TU B’SHEVAT AO REDOR DO MUNDO – 2022

TU B’SHEVAT AO REDOR DO MUNDO – 2022

A festa judaica de Tu B’Shevat, ou, literalmente, o 15º dia do mês hebraico de Shevat, também é chamado de Rosh HaShanah La’Ilanot, que significa “Ano Novo das Árvores”. Plantar árvores, comer frutas, fazer ‘seders’ especiais para a festa e outras celebrações da natureza e das árvores são algumas das atividades que acontecem em Israel e no mundo.

Nesta celebração, em Israel e nas comunidades de todos os lugares do mundo, as pessoas apreciam os frutos das árvores – especialmente os das sete espécies da Terra de  Israel. Outra atividade omnipresente de Tu Beshevat é a plantação de árvores, o que envia uma mensagem de solidariedade às gerações futuras (que serão as únicas a apreciar a plantação feita hoje) e enfatiza o lado do regresso à natureza do judaísmo, que deve andar de mãos dadas com o estudo da Torá e a oração.

Enquanto lutamos contra o clima gelado, alguns se perguntam porque esta nossa festa das árvores é no inverno. É porque os feriados judaicos seguem os ciclos agrícolas em Israel. Sim, é inverno, mas é precisamente no meio do inverno que as árvores em Israel começam a florescer.

As nossas comunidades ao redor do mundo têm comemorado a festa, independentemente do clima e do frio. E temos muitas fotos…

Veja as fotos clicando aqui neste link!

Não há nada como a singularidade de um casamento judaico

Não há nada como a singularidade de um casamento judaico

Aproveite, saboreie-o e abrace a felicidade, mas não perca de vista a sua parte no esquema maior da eternidade de Israel.

