Tema: Purim
Descrição: A festa mais alegre do calendário judaico e seus “segredos”.
Bem-vindos ao mais novo lar dos Bnei Anussim!
Tema: Purim
Descrição: A festa mais alegre do calendário judaico e seus “segredos”.
Todas as comunidades de Shavei Israel celebraram alegremente esta última festa de Purim.
Aqui trazemos algumas fotos das celebrações nos diferentes países ao redor do mundo, para que possamos desfrutar junto com eles!
Espanha
No Beit Hamidrash – em nome Bernat Pomar – que a Shavei Israel abriu há alguns meses em Palma de Mallorca, celebraram Purim com uma saborosa e colorida refeição.
El Salvador
Nas comunidades de San Salvador e Armênia comemoraram Purim com todas as cores – este ano já com uma Megilá em cada comunidade!
Portugal
O Rabino Elisha Salas comemorou Purim com sua comunidade, aonde compartilharam a leitura da Megilá, dançaram em uma festa noturna e realizaram uma refeição festiva durante o dia.
Colômbia
As comunidades da Colômbia não ficaram para trás. O Rabi Shimon Yehoshua compartilhou a festa com a comunidade de Beit Hillel, em Bogotá.
Chile
No Chile, além das festas tradicionais, os membros da comunidade protagonizaram uma bela peça baseada na história da festa de Purim.
Polônia
Nossos três emissários na Polônia organizaram grandes festas em suas comunidades e desfiles pelas ruas do país que uma vez, foi palco de um dos maiores centros judaicos do mundo.
Seminário em Israel
Jovens polacos experimentaram pela primeira vez a festa de Purim em Jerusalém. Além do mais, celebraram purim duas vezes de acordo com a tradição, uma em Tel Aviv e outra em Jerusalém!
Bnei Menashe
Os Bnei Menashe da Índia sabem como celebrar uma festa: concursos de beleza, peças de teatro, refeições festivas e, claro, a leitura da Meguilá.
Apesar da perseguição implacável, os judeus encontraram uma maneira de observar o Purim durante a Inquisição espanhola.
Em 1391, massacres anti-judaicos varreram a Espanha, fazendo com que judeus fossem obrigados a escolher entre se converter ao cristianismo ou serem assassinados. Cerca de 20.000 judeus espanhóis se tornaram cristãos durante este período e muitos mais continuaram a converter ao longo do século 15, sob coerção. No entanto, muitos desses judeus que foram convertidos sob a espada continuaram a praticar o judaísmo em segredo. Isso perturbou muito os espanhóis, que viram que muitos judeus “escondidos” continuavam a fazer parte dos altos escalões da sociedade espanhola, como já eram desde a Idade de Ouro da Espanha muçulmana.
Deste modo, em 1492, a rainha Isabel e D. Fernando expulsaram do seu reino todos aqueles judeus acusados de seguirem praticando a fé judaica. Em um primeiro momento, a Inquisição espanhola foi criada para caçar os judeus que continuavam a praticar sua fé em segredo. Cerca de 165.000 judeus fugiram da Espanha, 50.000 foram batizados e algo como 20.000 morrem, tentando deixar a Espanha em 1492. Enquanto isso, 31,912 “hereges” foram queimados nas fogueiras da Espanha, e outros 17.659 foram queimados em efígie – ou seja, simbolicamente, substituídos por um boneco de pano. Para os judeus secretos, conhecidos como “Anussim” – conversos ou marranos – que viviam sob o jugo da Inquisição e, portanto, em constante medo de que seriam descobertos, a festa de Purim tinha um significado especial, já que a Rainha Esther também foi forçado a praticar o judaísmo em segredo.
Para os Anussim da Espanha, Portugal e América Latina, Purim não era um dia de festa com crianças fazendo barulho e adultos consumindo álcool. Pois, se celebrassem desta forma, seriam descobertos pela Inquisição. Ao invés disso, os Anussim, que corriam perigo de vida, jejuavam por três dias, assim como a Rainha Ester jejuou quando os judeus da Pérsia foram ameaçados de aniquilação.
Como resultado, a Inquisição utilizou o Jejum de Esther como um indicador de judeus engajando-se em atividades religiosas “proibidas”. Além disso, um jejum de três dias não era considerado saudável. De acordo com Gabriel de Granada, um garoto de 13 anos de idade, interrogado pela Inquisição no México em 1643, as mulheres de sua família dividiam os três dias de jejum entre elas. Leonor de Pina, que foi preso pela Inquisição portuguesa em 1619, registrou que suas filhas jejuavam por três dias, durante o dia, enquanto durante a noite, comiam. Contudo, quando comiam, se abstinham de comer carne.
Estudiosos dos Anussim sustentam a idéia de que os judeus secretos de Espanha, Portugal e América Latina viram no jejum particular de três dias como um substituto para as Mitzvot públicas de: ler a Megilá na sinagoga e enviar presentes com comida para familiares e amigos – sendo estas ações que chamavam a atenção da Inquisição. O professor Moshe Orfali da Universidade Bar Ilan afirma que os Anussim jejuavam, muitas vezes, como uma forma de demonstrar o seu remorso por serem forçados a violar a Torá.
