotnik!

Governo israelense, salve os judeus Subbotnik!

Por Michael Freund, fundador e diretor da Shavei Israel.

Artigo publicado originalmente no Jerusalem Post a 15/07/2021

 

Nos últimos 15 anos, centenas de judeus Subbotnik no vilarejo de Vysoky, no sul da Rússia, têm estado no limbo, esperando ansiosamente a oportunidade de fazer aliá e se reunir com seus entes queridos no estado judaico.

Embora um grande número tenha se mudado para Israel no século passado sem problemas, no início dos anos 2000 surgiram obstáculos burocráticos inexplicáveis, e sua imigração foi paralisada desde então.
Com um novo governo israelense agora em vigor, chegou a hora de remover os obstáculos em seu caminho e salvar os judeus Subbotnik da Rússia antes que seja tarde demais.
Os Judeus SUBBOTNIK não devem ser confundidos com os “Subbotniks”, um grupo totalmente separado de cristãos russos que escolheu observar o Shabat.
A história dos judeus Subbotnik, como grande parte da história judaica, é repleta de fé e determinação, mas também de terrível sofrimento e tragédia.
As origens dos judeus Subbotnik remontam ao final do século XVIII e início do século XIX, quando seitas judaizantes surgiram no sul da Rússia por razões que os estudiosos têm tido dificuldade em explicar. De acordo com os arquivos czaristas e documentos da igreja russa da época, o movimento se espalhou rapidamente e cresceu até chegar a dezenas de milhares.
Embora permanecessem cristãos, muitos adeptos adotaram algumas práticas judaicas, como observar o “Subbot”, ou sábado, aos sábados, levando-os a serem chamados de “Subbotniks”.
Entre eles, no entanto, estava um pequeno grupo que deixou para trás a fé ortodoxa russa e se converteu ao judaísmo. Referindo-se a si mesmos como “Gerim”, usando a palavra hebraica para convertidos, começaram a praticar o judaísmo abertamente, o que na Rússia czarista não era nada fácil.
Os judeus Subbotnik observavam a lei judaica, casavam com judeus Ashkenazi russos na cidade de Voronezh e alguns enviavam os seus filhos para estudar em yeshivot na Lituânia e na Ucrânia.
A sua adoção do judaísmo não passou despercebida, e o regime russo logo tentou destruir o movimento.
De acordo com o falecido Simon Dubnow, o grande historiador dos judeus russos e poloneses, o czar Alexandre I soube da existência dos judeus Subbotnik em 1817, quando estes reclamaram perante ele do antissemitismo que estavam sofrendo “por terem confessado a lei de Moisés. ”
Em vez de proteger seus súditos, o czar decidiu persegui-los. Ele emitiu uma série de decretos cruéis contra os judeus Subbotnik, incluindo até o sequestro de seus filhos e culminando com a sua deportação para os confins da Sibéria oriental.
Com o tempo, muitos migraram de volta, estabelecendo-se novamente no sul da Rússia ou na Ucrânia, enquanto tentavam preservar corajosamente sua identidade em face da opressão czarista e posteriormente soviética.
Na década de 1920, o sexto Lubavitcher Rebe, o Rabino Yosef Yitzchak Schneersohn, enviou um emissário chamado Rabino Chaim Lieberman para viver e trabalhar com essa comunidade. Ele estabeleceu um matadouro kosher, bem como uma fábrica de talit, (o manto de oração), que era operada por judeus Subbotnik e que servia comunidades judaicas em toda a Rússia. A fábrica funcionou até que Lieberman foi preso e assassinado pelos comunistas em 1937, por sua promoção do judaísmo.
Quando os alemães invadiram a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, assassinaram muitos judeus Subbotnik, por serem judeus.
Posteriormente, nos dias sombrios da Rússia stalinista, os judeus Subbotnik enfrentaram opressão e perseguição por causa de sua teimosa insistência em permanecer fiéis ao judaísmo.
Figuras proeminentes na história moderna de nossa nação, como o falecido chefe de gabinete das FDI Rafael Eitan e o lendário Alexander Zaid, um pioneiro da Segunda Aliá, que fundou no século passado o grupo de autodefesa judaico Hashomer, eram de ascendência Subbotnik. Yossi Korakin, um lendário comandante da alardeada unidade naval de operações especiais de Israel Shayetet 13, que morreu durante uma operação de contraterrorismo contra o Hezbollah no Líbano em setembro de 1997, também era de ascendência Subbotnik.
Décadas de comunismo soviético custaram a todos um preço alto e, nos últimos anos, um número cada vez maior de judeus Subbotnik tem infelizmente sucumbido à assimilação e aos casamentos mistos, o que representa uma ameaça ao seu futuro como judeus.
É por isso que é tão essencial que Israel aja rapidamente para permitir que os judeus Subbotnik restantes façam aliá.
Até 2005, centenas de judeus Subbotnik da vila de Vysoky, no sul da Rússia, se mudaram para Israel, e milhares de pessoas de outras partes da ex-União Soviética vieram durante a grande onda de aliá da Rússia, que ocorreu durante a década de 1990.
Quando a aliá dos judeus Subbotnik foi interrompida em 2005, isso lhes causou grande sofrimento, dividindo famílias e enviando uma mensagem aos que ainda estavam na Rússia de que não eram realmente bem-vindos no estado judaico.
O resultado foi que centenas de judeus Subbotnik na aldeia de Vysoky foram deixados para trás.
O tratamento que lhes foi dado foi simplesmente imperdoável. Não há razão para que seja tão difícil para eles fazer aliá e retornar ao povo judeu.
De fato, num artigo recente no Tchumin, um jornal haláchico, o rabino Pinchas Goldschmidt, o rabino-chefe de Moscovo, publicou um estudo extenso e baseado numa pesquisa meticulosa sobre os judeus Subbotnik. Sua conclusão é que “não podemos desviar os olhos desta comunidade e deixá-los entregues ao seu destino.” Fazer isso, escreve ele, provavelmente os levará a se perderem do povo judeu em questão de poucos anos. Existe, conclui Goldschmidt, “um grande fundamento para considerá-los convertidos kosher” e, portanto, eles devem ser trazidos em aliá para Israel, onde podem passar por um processo adicional para dissipar quaisquer dúvidas que possam existir quanto à sua condição judaica.
Essa também foi a posição recentemente assumida pelo rabino Asher Weiss, um dos mais proeminentes decisores haredi da lei judaica.
À luz disto, exorto o primeiro-ministro e o governo israelense a tomar medidas imediatas para trazer os judeus Subbotnik restantes em aliá. O tempo urge.
Os judeus Subbotnik agarraram-se corajosamente ao seu judaísmo durante dois séculos, sobrevivendo à opressão czarista, à perseguição nazista e à tirania soviética. Devemos a eles e a seus antepassados ​​reduzir a burocracia e permitir que finalmente voltem para casa.
Pode ler o artigo original em inglês no Jerusalem Post Aqui