Por Michael Freund

Há momentos na vida de significado tão profundo que ficam indelevelmente gravados nas nossas memória, para nunca desaparecer nas névoas do passado.
Estar sob a hupah e ver um filho a casar é exatamente um desses momentos, intocado na sua alegria. De facto, a pureza não adulterada do cenário e a santidade do momento, tornam o sentido de destino quase tangível.
Na semana passada, mereci ter uma experiência destas, quando o meu segundo filho e sua noiva se casaram. Foi um evento tradicional judaico, com muita dança e música alegre, cheio de vitalidade, que se estendeu até altas horas da noite.
Não tenho dúvidas de que os vários tipos de casamentos, sejam eles cristãos, muçulmanos ou laicos, estão cheios das suas próprias versões de pompa, cerimónia e alegria. A junção de um casal, o estabelecimento de laços matrimoniais no meio da cuidadosa coreografia, é certamente um evento partilhado pela maioria da humanidade.
E, no entanto, enquanto estava sob o dossel do casamento, ao lado do meu filho, no meio da mistura de solenidade e diversão típica da ocasião, não pude deixar de concluir que um casamento judaico é algo único e que traz lições poderosas, não apenas para os noivos, mas também para todos os presentes.
Um casamento, é claro, é um rito de passagem pessoal e muito íntimo para o jovem casal e para as suas famílias. E, no entanto, como muitos outros elementos da vida judaica, tem uma camada adicional de significado, que evoca o nosso passado, ao mesmo tempo que aponta o caminho para o nosso futuro coletivo.
Como parte da cerimónia, são recitadas sete bênçãos, ou Sheva Brachot, a primeira das quais sendo a bênção por um copo de vinho. Inexplicavelmente, seguem-se várias bênçãos que aparentemente não têm nada a ver com o casamento, incluindo uma bênção geral que diz que D’us “criou tudo para Sua glória”, duas bênçãos sobre a criação do Homem, e  uma sobre o retorno a Sião.
É somente na sexta das sete bênçãos que finalmente mencionamos a alegria dos noivos, pedindo ao Criador que lhes dê felicidade.
Porquê?
Talvez se possa sugerir que a estrutura das Sheva Brachot se destina a enfatizar aos presentes que o estabelecimento de uma casa judaica deve conter um chamamento e um propósito mais elevados.
Sim, o amor e o romance, a parceria e o apoio mútuo são muito importantes, mas também há um toque de alerta para que todos os casais vinculem a casa que estão a construir ao destino judaico.
Todos os casamentos judaicos dão-nos um vislumbre do carácter indestrutível de Israel, à medida que se adiciona outro elo à longa e ziguezagueante cadeia da jornada do nosso povo ao longo das gerações.
É uma espécie de vitória sobre todos aqueles que se levantaram contra nós e buscaram a nossa destruição ao longo dos milénios, um triunfo do espírito e da determinação.
Isso é confirmado por uma declaração no Talmude (Berachot 6b) que descreve a grandeza da mitzvah de trazer alegria aos noivos. O rabino Nahman bar Yitzchak diz, sobre alguém que o faz, que “é como se tivesse reconstruído uma das ruínas de Jerusalém”.
Fica claro a partir disto que a celebração de um casamento judaico está misticamente ligada à reparação dos danos do exílio e da destruição. Talvez de alguma forma, a música e a dança, o puro regozijo do evento, venham para corrigir o ódio sem sentido que precipitou a queda de Jerusalém na época do Segundo Templo, um evento que lembramos, visual e auditivamente, quando o noivo quebra o copo no auge da cerimónia.
Quando entram na hupa, os noivos entram como indivíduos. Mas quando saem, são uma unidade, estão ligados um ao outro.
Sempre me perguntei porque em hebraico uma noiva é conhecida pela palavra kallah. Ocorreu-me que essa palavra é semelhante à raiz de VaYechulu, com a qual começamos a recitação do kidush todas as sextas-feiras à noite, ao recordar a criação do universo. Nos seus comentários, tanto Ibn Ezra quanto Yonatan Ben Uziel explicam VaYechulu como “o completar”. Que D’us tinha  completado a formação do céu e da terra, assim como uma noiva e um noivo se completam, complementando os seus talentos, equilibrando as suas falhas e construindo juntos um futuro judaico mais brilhante.
Isto não quer dizer que a alegria pessoal do evento seja substituída ou ultrapassada pelas suas componentes comunitárias ou cósmicas. Longe disso. Apenas adiciona um elemento muito especial, transformando a alegria privada do casal e elevando-a a uma alegria de significado nacional.
E essa é, em poucas palavras, a abordagem judaica da vida tal como é incorporada na cerimónia de casamento. Aproveite, saboreie-o e abrace a felicidade, mas não perca de vista sua parte no esquema maior da eternidade de Israel.
O escritor é fundador e presidente da Shavei Israel (www.shavei.org), que ajuda tribos perdidas e comunidades judaicas ocultas a retornar ao povo judeu.
Dreidels Kaifeng escritos em mandarim

Dreidels Kaifeng escritos em mandarim

Em homenagem a Chanucá, a organização sem fins lucrativos Shavei Israel, sediada em Jerusalém, projetou e produziu centenas de dreidels com letras em mandarim para os judeus chineses de Kaifeng, China, bem como para 20 membros da comunidade que já fizeram Aliya para Israel com a ajuda da organização.

Kaifeng é uma cidade na província central chinesa de Henan, localizada a sudoeste de Pequim, e é o lar de centenas de descendentes de uma comunidade judaica que viveu lá por mais de um milénio. Os dreidels são provavelmente os primeiros que têm texto em chinês, que aparece da seguinte forma:

伟大 的 – Grande; 奇迹 – Milagre, 发生 过 – Aconteceu; 这里 曾 – aqui.

De acordo com o fundador e presidente da Shavei Israel, Michael Freund, os primeiros judeus a se instalaram em Kaifeng, uma das antigas capitais imperiais da China, eram comerciantes judeus iraquianos ou persas que viajaram ao longo da Rota da Seda no séc VII ou VIII. A comunidade cresceu e prosperou, e em 1163 construiu uma grande sinagoga, que foi renovada várias vezes ao longo dos séculos. “No seu auge, durante a Dinastia Ming, Kaifeng tinha até 5.000 judeus”, disse Freund.

