
Antes da Segunda Guerra Mundial, a população da pequena cidade polonesa de Wolbrom era mais de um terço, judeus. Contudo, até o final do Holocausto, os nazistas assassinaram quase toda a comunidade judaica local, cerca de 4.500 pessoas. Dos 7 membros da família Narcissus, apenas o mais velho, de 16 anos de idade, Naftali, sobreviveu, fugindo de Wolbrom antes que os alemães chegassem.
A presença de um Narcissus em Wolbrom reapareceu agora. Algumas semanas atrás, o filho de Naftali, Albert, que mora na Austrália, foi para Wolbrom para inaugurar um monumento que celebra as raízes de sua família na cidade. Quem o guiou em todo este processo foi o Rabino Yehoshua Ellis, emissário da Shavei Israel para Katowice. (Wolbrom está a cerca de 53 quilômetros de distância de Katowice)
O Rabino Ellis esteve envolvido com este projeto desde o início, ajudando-o a traduzir o texto para o memorial em hebraico, supervisionando onde colocá-lo no cemitério judaico de Wolbrom, localizando registros familiares e organizando um passeio em Wolbrom para a família, durante a emocionante visita.
O Rabino Ellis presidiu a inauguração do memorial, que teve lugar no dia 21 de julho de 2014. Os que vieram da Austrália eram: Albert e sua esposa Hedda, juntamente com seus filhos e netos. Também participou do evento o Sr. Steven D. Reece, presidente da Fundação Matzevah, que ajuda a manter e restaurar cemitérios judeus na Polônia.
O memorial está escrito em Inglês, hebraico e polonês: “Em memória de Abraham e Chaja Narcissus e seus entes queridos Leib, Harszela, Hiller, Luby e suas crianças, que morreram no Holocausto, e ao único sobrevivente, Naftali. Que sua memória seja uma bênção e suas almas tecidas na coroa da vida eterna.”
O avô de Albert Narcissus, Abraham, nasceu em Wolbrom em 1895, o quinto filho de uma família que comercializou grãos para a sua subsistência. “Hoje é um dia importante na história da minha família”, disse Albert na cerimônia, um memorial coberto por bandeiras israelenses e polonesas. “Este dia teria deixado o meu pai muito feliz e orgulhoso, porque garante a continuidade da família. Sem esta lápide, não haveria um lugar que a minha família e as gerações futuras, seriam capazes de visitar e entender o que aconteceu aqui.”
Os judeus de Wolbrom foram forçados a viver em um gueto durante os primeiros anos de guerra. Outros 3.000 judeus de Cracóvia chegaram a cidade durante este período, levando o gueto a uma grave superlotação e condições terríveis. A “liquidação” do gueto começou no dia 5 de setembro de 1942, quando a maioria dos judeus foram enviados para o campo de concentração de Belzec. Aqueles que permaneceram – cerca de 600 judeus, principalmente os incapacitados e os doentes – foram levados para a floresta ao sul da cidade e baleados pelos nazistas. Em novembro deste mesmo ano, a maioria dos judeus que estavam escondidos para evitar a deportação, bem como alguns membros da “polícia” judaica – algo como 200 pessoas – foram, então, capturados e mortos.
Depois da guerra, 300 judeus voltaram a viver em Wolbrom. Mas, finalmente, mais tarde emigraram da Polônia para Israel.