Festa da Polónia

Na quinta noite de Hanuka, a Shavei Israel promoveu uma festa especial de Hanuka para judeus polacos no seu Centro Maani de Jerusalém. O animado grupo de polacos, alguns vivendo em Israel e outros na Polónia, desfrutou da presença e participação de muitas pessoas especiais, incluindo três emissários e rabinos da Shavei Israel do passado e do presente: O Rabino Isaac Rappaport, o Rabino Boaz Pash e o Rabino Dawid Szychowski, atual rabino em Lodz. Também esteve presente Bogna Skoczylas, que colaborou connosco no passado fazendo traduções para o polaco.

O rabino Rappaport realizou a cerimónia de acendimento da vela de Hanuka, e os participantes ficaram muito entusiasmados por usar o Guia de Hanuka em polaco que a Shavei criou para eles e que depois lhes foi entregue como presente.

Depois de todos se sentarem e desfrutarem de alguns doces especiais de Hanuka, o rabino Rappaport deu uma aula de Torá e o rabino Pash fez um jogo de perguntas e respostas. Cantaram-se canções e fez-se um sentido lechaim. Os participantes disseram que o encontro foi ótimo e estamos ansiosos por fazer outro novamente em breve!

Quando os idosos revelam que são judeus nos seus leitos de morte, os filhos frequentemente retornam ao judaísmo

Quando os idosos revelam que são judeus nos seus leitos de morte, os filhos frequentemente retornam ao judaísmo

Mariusz Robert Opałko, segurando um pergaminho da Torá, e Michael Freund, no Muro das Lamentações, em Jerusalém, Israel, dia 9 de junho de 2013. A mãe de Opałko disse-lhe que era judia durante os seus últimos momentos de vida. (Cortesia de Shavei Israel)

De CNAAN LIPHSHIZ

(JTA) – Em poucos meses, Simone Azoubel vai realizar o sonho de se mudar para Israel com o marido.

Azoubel, judia de 56 anos, do Recife, no norte do Brasil, está a estudar vocabulário hebraico enquanto se prepara para a sua aliá, a palavra hebraica para designar a imigração de judeus a Israel.

Os preparativos são agitados, mas Azoubel encontra tempo para refletir sobre quanto da sua identidade e trajetória de vida deve à sua avó – designadamente, a revelação feita pela idosa no seu leito de morte sobre a sua ascendência judaica após décadas de indiferença e perseguição.

– A minha avó materna, Raquel, disse-me que queria ser enterrada com o seu povo, em vez de com o seu marido não-judeu, e que não queria flores na lápide – disse Azoubel, recordando o diálogo de 1999.

O incomum pedido colocou Simone, educada no cristianismo, no caminho de se conectar com o judaísmo, e levou-a, junto com vários outros membros da família, a tornar-se membro da comunidade judaica do Recife.

Esse abraçar do judaísmo no seu leito de morte por parte de Raquel, descendente de judeus sefarditas que tinham fugido da Inquisição Espanhola para a Turquia e depois se mudaram para o Brasil, não é único. E eventos como esse influenciaram o que significa ser judeu para inúmeras pessoas em lugares onde a identificação como judeu era perigosa.

O rabino-chefe holandês Binyomin Jacobs, educador e conselheiro de saúde mental, disse que falou com vários sobreviventes do Holocausto que revelaram as suas origens judaicas à medida que se aproximavam dos seus últimos dias de vida.

Para alguns daqueles que estão no seu leito de morte, a necessidade de se reunir ao judaísmo é interna, impulsionada pelo seu próprio sentido de pertença.

– Aproximando-se da morte, a pessoa concentra-se no que é realmente importante para ela, que geralmente é a sua identidade –  disse Jacobs. – [E enquanto morrer é]  assustador para muitas pessoas, ao mesmo tempo, é também uma libertação de outros medos, de coisas que já não a podem magoar –  acrescentou.

