Livro de História mostra como a diáspora judaica atingiu todos os cantos da terra

Livro de História mostra como a diáspora judaica atingiu todos os cantos da terra

(Artigo Original do The Times of Israel. Pode ler o artigo original completo aqui.)

Na quinta edição de 1.200 páginas da série Posen Library, o Prof. Yosef Kaplan dá uma visão completa e realista da expansão cultural e geográfica dos judeus de 1500 a 1750

O interesse de Jacob Judah Leon Templo em estruturas bíblicas desafiava a imaginação. Importante judeu sefardita da Holanda do século XVII, Leon possuía maquetas de duas construções célebres: o Templo de Salomão e o Tabernáculo. Ele exibia essas reproduções por toda a Holanda e Inglaterra, tendo adquirido assim o apelido [alcunha] «Templo». Tal como outros da sua época, Leon aproveitou um novo avanço tecnológico — a imprensa — para divulgar a sua paixão.

Esta narrativa não convencional é uma das muitas que são partilhadas no último lançamento da Biblioteca Posen de Cultura e Civilização Judaica — volume cinco, The Early Modern Era, 1500-1750. O seu editor, Yosef Kaplan, foi professor de História Judaica na Universidade Hebraica de Jerusalém.

— Quando olho para o que compilei aqui, é realmente incrível —, disse Kaplan ao The Times of Israel. — Tentei dar vida ao século XVI, XVII e à primeira metade do século XVIII no mundo judaico.—

O início da era moderna foi povoado por alguns dos pensadores mais célebres do judaísmo, desde o filósofo e cético do século XVII Baruch Spinoza até ao rabino do século XVIII Judah Loew, mais conhecido como o Maharal de Praga, que se tornou postumamente ligado ao mito do golem.

No Império Otomano, em 1529 ocorreu  uma reunião fortuita  entre os rabinos Joseph Karo e Solomon ha-Levi Alkabetz. Após o encontro, a dupla concebeu a ideia de estudar durante toda a noite na festa de Shavuot. O seu destino final, a cidade de Safed, tornou-se um centro de rabinos e místicos que ajudaram a popularizar a Cabalá.

A antologia também destaca uma figura que provocou controvérsia em toda a Europa e região do Mediterrâneo: o autoproclamado messias Sabbetai Tzvi. A maioria dos seguidores de Tzvi abandonou-o após a sua conversão ao Islão em 1666, o que está incluído no livro.

Shavuot 5783

Shavuot 5783

Por: Rav Yehoshua Ellis

Shavuot é uma festa estranha. Em Shavuot celebramos que D’us deu a Torá aos Filhos de Israel, mas a Torá escrita foi-nos dada apenas um pouco antes da morte de Moshe; a Torá Oral ainda está a ser revelada. Além disso, a Torá nunca faz realmente uma ligação entre Shavuot e a entrega da Torá. Shavuot tem três nomes na Torá: Festa das Semanas, Festa das Colheitas e Festa dos Primeiros Frutos. Nenhum destes nomes se refere à Torá. Porque estabelecemos então  essa ligação?

A primeira e mais óbvia resposta é que fizemos as contas. A Torá diz que os Filhos de Israel chegaram ao deserto do Sinai no terceiro mês após deixarem o Egito. A nossa tradição diz-nos que sempre a Torá diz «o mês», significa no primeiro dia do mês, o que quer dizer que o povo de Israel chegou ao Sinai no primeiro dia do mês de Sivan e se encontrou com D’us cinco dias depois, no dia 6 de Sivan. O dia 6 de Sivan é o dia a que chegamos quando contamos cinquenta dias a partir do segundo dia de Pesach, conforme a Torá nos instrui sobre a celebração de Shavuot.

Como os nomes de Shavuot conectam a festa à Torá? Chag Shavuot significa Festa das Semanas, porque somos instruídos a contar sete semanas e, no dia seguinte, o quinquagésimo dia, é Shavout. Cinquenta são os cinco livros da Torá multiplicados pelos Dez Mandamentos.

Quanto ao nome Chag Habikkurim, Festa dos Primeiros Frutos, Shavuot inicia o processo dos Filhos de Israel trazerem a sua primeira oferenda de frutas ao Templo em Jerusalém. O Midrash explica que Bikkurim é uma referência à Torá, que também é referida como «a primeira»

O nome final que a Torá dá a Shavuot é Chag Hakatzir, Festa da Colheita. A colheita do trigo é uma etapa importante no processo de produção do pão. Enche-nos de alegria e representa um marco importante no processo de produção anual. No entanto, não produz nada de uso físico real para as pessoas. Ainda vão ter que ser investidos muito esforço e recursos antes de o produto final poder ser apreciado. Do mesmo modo, a aprendizagem da Torá é uma parte importante das nossas vidas que nos produz grande alegria, mas sem a aplicar ao mundo físico falta-nos o produto final para o qual foi planejada, um mundo cheio de bondade, amor, justiça e pureza.

As conexões entre a data e os nomes de Shavuot e a entrega da Torá agora estão claras, mas porque celebramos a entrega da Torá se a Torá não nos foi toda entregue em Shavuot? A Torá nunca é simplesmente entregue; tem sempre que ser adquirida através de muito esforço e amor. A Torá nunca é totalmente transmitida, há sempre mais a aprender.

Finalmente, no Monte Sinai, em Shavuot, toda a Nação de Israel ouviu a voz de D’us e esta é a própria essência da Torá, a sabedoria que permite que toda a Nação de Israel ouça a voz de D’us.