Curiosamente, os Anussim também transformaram a rainha Esther em “Santa Esther,” como um meio de disfarçar sua fé judaica durante a Inquisição. Os Anussim frequentemente ofereciam todas as suas orações para esta “santa”. Assim, mesmo que os Anussim hajam perdido muito de sua herança judaica ao longo dos séculos, eles nunca esqueceram a Rainha Esther, ou as palavras da Megilá que proclamam: “E esses dias de Purim nunca deixarão os judeus, e sua lembrança jamais será perdida entre seus descendentes”.
Por: Rachel Avraham, traduzido do site UnitedWithIsrael.org
Os conselheiros, e a mulher, de Haman, lhe disseram: “Se Mordechai é a semente dos Yehudim… você vai cair diante dele” (Ester 6:13). Este verso é, superficialmente, incompreensível: os conselheiros dizem “caso ele seja da semente dos Yehudim…”, parece que existe uma dúvida se Mordechai é mesmo um Yehudi, embora conheçamos a história de que o decreto para matar todos os judeus, se materializou, precisamente, pois este próprio Mordechai recusou-se a se curvar perante Haman (ibid. 3: 6). Sendo assim, como se explica que tanto sua esposa quanto seus conselheiros, falavam com Haman, como se não tivessem certeza da linhagem de Mordechai?
Para responder esta questão, devemos voltar para a história do primeiro pai desta nação, Avraham Avinu. D´us ordena a Avraham a circuncidar-se, mas ao invés de fazê-lo imediatamente, Avraham foi se aconselhar com três de seus amigos mais próximos. Dois deles sugeriram que ele não o fizesse e, apenas o terceiro disse-lhe para não se preocupar e cumprir com a ordem do Criador, sem medo (Bereshit Rabá 42:8). Isso é muito intrigante! Em primeiro lugar, por que Avraham resolve se aconselhar quando recebe esta ordem, algo que não o faz em nenhuma dos demais comandos que recebe de Dús?! E uma vez já pedido o conselho, por que Avraham não escuta a maioria de seus amigos e não circuncida-se?
Consideremos, antes, a situação que precede a este Comando Divino: o Criador havia realizado um pacto com Avraham, o famoso, “Brit Ben HaBetarim”. Este mesmo criador de todo o Universo o “convidou” a uma aliança, aonde Deu Sua palavra, lhe prometeu proteção, e lhe garantiu uma porção no Mundo Vindouro (Rashi, Bereishis 15: 1). O sentimento mais natural naquele momento seria de orgulho e presunção! Ele havia acabado de assinar um acordo com, nada mais e nada menos, que o Todo-Poderoso! Lhe foi garantido tudo o que é mais importante, tanto no âmbito físico como no espiritual. O que mais ele poderia querer? Como podia sair desta embriaguez que, certamente, lhe abateu após sentir tamanho êxito? Avraham não “perdeu a cabeça”, manteve a cabeça baixa e foi pedir um conselho, como dizendo: “Eu não sou importante”, pois o menor necessita conselhos. Ou seja, a Avraham não foi permitido se tornar arrogante. A prova é que Avraham não foi se aconselhar, por necessidade, e sim para humilhar-se, uma vez que ignorou a opinião da maioria. Isto mostra, que seu único interesse era diminuir-se em seus próprios olhos e não sentir-se importante. Portanto, o “conselho” de seus amigos é completamente irrelevante (pois de qualquer maneira ele tinha a intenção de realizar a vontade do Todo-Poderoso, como o fez toda a sua vida), o importante para ele, era, na verdade, o ato de pedir um conselho.
Voltando a Haman, assim lhe disseram, sua esposa e seus conselheiros: “Caso Mordechai seja um verdadeiro descendente de Avraham, que se rebaixou, de modo a não ficar convencido, então você não poderá ir contra ele… no entanto, se ele é como qualquer outro homem, que depois de ser exaltado e elevado, por ter usado o cavalo e as roupas do rei, se enche de orgulho, com certeza você poderá ir contra ele, que, você prevalecerá”. A realidade era que Mordechai sabia que o segredo era não deixar o sucesso subir à cabeça, assim como nossos Sábios que, após desfilar pela cidade como um herói, ele voltou a vestir seu saco (uma roupa que desperta a Teshuva – despertar espiritual) e voltou a jejuar (16a – Tratado de Megilá). Em outras palavras, Mordechai não se vangloriou de sua nova posição.
Uma boa semana e um Feliz Purim!!
Extraído da Drashá do Rabino Michael Perets
Críticas sobre o comportamento de Mordechai
Muitos autores, seguindo o comportamento dos judeus da época de Mordechai ‘o judeu’, criticam duramente o comportamento deste último durante a “crise de Haman”.
Como sabemos, Haman foi promovido ao posto de primeiro-ministro no governo do Rei Achashverosh (Xerxes), recebendo a honra de que todos os cidadãos do reino deveriam ajoelhar-se para ele, quando passasse. Contudo, pode ser, que esta honra ocultava uma medida preventiva que evitava uma tentativa de assassinato contra sua pessoa.