Um sobrevivente holandês do Holocausto que faleceu em 2014 acrescentou «Cohen» ao seu sobrenome pouco antes de morrer. – Foi uma bomba para a sua esposa e filhos não-judeus – disse Jacobs. Esse sobrevivente contou a Jacobs que manteve a sua identidade judaica escondida durante anos para os proteger.

Para outras pessoas que fazem confissões no seu leito de morte sobre o facto de serem judias, a motivação está enraizada no desejo de se aliviarem do fardo de carregar um segredo, ou consiste no desejo de orientar os seus descendentes na direção do retorno ao judaísmo.

Mariusz Robert Opałko, um advogado de 70 anos de Cracóvia, Polónia, também é Cohen, um descendente da casta sacerdotal, embora tenha descoberto isso há apenas 20 anos. Em 1999, no hospital, poucos dias antes da morte, a sua mãe Halina disse-lhe que ela e o pai de Mariusz eram ambos sobreviventes do Holocausto, cujas famílias tinham sido quase exterminadas. Halina revelou a Mariusz que o seu pai era Cohen e que o seu verdadeiro sobrenome é Lederman.

Numa entrevista ao o jornal israelita Makor Rishon, Mariusz Opałko recordou as suas palavras: – Eu sou judia e tu também. Se quiseres ser judeu, sê judeu. E senão, não. Ser judeu na Polónia é muito difícil. –

Halina tinha dito ao seu irmão, também sobrevivente, para contar a verdade a Mariusz se ela morresse antes de conseguir fazê-lo.

A descoberta teve um efeito tão profundo em Mariusz que ele começou a praticar o judaísmo. Em 2013, a Shavei Israel, organização baseada em Jerusalém dedicada a ajudar judeus como Mariusz a regressar ao judaísmo, organizou um bar mitzvah atrasado para Mariusz em Jerusalém, no Muro Ocidental.

– Primeiro pediu-me para eu me sentar, depois disse-me quem eu sou –  recordou ele, secando as lágrimas de emoção, numa entrevista em vídeo para a Shavei Israel depois da cerimónia. Mariusz participou de um curso sobre judaísmo organizado pela Shavei Israel.

O que resta dos judeus polacos pode estar prosperando hoje, mas os judeus da Polónia sofreram perseguição mesmo após o Holocausto, sob o regime comunista. O pai de Mariusz foi demitido do seu emprego em 1956, talvez porque era conhecido por ser judeu.

Somente depois da confissão de Halina, é que Mariusz (que adotou o nome judaico de Moshe) começou a reunir várias peças da história da sua família.

Lembrou-se de que, quando era criança, dois tios visitavam a sua casa todos os anos em dezembro e falavam alemão com os seus pais durante um jantar à luz de velas. Apenas em retrospetiva percebeu que as visitas eram celebrações secretas de Hanukkah e que a língua falada era Ídiche.

Mas o que a mãe de Mariusz lhe disse depois foi uma descoberta ainda mais surpreendente: A sua esposa, Maria, também era judia e também desconhecia as suas origens. Maria, que faleceu em 2003, confirmou isso com a sua própria família imediatamente após Mariusz lhe ter contado sobre a revelação da sua mãe. Mariusz e Maria tiveram um filho, Radek, que foi circuncidado quando tinha 25 anos, após a descoberta de ser judeu.

– Estou muito emocionado, –  disse Mariusz Opałko na sua cerimónia de bar mitzvah, que também foi a sua primeira visita a Israel – porque, durante toda a vida, os meus pais tiveram medo de me dizer quem eram. –

– Quando a revelação é feita perto da morte, muitas vezes é porque o revelador não quer ser o último elemento de ligação com o judaísmo. – Disse Michael Freund, fundador da Shavei Israel. – As últimas palavras podem servir como uma espécie de última vontade e testamento, e podem causar mudanças profundas nas vidas dos descendentes dos falecidos. – Explicou. A sua organização tem trabalhado com dezenas de pessoas, a maioria delas na Europa Oriental, que souberam do seu judaísmo através de um pai ou avô no seu leito de morte.

