O Papa Lunático e a Disputa com os Judeus

A Disputa de TortosaFOTO-Concilio

Na segunda metade do século XIV, viajava pela Europa um frade dominicano, nascido em Valência, que era conhecido por seu antissemitismo virulento. Uma de suas expressões favoritas era “batismo ou morte” baseada no terrível desastre de 1391 onde se expandiu por Castela e Aragão uma terrível onda de ataques contra as comunidades judaicas, muitas dessas comunidades judaicas espanholas desapareceram, seja porque seus habitantes morreram ou porque foram forçados a se converter ao cristianismo, ou mesmo, por ambos motivos.

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O Gaon de Vilna e a identidade judaica

333Foi ha quase 215 anos atrás, em 19 de Tishrei, durante os dias de Sucot, que o rabino Eliahu, o Gaon (gênio, em hebraico) de Vilna devolveu sua alma ao Criador.

A maioria dos judeus contemporâneos já deve ter ouvido falar deste prodigo estudioso, seu vasto conhecimento e seu compromisso profundo em explorar todos os aspectos do conhecimento e da educação judaica.

Mas poucos estão familiarizados com a forma pela qual o mesmo contribuiu para o renascimento intelectual, espiritual e físico do Estado judaico moderno um século antes de Tehodor Herzl levantar a bandeira do sionismo político.

E à luz de alguns dos desafios enfrentados atualmente por Israel na arena internacional, vale a pena analisar a revolução do Gaon e algumas lições relevantes para hoje.

Na verdade, muito foi escrito sobre o desempenho escolar do Gaon de Vilna. Como o professor Jay M. Harris, de Harvard, disse uma vez, o Gaon de Vilna “estabeleceu uma forma revolucionária de estudo no mundo rabínico”.

O mesmo, reavivou o estudo do Talmud hierosolimitana e outros textos antigos, tentou criar harmonia entre as diferentes passagens que confundiam estudiosos em outras gerações e meticulosamente traçou as fontes dos pareceres do Shulchan Aruch (Código da Lei Judaica). Ele atravessou o vasto mar de tradições judaicas, corrigindo as inconsistências e fazendo as emendas necessárias, impulsionado por um desejo de verdade e exatidão.

Um homem profundamente humilde, o Gaon de Vilna, nunca tinha tido qualquer posição pública ou comunitária, completamente devotando-se aos textos de nosso povo. Mas a sua influência se estendeu muito além dos livros, em parte graças a uma ideia simples, mesmo que de muito peso mas que defendeu apaixonadamente: o povo judeu não deve ser passivo em trazer a sua própria redenção.

Embora essa crença foi contra o que a maioria dos judeus europeus pensavam naquele momento, de qualquer maneira, o Gaon incentivou seus alunos a fazer aliá, o que muitos fizeram em três grandes ondas que começaram em 1808.

Eventualmente, milhares de discípulos e suas famílias se mudaram para a terra de Israel. Como resultado, em meados do século XIX, a maioria da população de Jerusalém era judaica, pela primeira vez desde a invasão romana, e assim permanece desde então.

Tudo graças à visão de um único estudioso em uma sala de estudos na Lituânia.

A forte convicção do Gaon de Vilna sobre a necessidade de o povo judeu realizar coisas práticas sobre suas queixas sobre a sua antiga casa, foram excelentemente expressas no volume chamado de Kol Hathor, que foi escrito por seu aluno Rabino Hillel de Shklov.

O livro cita as palavras do profeta Isaías (54:2-3), que disse: ” Expanda (Archivi em hebraico) o lugar de sua tenda e estenda a sombra de seus quartos sem poupar-las … porque você vai espalhar-se para a direita e para a esquerda e seus descendentes herdarão as nações, e fara habitáveis as cidades assoladas.”

