Na escola Arbel em Nof HaGalil, frequentada por cerca de 100 alunos da comunidade Bnei Manashe, foi realizada uma cerimónia especial na qual rezaram pelo resgate e repatriação dos seus irmãos na Índia, alguns dos quais foram atacados na semana passada quando as casas e sinagogas de mais de 200 famílias foram queimadas e eles foram forçados a fugir.
Todos eles estão à espera em instalações superlotadas em acampamentos do exército no estado de Manipur, na Índia, aguardando ajuda e uma passagem para Israel.
Pode ler aquio artigo completo em inglês publicado no website do jornal The Times of Israel.
E chamou Yosef ao seu primogénito Menashe, porque De’s me fez esquecer as minhas dificuldades e toda a casa de meu pai.
Génesis, 41:51
Este artigo foi escrito pelo autor com foco numa mulher judia da Índia, que lutou contra todas as probabilidades para se opor ao patriarcado arraigado no seu estado. Mas, para a poder entender holisticamente, a ela e às suas conquistas, precisamos de saber quem são os Bnei Menashes, a tribo de Mannaseh, quais foram as suas origens e como eles foram parar à Índia. Vamos ler e entender! No Egito, Manassés e Efraim nasceram a José de sua mulher Asenate, filha de Potifera, sacerdote de On (Génesis 46:20) Os descendentes de Manassés através de Makir tornaram-se o clã maquirita (Maquir foi o pai de Gileade); e através Gileade, o clã gileadita. A tribo de Manassés e a tribo de Efraim viriam a ser conhecidas como A Casa de José. Na sua qualidade de primogénito de José, Manassés recebeu uma porção dupla da herança, apesar de Efraim ter uma maior bênção de influência e prosperidade. A tribo de Manassés recebeu uma porção dupla de terra após a conquista de Israel. Manassés recebeu terras na Transjordânia, a leste do Jordão, e uma grande porção de terra a oeste do Jordão. A tribo de Manassés, portanto, foi a única das 12 tribos de Israel a receber terras em ambos os lados do rio Jordão.
O Exílio
Quando o reino independente de Israel, estabelecido pelas 10 tribos do norte após a morte do rei Salomão (século X AEC), foi conquistado pelos assírios no final do século VIII AEC, muitos israelitas foram levados para a escravidão. A população do século VIII da região montanhosa de Samaria era de 95.000 a 100.000 pessoas (dados de Nadav Na’aman, em Ancient Israel & its Neighbors) Da região montanhosa de Manassés, 50.000; da cidade da Samaria, 15.000; e da região montanhosa de Efraim, 33.000. Assim, as 27.290 pessoas deportadas por Sargão II após a queda de Israel eram mais de um quarto da sua população total. Com o tempo, a tribo de Manassés foi assimilada por outros povos e assim ficou conhecida na lenda como uma das Tribos de Israel.
A «Dama de Ferro» judia
Lalthlamuani, membro dos Bnei Manashe, a tribo de Manassés, uma tribo perdida de Israel que encontrou o seu lar no nordeste da Índia e em Mianmar, fez algo que logo se tornou uma grande notícia na Índia, alegrando as feministas de todo o país e fazendo os formuladores e implementadores de políticas pensarem porque demorou tanto para acontecer. Ao se tornar a primeira mulher a disputar uma eleição Lok Sabha em Mizoram, Lalthlamuani esmagou o patriarcado desmedido naquela parte da Índia e, sem dúvida, criou história. Explicando a sua visão, ela disse: «O reconhecimento da nossa identidade é parte da Nova Jerusalém que eu imagino. Quero que as Nações Unidas reconheçam que somos uma Tribo Perdida de Israel. Além disso, quero trazer todos os judeus, espalhados por partes do Nordeste e do Bangladesh, para a Nova Jerusalém». Depois do falecimento do marido, Lalthlamuani assumiu a presidência da Convenção Chhinlung do Povo de Israel (Chhinlung Israel People’s Convention), uma ONG que defende os crentes nas Tribos Perdidas de Israel. Uma coisa é certa: Lalthlamuani mostrou-nos que querer é poder!
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Bnei Menashe no exército em Israel, foto de Shavei Israel Bnei Menashe em Israel, foto de Shavei Israel
Os Bnei Menashe, ou filhos de Manassés, afirmam serem descendentes de uma das Dez Tribos Perdidas de Israel, que foram enviadas para o exílio pelo Império Assírio há mais de 27 séculos. Os seus antepassados viveram pela Ásia Central e Extremo Oriente durante séculos, antes de se estabelecerem no que é hoje o nordeste da Índia, ao longo das fronteiras da Birmânia e do Bangladesh.