Ainda assim, Freund viu inúmeros casos em que apenas alguns dos descendentes são afetados de qualquer maneira discernível pelas revelações no leito de morte, enquanto os seus irmãos permanecem indiferentes.

Para Freund, isto sublinha como a revelação no leito de morte é, para os descendentes, apenas o começo de uma jornada cuja trajetória depende de circunstâncias individuais – incluindo como outros judeus reagem à descoberta.

– Mesmo após o Holocausto e décadas de repressão comunista, a centelha judaica recusa-se a morrer –  disse Freund. – Partilhar essas descobertas e revelar-se para o mundo pode ser intimidante, num momento em que o antissemitismo está em ascensão. O nosso trabalho é estender a mão e ajudar.

Série de Conferências do Centro Ma’ani: Comunidades Judaicas Perdidas e Escondidas

O Centro Ma’ani da organização Shavei Israel lançou uma série de conferências muito interessantes e emocionantes dedicadas às comunidades de judeus perdidos e ocultos em todo o mundo.

São dadas conferências a diferentes grupos, tanto israelitas como estrangeiros: estudantes, reformados, famílias que acompanham novos imigrantes, grupos de Bnei Akiva, grupos de turistas e outros. São também realizadas aulas semanais para os próprios imigrantes sobre as festas e a tradição do povo judeu.

Aqui temos uma descrição dos temas e algumas fotografias das conferências recentes:

As duas primeiras conferências cobriram o tema da comunidade Bnei Menashe na Índia e a sua aliá e absorção em Israel. Os oradores foram Avi Mizrahi, diretor do projeto Bnei Menashe Aliyah e do Departamento de Absorção, e Tzvi Khaute, coordenador dos Bnei Menashe, que falou com um grupo de estudantes estadunidenses.

A terceira conferência foi dedicada à comunidade de Bnei Anussim (descendentes dos conversos ao cristianismo à força durante a Inquisição espanhola) da Europa Ocidental e da América Latina. A oradora foi Edith Blaustein, vice-presidente da Shavei Israel. A quarta conferência teve lugar na segunda-feira 4 de junho e foi proferida pelo Rabino Hanoj Avitzedek, sendo dedicada à comunidade de Judeus Incas, também conhecida como a comunidade de Bnei Moshe do Peru.

Eran Barzilay, coordenador da comunidade judaica da China na Shavei Israel, deu uma conferência intitulada “Da Muralha da China até ao Muro de Jerusalém, a fascinante viagem dos descendentes da China”, sobre a vida e as tradições da comunidade judaica de Kaifeng. A seguinte conferência, a cargo do Dr. Velvel Chernin, cobriu o tema dos judeus Subbotniks da Rússia e dos países pós-soviéticos, bem como a situação atual desta comunidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Televisão judaica pela internet – A primeira da Polónia!

Shalom.tv (szalom.tv, em polaco) é a primeira televisão pela internet (web TV) da Polónia. Transmitindo desde Lodz – uma cidade com uma longa tradição cinematográfica – o canal é gerido por profissionais: pessoas da comunidade judaica que são peritas em assuntos judaicos, e realizadores de cinema com muitos anos de experiência.

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Descendentes de judeus chineses retornaram ao judaísmo

Cinco jovens chinesas, descendentes da comunidade judaica de Kaifeng, na China, completaram o processo de conversão em Jerusalém. Todas nasceram e viveram em Kaifeng, uma cidade no centro da província de Hanan, no sudoeste de Pequim, e são descendentes de uma comunidade judaica que prosperou na região durante mais de mil anos.

Li Changjin, Li Jing, Gao Yichen, Yue Ting y Li Yuan fizeram o seu processo de conversão na Shavei Israel, organização sem fins de lucro que as acompanhou durante dois anos.

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