Artigo original da publicação guiame. Pode ler o artigo completo aqui
Os descendentes de comunidades judaicas espanholas e portuguesas, cujos ancestrais foram convertidos à força a partir do século XIV, agora podem solicitar um “Certificado de Ancestralidade Sefardita”.
As pesquisas acadêmicas e genéticas recentes mostraram que essas pessoas, principalmente na América Latina, América do Norte e Europa, têm “ascendência judaica significativa” que remonta à época da Inquisição nos dois países europeus.
A iniciativa foi lançada pelo Instituto de Experiência Judaica da Federação Sefardita Americana (ASF IJE), Reconectar, uma organização dedicada a ajudar os descendentes de comunidades judaicas espanholas e portuguesas a se reconectarem com o povo judeu.
A autora premiada, pesquisadora e genealogista Genie Milgrom conseguiu documentar completamente sua linhagem materna ininterrupta de 22 gerações, desde 1405 até a Espanha e Portugal pré-Inquisição.
Ela também está liderando o trabalho para digitalizar os registros da Inquisição que fornecem uma grande quantidade de informações genealógicas para aqueles que procuram descobrir suas possíveis raízes judaicas.
Estas e outras informações no site da certificação ajudarão os descendentes, também conhecidos como Anussim, Marranos, Conversos ou Cripto-Judeus, a descobrir sua herança.
It is very interesting to we anussin. I am brasilian, and find my history with Jude people. I feeling Jude. I Jude.
Boa tarde!
Meu nome é Alvaro Martins Abdalla, sou professor universitário na Universidade de São Paulo curso de engenharia aeronáutica) na Escola de Engenharia de São Carlos.
Sempre tenho deparado com artigos e publicações informando que “Descendentes de judeus portugueses e espanhóis podem pedir certidão sefardita” porem, creio não ser fácil apresentar documentos que comprovem tal descendência, principalmente no Brasil. Aqui muita documentação se perdeu, foi destruída ou modificada. Penso que prevalece a tradição oral.
Este é por exemplo, o caso de minha família Martins Tristão. Sabemos “boca a boca” (she bel al pê) que descendemos de judeus portugueses mas possuímos “zero documentos” que possam comprovar nossa descendência.
O ultimo documento que tínhamos, era uma “Bíblia” centenária que constava o nome original da família (em hebraico) e a lista de todos os membros da família desde a chegada ao Brasil. Essa Bíblia era passada de tempos de um ramo a outro da família (circulava).
Infelizmente essa Bíblia fora jogada em uma fogueira de livros por uma tia -avó, num ataque de fúria, talvez por achar impossível o retorno ao judaísmo.
Cresci ouvindo passagens de antepassados judeus, como a estória ou lenda, de que tínhamos um parente sapateiro na Bahia de nome Manoel Martins, ele era mágico e fazia botas e pedia para que as mesmas não fossem usadas no domingo (dia santo cristão) porque se usassem, as botas se desmanchariam. Em nossa infância achávamos o tal Manoel o “máximo”.
Há muitos anos ouvimos os relatos familiares e, talvez, minha mãe (90 anos) eu (64 anos) e meus irmãos sejamos os ultimo dessa geração que ainda possam descrever e que fora contado pelos antepassados diretamente das fontes.
Nós já pesquisamos e não conseguimos encontrar registros de antepassados em cartórios, nem paroquias cristãs (obviamente). Mas sabemos que nossa família se mudou há séculos, da Bahia para Minas Gerais e atualmente vivemos no estado de São Paulo. Em Minas a família Martins Tristão era conhecida como “turcos”.
Outras curiosidades que podem ser citadas:
Vários nomes que se repetem há séculos na família tais como Mariana, Marcos e Palmerio (palmeira). No tumulo de nossa família (Martins Tristão) em Colina SP, não há imagens, cruzes, etc. Existem somente pedras sobre a lápide.
Certa vez conversando com um “centenário” muçulmano libanês (em minha cidade) ele me disse que sabia que meu avô era “yahudi”, judeu (em árabe).
Minha mãe diz que se lembra de meu avô se vestir com sua melhor roupa aos sábados e ir se reunir na casa de um joalheiro (em nossa cidade)… seria Shabat???
Em minha viagem para Israel fui várias vezes confundido com mitzrahi, convidado para Shabat (por iemenitas), para orações em aeroportos, fiscalizar refeições, etc. Negava participar….o que fazer?? Oficialmente não sou judeu.
Minha questão é:
Como devo proceder para regularizar a minha situação? Teria que me converter? Um judeu se converteria ao judaísmo? É permitido? Não me sinto confortável na condição de “judeu não judeu”, não poderia ir às festas e celebrações com consciência tranquila .
Shalom!
Alvaro