Ao longo da sua vida no exílio, os Bnei Menashe continuaram a praticar o judaísmo exatamente como os seus antepassados, inclusive cumprindo o Shabat, a kashrut, celebrando as festas e seguindo as leis de pureza familiar, num nível básico. Continuaram a alimentar o sonho de um dia regressar à terra dos seus antepassados, a Terra de Israel.
O seu número é atualmente estimado em cerca de 10.500 pessoas. Até o momento, ajudamos cerca de 5.200 Bnei Menashe a imigrar para Israel, e cerca de 5.000 ainda estão à espera na Índia pela oportunidade.
O período de espera dificilmente é passivo; pelo contrário, toda a comunidade está constantemente imersa em aprender e praticar a fé da sua herança, que abraçaram. Isto inclui oportunidades, sempre que possível, de professores e líderes virem para as suas comunidades de Israel fazer workshops especiais, palestras e outros programas.
Um dos workshops mais recentes, de Yitzchak Kolney, foi aprender a fazer os nós nas franjas rituais conhecidas como tzitzit, na vestimenta cerimonial de quatro pontas geralmente usada por homens e meninos como lembrete dos mandamentos.
O nosso Coordenador de Bnei Menashe, Tzvi Khaute, também está agora na Índia, a dar aulas de Torá e palavras de encorajamento e força para a comunidade que espera pacientemente pela sua vez de fazer aliá.
Vinte e quatro casais Bnei Menashe, todos imigrantes recentes para Israel do nordeste da Índia, casaram novamente esta semana numa cerimónia em grupo festiva e emotiva, uma das nossas maiores de sempre, no centro de absorção da Shavei Israel em Goren, no norte de Israel, depois de completarem a sua conversão formal ao judaísmo pelo Rabinato Chefe de Israel.
Os 24 casais fazem parte do grupo de 262 novos imigrantes Bnei Menashe que trouxemos para Israel em outubro. Os casais vêm do nordeste da Índia e planejam estabelecer-se nas próximas semanas na cidade de Nof HaGalil, anteriormente conhecida como Upper Nazareth, no norte de Israel.
Embora normalmente os Bnei Menashe usem ternos (fatos) e vestidos de noiva ocidentais para os casamentos, como fizeram em casamentos anteriores em Goren, desta vez optaram por usar as lindas roupas tradicionais da Índia, cada uma com os tecidos, cores e padrões especialmente tecidos por cada família.
Um dos trajes tradicionais usados pelas mulheres no estado de Mizoram, no nordeste da Índia, é um vestido chamado “puan”. Os puans sempre foram uma parte intrínseca do guarda-roupa de Mizoram. Depois de o povo Mizo ter passado da “Siapsuap” (uma saia de palha) para vestuário de tecido, o puan tornou-se uma peça de vestuário usada por ambos os sexos. Era usado simplesmente enrolado à volta do corpo, debaixo dos braços. Outros tipos de puan eram usados como roupa de cama e xailes. No século XX, os homens já raramente usavam puans, já que as calças se tinham tornado a peça de roupa da moda, e eram mais populares. No entanto, as mulheres continuaram a usar puans, embora agora fosse usado no estilo sarong, enrolado na cintura com uma blusa por cima; uma prática que se mantém até hoje.
Um puan normalmente tem cerca de 140 a 152 cm de comprimento e 122 cm de largura. Existem hoje mais de 30 variedades de puans, e as diferentes tribos têm as suas próprias versões, cada uma diferenciada pelos seus motivos e riscas que marcam significados culturais através dos padrões tradicionalmente tecidos, tais como flores de gengibre, estrelas, rosas ou pele de tigre.
O mais conhecido e intrincado dos puans Mizo é o “puanchei”. Usado em danças festivas e outras ocasiões especiais, é a posse mais valorizada de uma mulher Mizo. Curiosamente, mesmo nos tempos atuais, uma mulher não se casa sem um puanchei. Hoje em dia, os puans também são transformados em bolsas para lembrar e manter a cultura Mizo viva. E não apenas para as mulheres: os homens às vezes também as usam, para carregar o seu talit. Afinal, os puans serviram como repositório da história e da cultura, da sabedoria e dos costumes do povo Mizo de uma maneira esteticamente agradável, prática e útil.