Trazer para casa uma das tribus perdidas? Uma entrevista com Michael Freund, fundador da Shavei Israel

Tradução do artigo publicado a 10 de Setembro de 2020 no website Jewish Press

A ministra israelita da Aliá e Integração, Penina Tamanu-Shata, disse a Michael Freund numa reunião recente que está a avançar com os planos para que outros 722 membros da comunidade Bnei Menashe do nordeste da Índia se mudem para Israel.

Nas últimas duas décadas, Freund – fundador e presidente da Shavei Israel – tem estado na vanguarda dos esforços para ajudar os Bnei Menashe, que afirmam ser descendentes de uma das Dez Tribos Perdidas, a retornar ao povo judeu. Na verdade, graças em grande parte aos esforços da Shavei Israel, mais de 4.000 Bnei Menashe estão agora vivendo em Israel.

Freund, que cresceu em Nova York, é formado pela Princeton University, tem um MBA da Columbia University e é coautor de dois livros.

The Jewish Press: Quem são exatamente os Bnei Menashe?

Michael Freund: Os Bnei Menashe são descendentes da tribo de Menashe, uma das Dez Tribos Perdidas que foram exiladas da Terra de Israel há mais de 27 séculos pelo Império Assírio. Residem atualmente na parte nordeste da Índia, principalmente no estado de Mizoram e Manipur, ao longo das fronteiras com a Birmânia e o Bangladesh.

Apesar de terem vagado no exílio durante tanto tempo, nunca se esqueceram de quem eram ou de onde vieram, e nunca se esqueceram de para onde um dia esperavam voltar: Sião. Incrivelmente, apesar de estarem separados do resto do povo de Israel durante tantas gerações, eles apegaram-se à sua identidade, continuaram a praticar o judaísmo e nunca perderam a fé de que acabariam por se reunir com o resto do povo judeu.

Quantos Bnei Menashe existem e que tipo de judaísmo praticam?

