Normalmente é um desafio pra mim a conectar-me com a realidade da situação de Noach. Posso conectar-me com os seus desafios psicológico e morais, mas até agora o todo – o mundo está prestes a acabar, vais passar um bom tempo sozinho com a tua família – era-me inteiramente estranho. A história de Noach é a história de uma pandemia moral multigeracional que quase destrói toda a vida na Terra. A história começou na semana passada na sétima Aliyah. Depois de a Torá nos falar sobre os três filhos de Noach, ela nos diz que a imoralidade sexual se tornou galopante. Esta não é apenas uma reclamação moralista; esta praga de imoralidade faz com que a expectativa de vida diminua de uma média de oitocentos anos para uns meros cento e vinte. A praga continua e passa para os animais. A Torá aqui regista o primeiro caso de contaminação cruzada entre espécies na história.
Qual é a solução? D’us isola Noach, a sua família e um seleto grupo de animais não expostos durante um ano enquanto ele desinfeta o mundo. Finalmente, depois de um ano em isolamento, Noach, a sua família e os animais podem voltar ao mundo. Imediatamente, Noach se envolve em um comportamento de alto risco: bebe e é vítima da praga; ele é estuprado por seu neto Canaã. O isolamento é difícil, podemos simpatizar com Noach e seu erro. Assim que pudéssemos sair, quem não quereria comer em um restaurante e ir ao shopping? Precisamos de aprender com o erro de Noach e estarmos prontos para mudar nosso comportamento sempre que sairmos. Do contrário, sabemos que só podemos esperar o mesmo destino daqueles que antes se recusaram a mudar seus hábitos.
Shabat Shalom!
Rav Yehoshua Ellis, emissário da Shavei Israel em Varsóvia, Polônia.