Kol Hathor diz em nome do Gaon de Vilna que estes versos são a chave para a redenção judaica, porque o que o profeta Isaías chamou de “Archivi” é um mandamento – uma chamada para ação em todo o mundo judeu se mudar para Israel e se estabelecer em todos os lugares da Terra.

Ele, assustadoramente, nota que a única alternativa para “Archivi” o crescimento judaico e a expansão, é “Achrivi” (hebraico para destruição). Em outras palavras, não há nenhuma possibilidade de recuo.

Finalmente, o Gaon diz, “sabemos de antemão que todos os tesouros preciosos incluídos na bênção de Archava (Expansão) só virão se o povo de Israel primeiro realizar as ações em um despertar da terra.”

Com estas palavras, o Gaon de Vilna estabeleceu um claro desafio para cada um dos judeus no mundo, delineando a nossa tarefa de não sentar-se passivamente e esperar a redenção no exílio, mas agir e trazê-la para nós.

Através desta nova abordagem, o Gaon tornou-se o precursor do sionismo moderno, um forte defensor do ativismo judaico e um restaurador da auto-confiança e da auto-estima dos judeus.

Viu e superou o impossível. Impulsionado por uma crença na justiça da causa e uma profunda fé no Criador, ele deixou para trás um legado de reivindicação judaica e restauração.

Depois de séculos de exílio e perseguição, o Gaon de Vilna nos ensinou uma lição muito importante, uma muito especial para estes dias: o povo judeu não é um prisioneiro do destino, mas sim um sócio de D’s na formação deste!

Uma lição que todos devem aprender.

O pai do sionismo sefaradita

O sionismo moderno é uma criação Ashkenazi, ou pelo menos o que a maioria das pessoas pensam. Afinal de contas, a Organização Sionista Mundial foi fundada na Europa em 1897 e dominada por judeus Ashkenazim, que também formaram as massas dos pioneiros que construíram a terra e, em seguida, declararam a criação do Estado.

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Qual a função de um Rabino na comunidade judaica?

PERGUNTA –> Qual a função de um Rabino na comunidade judaica?

הורדRESPOSTA –> No famoso livro da tradição judaica Oral, a Ética dos Pais, aprendemos: “Faça para você um Rabino!”, instruindo todo judeu a buscar um Rabino para servir como guia em sua jornada no mundo.

Hoje em dia, um Rabino seria aquele que recebeu a ordenação rabínica necessária possuindo um alto conhecimento de halachá (lei judaica). Estes seriam as autoridades judaicas máximas capazes de responder e resolver as diversas questões haláchicas. Praticamente toda comunidade judaica possui um Rabino, e aqueles que não possuem um Rabino particular, acatam decisões de outros Rabinos.

Atualmente, o status de Rabino, também permite que este realize cerimônias de casamentos. Tecnicamente, não haveria necessidade de um Rabino presente, no entanto, hoje em dia se tornou essencial, para que este possa certificar-se de que a cerimônia de casamento está sendo realizada corretamente.

O termo “Rabino”, ou Rav em hebraico, foi usado pela primeira vez em referência aos rabinos do Sinédrio, durante o primeiro século da e.c. Deste o período talmúdico até pouco tempo atrás, muitos daqueles com ordenação rabínica se ocupavam, também, de outros trabalhos paralelos. Muitos rabinos eram também, médicos, advogados, psicólogos, etc. Principalmente, a partir do século 12, o trabalho de Rabino se tornou uma ocupação em tempo integral, e é raro encontrar rabinos que também ocupam outras funções.

O Rabino é também reverenciado como sendo a figura mais espiritual da comunidade, e portanto, possui a capacidade tanto de amaldiçoar como de abençoar indivíduos, temas levados muito a sério em comunidades específicas.

Hoje, o papel de um Rabino consiste em, basicamente, servir a comunidade como um educador, assistente social, pregador, e, ocasionalmente, conduzir os serviços religiosos. Estes são procurados também para dar conselhos e guiar os membros da sua comunidade no melhor caminho!