Até agora, fomos abençoados em ter traziso mais de 4.000 Bnei Menashe em aliá para Israel, e ainda há outros 6.500 na Índia à espera para vir. Os Bnei Menashe estão espalhados por mais de 50 comunidades em todo o nordeste da Índia, cada uma com a sua própria sinagoga.

Durante séculos, eles praticaram uma forma bíblica de judaísmo, guardando o Shabat, comendo casher, celebrando os festivais e seguindo as leis de pureza familiar. Quando foram descobertos pelos britânicos, há mais de um século, ainda realizavam os rituais dos sacrifícios.

Curiosamente, não conheciam Purim ou Chanucá, festas que comemoram eventos ocorridos séculos depois de os seus antepassados terem sido exilados. Na década de 1980, quando pela primeira vez estabeleceram contato com o falecido Rabino Eliyahu Avichail, de Jerusalém, adotaram o Judaísmo Ortodoxo contemporâneo, que praticam fielmente até hoje.

Visitei as suas comunidades na Índia inúmeras vezes e é realmente uma visão extraordinária. Todos os homens usam yarmulkes e muitos têm tsitsit pendurados por baixo das camisas, e as mulheres vestem-se com recato.

Como é que você se envolveu com os Bnei Menashe?

Fiz aliá de Nova York em 1995, e, quando Benjamin Netanyahu foi eleito primeiro-ministro em 1996, fui nomeado vice-diretor de comunicações do Gabinete do Primeiro-Ministro, sob a direção de David Bar-Illan, de abençoada memória.

Um dia, na primavera de 1997, chegou um pequeno envelope cor de laranja dos líderes da comunidade Bnei Menashe, dirigido ao primeiro-ministro. Passou pela minha secretária, por isso eu abri o envelope e li a carta. Era um apelo muito emotivo, pedindo que os Bnei Menashe pudessem voltar a Israel após 2.700 anos.

Para ser sincero, ao princípio pensei que era uma loucura. Mas havia algo muito sincero e sentido na carta, por isso decidi respondê-la. Então, quando me encontrei com membros da comunidade e aprendi mais sobre a sua história, tradições e costumes, fiquei convencido – por mais fantasioso que possa parecer – de que eles são de fato os nossos irmãos perdidos e que tínhamos que os ajudar.

Então comecei a lutar contra as barreiras da burocracia e providenciei para que grandes grupos de Bnei Menashe fizessem aliá.

Todos os aceitam como judeus?

Em 2004 abordei o Rabino Chefe Sefardita de Israel, Shlomo Amar, e pedi-lhe que estudasse o assunto. Depois de o estudar, o Rabino Amar declarou, numa reunião em março de 2005, que os Bnei Menashe são «Zera Yisrael» – descendentes de Israel como grupo coletivo – mas que, por terem estado separados do resto do povo de Israel por por tanto tempo, cada indivíduo teria que passar por um processo formal de conversão, que é exatamente o procedimento que é seguido até hoje.

Todos os 4.000 Bnei Menashe em Israel foram convertidos pelo Rabinato Chefe de Israel, por isso são tão judeus quanto você ou eu.

É fascinante que um grupo que esteve isolado durante tanto tempo esteja agora voltando para Israel.

Basta abrir qualquer um dos livros dos Profetas e verá que todos falam da reunião dos exilados, incluindo Judá e Israel – ou seja, as Dez Tribos Perdidas de Israel. Isaías diz: «E acontecerá naquele dia que se tocará um grande shofar e virão aqueles que tinham sido espalhados na terra da Assíria» (27:13). Esta é uma referência explícita às tribos que foram exiladas pelos assírios.

E em Jeremias (3:18), Hashem promete que «Naqueles tempos, a casa de Judá caminhará com a casa de Israel e virão juntas de uma terra do norte para a terra que dei a vossos antepassados ​​por herança.»

O retorno dos Bnei Menashe, que são descendentes da casa de Israel, é o início do cumprimento dessas promessas milenares. Portanto, acredito que é um passo significativo no processo da redenção.

Como descreve a sua integração na sociedade israelita?

Graças a D’us, no geral, tem sido um sucesso. A maioria dos imigrantes Bnei Menashe tem pelo menos o ensino médio [também chamado ensino secundário], alguns têm diplomas de universidades indianas e muitos falam inglês. Todos eles têm smartphones na Índia, por isso estão familiarizados com os costumes ocidentais e acompanham de perto as notícias de Israel.