Que todos possamos merecer ouvir a voz suave que sempre nos chama do Sinai!

Chag Sameach e Shabat Shalom,

Yehoshua

Acolher o converso em Shavuot

Acolher o converso em Shavuot

Em Shavuot, é costume ler o livro de Rute. Nesse livro, Rute diz a Naomi (1:16): «Onde fores, eu irei, e onde ficares, eu ficarei. O teu povo será o meu povo e o teu De’s, o meu De’s.» Em Shavuot, quando celebramos o recebimento da Torá, incluímos aqueles que a receberam no Sinai e, especialmente, aqueles que, como Rute, escolheram receber a Torá. Em Shavuot, sentimos que é o momento perfeito para celebrar o feito daqueles que se convertem ao judaísmo. Escolhemos um movimento específico que está em alta em todo o mundo, mas especialmente na América Latina.

Hoje, os descendentes dos Conversos da era da Inquisição, de Espanha, Portugal, América do Sul, e outras regiões, estão a passar por um profundo processo de retorno às suas origens judaicas. Esses «Bnei Anussim» estão a reivindicar o seu direito histórico de retornar às suas raízes e ao seio do povo judeu.

Quando as portas do «Novo Mundo» se abriram para os Bnei Anousim, o novo continente era, desde o século XV, um destino mágico e tentador, como uma terra onde havia grandes oportunidades para melhorar o nível de vida. Além disso, o Novo Mundo era visto como um ambiente relativamente liberal, que aceitaria e permitiria o retorno a uma vida judaica aberta e plena, ao contrário de Espanha e Portugal, onde dominava a Inquisição.

Ao longo de várias gerações, esses refugiados participaram  do assentamento e desenvolvimento do Brasil e de outros países, ocupando cargos importantes em todos os campos. Os longos braços da Inquisição acabaram por chegar também às novas colónias, mas esse facto não impediu que os cristãos novos continuassem a manter secretamente a tradição dos seus antepassados. Muitas famílias mantiveram costumes e tradições judaicas ocultas, juntamente com uma forte identidade judaica. Essa grande herança foi transmitida de geração em geração, até aos nossos dias.

Hoje há uma tendência de comunidades «emergentes» compostas principalmente por conversos, principalmente na América do Sul e Central, designadamente na Colômbia. Um grande número desses conversos é de origem judaica, que remonta aos dias sombrios da Inquisição. Muitos re-descobriram as suas raízes judaicas e tradições ocultas que o seus avós tinham escondido, temendo perseguição, e embarcaram numa jornada de regresso ao judaísmo.

Nessas comunidades, como noutras comunidades judaicas ao redor do mundo, a sinagoga é o centro da vida judaica. É uma casa de oração, muitas vezes tem uma mikve, uma escola e/ou aulas, e às vezes até alojamentos, para permitir que os membros que moram demasiado longe para poderem chegar a pé possam ficar na sinagoga no Shabat.

No entanto, na maioria das vezes, essas comunidades são totalmente separadas das comunidades judaicas já existentes e têm grandes desafios ao criar comunidades literalmente do zero.

Hoje existem centenas dessas comunidades emergentes e a Shavei Israel está em contato com cerca de 50 delas que se alinham com o judaísmo ortodoxo, como a Beit Hillel em Bogotá, Colômbia, Antiochia, em Medellín, Colômbia, Magen Avraham em Cali, Colômbia, Shemaya e Avtalyon em Arménia, El Salvador, Sha’ar Hashamayim na Guatemala, Associação Judaica em Ambato, Equador, Beit Israel em Lima, Peru, Beit Moshe na Cidade do México, e muitas mais.

Que a comunidade judaica mundial continue a merecer ser aumentada por pessoas que abraçam as nossas tradições, os nossos rituais e o nosso povo.

 

Lag BaOmer ao redor do mundo

Lag BaOmer ao redor do mundo

Lag Ba’omer é uma festa menor que ocorre no 33º dia do Omer, o período de 49 dias entre Pesach e Shavuot. Sendo uma pausa no semi-luto do Omer, os principais aspectos de Lag Ba’omer incluem a realização de casamentos judaicos (é o único dia durante o Omer em que a lei judaica permite os casamentos), acender fogueiras e cortar o cabelo.

Essas celebrações e fogueiras de Lag B’Omer realizam-se por todo o mundo judaico. Aqui estão algumas delas, das nossas comunidades ao redor do mundo.

Veja as fotos AQUI, no final do artigo em inglês

Celebrando Israel em todo o mundo

Celebrando Israel em todo o mundo

Yom Ha’atzmaut é o Dia da Independência Nacional de Israel, que comemora a Declaração da Independência de Israel em 1948. O dia é marcado por cerimónias e eventos oficiais e não oficiais em todo o Israel e no mundo judaico.

Yom Hazikaron, o Dia da Memória dos Soldados Israelitas Caídos e das Vítimas do Terrorismo, é sempre no dia anterior ao Dia da Independência. Esse contraste intenso geralmente é marcado por uma cerimónia de encerramento de Yom Hazikaron, seguida pelo início das 24 horas de celebrações do Dia da Independência de Israel.

Uma das características marcantes dessas comemorações e celebrações são as bandeiras israelitas azuis e brancas. E, é claro, todas as decorações nessas cores.

Desfrute das fotos das celebrações e comemorações das nossas comunidades em Israel e ao redor do mundo CLICANDO AQUI!