Mordechai recusou a prostrar-se diante do ministro, e ao ficar sabendo que tal “transgressor” era judeu, Haman decidiu exterminar todo o povo de Israel!
Os companheiros de Mordechai o haviam avisado que seu comportamento traria grandes desgraças, como, de fato, aconteceu e, portanto, o acusavam do desastre que se aproximava.
Como Mordechai pôde fazer tal coisa, colocando em risco não só a si mesmo, mas toda a sua geração e as que viriam depois?
Mordechai ‘o judeu’
Mordechai era um homem velho, que já era membro da Grande Corte de Israel (o Sinédrio) antes da destruição do Primeiro Templo, e foi um dos primeiros a voltar para sua terra natal e começar a reconstrução do Templo após o Exílio babilônico, como consta no segundo capítulo do livro de Ezra (Ezra 2:2).
Este livro nos mostra como, em seguida, os judeus são forçados a parar a construção do Templo e da cidade de Jerusalém por ordem do rei, que tinha sido enganado por alguns emissários amalequitas que haviam chegada da Terra Santa (Ezra 4:5, 4: 24).
Para contrabalancear este “lobby” dos amalequitas, os novos imigrantes judeus enviaram Mordechai ao palácio real aonde se tornou um membro do Tribunal Persa.
O pecado do povo
Na verdade, devemos nos perguntar como foi possível que o Criador impediu a reconstrução de Seu templo em Jerusalém? É claro que algo muito mais grave aconteceu que despertou a ira do Criador para com o Seu povo.
A resposta é simples. O povo, exilado por mau comportamento, havia chegado a Babilônia. Mas, apos 70 anos de exílio, chegava ao trono o rei Ciro que permitiu a eles retornar à sua pátria e reconstruir o Templo. Esperava-se que todos os exilados se levantassem, agarrassem seus pertences e retornassem à sua pátria ancestral. Em contrapartida, o número de judeus que retornaram foi de 42.360 cidadãos, 7.337 escravos e 200 cantores.
Não apenas desprezavam o grande presente do Criador, que devolvia a terra tão bonita para seu amado povo, mas também desmentiam a profecia de Yermyahu (Jeremias) que havia anunciado que, após 70 anos de exílio, os judeus poderiam voltar a reconstruir o país ancestral e o Templo do Criador (Yermyahu 29:10). Nem levaram em consideração que o número de participantes influencia no numero dos mandamentos a cumprir, e que enquanto a maioria dos Filhos de Israel não estão na Terra de Israel, a força dos mandamentos é drasticamente diminuída para um valor simbólico carente da santidade que existiria se todos estivessem presentes.
A “vitória”
E para piorar a situação, quando o Rei Achashverosh realizou uma festa deslumbrante comemorando sua “vitória” sobre o profeta Yermyahu (e o Criador, que havia sido anunciado), os habitantes judeus de Shushan, a capital, não encontram ‘desculpas’ para não participar do banquete. Como podiam celebrar que o Rei Achashverosh tinha “ganhado” do Criador?!
Neste momento, dizem os sábios, os judeus haviam assinado sua sentença de morte, seu extermínio. Faltava apenas uma desculpa para implementá-lo.
O pecado havia sido múltiplo: a falta de iniciativa em deixar o seu ser particular no exílio para reconstituir o lar nacional do povo em ruínas e a falta de orgulho nacional que lhes permitiu participar da festa de Achashverosh.
O antídoto
O antídoto deveria ser a restauração deste orgulho nacional, o sentimento de pertencer ao mesmo povo, um povo santo, com uma missão universal.
Por não se curvar a Haman o amalequita, Mordechai estava tentando inspirar o resto de seus irmãos, que o olhavam com inveja. É verdade que ao obter a resposta cruel de Haman muitos ficam confusos e não sabem se admiram ou criticam a Mordechai, mas quando este juiz toma as rédeas da liderança e ordena a todos um período de três dias de jejum, para apoiar espiritualmente a rainha, infiltrada no castelo, todos respondem de forma positiva. Este esforço conjunto que dá forças a Esther para anular a influência sinistra de Haman sobre o Rei.
Organizando uma nova Aliá
Além disso, muitos deles, pela situação que passavam, decidem naquele momento recolher seus pertences e se preparar para Aliá, a imigração para Israel, embora demoraram para se organizar e de facto realizá-la, como vêmos na continuação do livro de Ezra.
A isso devemos acrescentar o valor que tinha aqueles que já haviam retornado à Terra Santa e que se atreveram, incentivados pelos três profetas Chagai, Zechariá e Malachí (Ageu, Zacarias e Malaquias), a transgredir as ordens do rei e continuar construindo o Templo, como podemos ver nos capítulos 5 e 6 do livro de Ezra.
Em Purim celebramos, então, não apenas o milagre divino que salvou as pessoas de extermínio planejado pelos amalequitas, mas a restauração, ainda que muito parcial e efêmera, do, perdido, sentimento nacional e do orgulho de pertencer a um povo tão especial!