Todos os rapazes da comunidade servem nas FDI, muitos deles apresentando-se como voluntários em unidades de combate de elite. Um número crescente de jovens da comunidade formou-se em faculdades israelitas, em cursos que variam de serviço social a engenharia, e alguns jovens receberam ordenação rabínica.

Obviamente, como novos imigrantes, eles enfrentam muitos desafios, mas os Bnei Menashe são sionistas e judeus praticantes e estão determinados a que as coisas resultem.

Quando fará aliá o próximo grupo de Bnei Menashe?

No meu recente encontro com a ministra da Aliá e Integração, Penina Tamanu-Shata, ela deixou claro que deveríamos começar os preparativos para trazer em novembro o primeiro grupo de 250 imigrantes de um total de 722 que foram aprovados. O restante virá em 2021. Mas depende, é claro, do financiamento.

Pelo acordo com o governo, a Shavei Israel deve cobrir diversos custos, como a passagem aérea e todo o transporte dos Bnei Menashe da Índia para Israel, que ascendem a USD $ 1.000 por imigrante. Portanto, precisamos de angariar os fundos necessários.

Para além dos Bnei Menashe, você trabalha também com outras comunidades «perdidas». Pode contar-nos um pouco sobre essas outras comunidades?

Eu fundei a Shavei Israel com o objetivo de estabelecer contacto com tribos perdidas e comunidades judaicas ocultas e ajudá-las a se reconectarem com as suas raízes. Além dos Bnei Menashe da Índia, trabalhamos há muitos anos com os judeus chineses de Kaifeng, na China; os Bnei Anussim (ou «Marranos») de Espanha, Portugal e América do Sul; os judeus ocultos da Polónia, do Holocausto; os judeus Subbotnik da Rússia, e outros.

Fazemos isto porque sinto que temos a responsabilidade histórica, moral e religiosa de ajudar a retornar aqueles que antes fizeram parte do nosso povo. Como sabemos, o povo judeu, nos últimos 2.000 anos, foi perseguido e torturado, massacrado e expulso mais do que qualquer outra nação da Terra. Ao longo do caminho, muitas pessoas foram arrancadas de nós, mas de alguma forma conseguiram preservar um sentido de consciência ou conexão judaica.

E nas últimas décadas, um número crescente de descendentes de judeus tem batido às nossas portas, procurando se reconectar com o povo judeu. Depois de tudo o que os seus antepassados sofreram – seja às mãos da Inquisição, dos comunistas ou dos nazis – como lhes podemos virar as costas?

Artigo de Tzvi Fishman, do Jewish Press

Série de Conferências do Centro Ma’ani: Comunidades Judaicas Perdidas e Escondidas

O Centro Ma’ani da organização Shavei Israel lançou uma série de conferências muito interessantes e emocionantes dedicadas às comunidades de judeus perdidos e ocultos em todo o mundo.

São dadas conferências a diferentes grupos, tanto israelitas como estrangeiros: estudantes, reformados, famílias que acompanham novos imigrantes, grupos de Bnei Akiva, grupos de turistas e outros. São também realizadas aulas semanais para os próprios imigrantes sobre as festas e a tradição do povo judeu.

Aqui temos uma descrição dos temas e algumas fotografias das conferências recentes:

As duas primeiras conferências cobriram o tema da comunidade Bnei Menashe na Índia e a sua aliá e absorção em Israel. Os oradores foram Avi Mizrahi, diretor do projeto Bnei Menashe Aliyah e do Departamento de Absorção, e Tzvi Khaute, coordenador dos Bnei Menashe, que falou com um grupo de estudantes estadunidenses.

A terceira conferência foi dedicada à comunidade de Bnei Anussim (descendentes dos conversos ao cristianismo à força durante a Inquisição espanhola) da Europa Ocidental e da América Latina. A oradora foi Edith Blaustein, vice-presidente da Shavei Israel. A quarta conferência teve lugar na segunda-feira 4 de junho e foi proferida pelo Rabino Hanoj Avitzedek, sendo dedicada à comunidade de Judeus Incas, também conhecida como a comunidade de Bnei Moshe do Peru.

Eran Barzilay, coordenador da comunidade judaica da China na Shavei Israel, deu uma conferência intitulada “Da Muralha da China até ao Muro de Jerusalém, a fascinante viagem dos descendentes da China”, sobre a vida e as tradições da comunidade judaica de Kaifeng. A seguinte conferência, a cargo do Dr. Velvel Chernin, cobriu o tema dos judeus Subbotniks da Rússia e dos países pós-soviéticos, bem como a situação atual desta comunidade.