Freund explica que os casamentos mistos generalizados e a assimilação finalmente  venceram, e a morte do último rabino da comunidade no início do século XIX foi o prenúncio do fim da comunidade enquanto entidade coletiva. A sinagoga, que existia há 700 anos, foi destruída por uma série de enchentes que atingiram a cidade em meados do século XIX. De acordo com ele, existem atualmente cerca de 1.000 pessoas em Kaifeng que são identificáveis ​​por meio de árvores e registos genealógicos como descendentes da comunidade judaica da cidade.

“Os judeus chineses de Kaifeng são um elo vivo entre a China e o povo judeu”, disse Freund. “Apesar das severas restrições que lhes têm sido impostas pelo governo chinês nos últimos anos, os descendentes de judeus chineses estão ansiosos por aprender mais sobre a herança dos seus antepassados, ​​e esperamos que estes dreidels em língua chinesa que preparámos para eles lhes tragam felicidade e luz durante Chanucá. ”

link para o artigo original em Inglês:

https://www.sdjewishworld.com/2021/11/29/kaifeng-dreidels-inscribed-in-mandarin/

Fotografia de Chaya Castillo

Os 13 Princípios – 5º Princípio (parte 2 de 2) – Rezar só a HaShem

Os 13 Princípios – 5º Princípio (parte 2 de 2) – Rezar só a HaShem

Os 13 Princípios – 5º Princípio (parte 2 de 2) – Rezar só a HaShem

Pelo rabino Yossef Bitton

 

Na primeira parte explicámos que um dos 13 princípios da fé judaica é orarmos apenas a HaShem, De’s. Dirigimos-Lhe as nossas orações diretamente, sem intermediários. Isto é, não oramos a “santos”, a “anjos” ou a “espíritos”. Apenas e diretamente a D’us.
Explicámos também que podemos e devemos orar uns pelos outros, e isso não é considerado intermediação.
O que também podemos fazer é orar a HaShem e pedir-lhe que ouça a nossa Tefilá pelo mérito dos nossos antepassados. Geralmente invocamos o mérito de Abraão, Isaac e Ya’aqov. Isto é claramente afirmado na Amidah: “vezocher chasdé Avot”, HaShem, lembra-Te, isto é, “considera a nosso favor”, o mérito dos nossos antepassados.
O que é considerado idolatria é rezar a outro ser, humano ou não humano, vivo ou morto; a qualquer outra coisa ou entidade que não seja HaShem.
Exemplo: HaShem realizou milagres através de Moshe Rabbenu, Eliyahu haNavi, etc. . Ora, orar a Moshe, a Eliyahu haNabi ou ao Rabino Meir é uma transgressão séria. Não posso dizer, por exemplo: “Eiyahu haNavi, ou Rabi Meir, por favor, responde-me, salva-me, faz um milagre”, etc. Isso seria totalmente errado.
Imagino que algumas pessoas podem cair neste e noutros erros semelhantes involuntariamente devido a uma situação de desespero, na qual desejam fervorosamente que as suas orações sejam ouvidas.
E embora, como explicaremos mais adiante, Bz’H, não haja garantia de que as nossas orações sejam sempre atendidas por Boré Olam ao nosso gosto, os nossos Profetas e os nossos Sábios alertaram-nos de que existem fatores que causam que as nossas orações sejam completamente ignoradas por HaShem, mesmo quando estamos a orar diretamente a Ele.
O que pode fazer com que as nossas orações sejam rejeitadas por HaShem é a nossa má conduta. Ninguém descreveu este cenário de hipocrisia religiosa melhor do que o Profeta Yesha’ayahu, quando ele disse em nome de D’us: (1:15) “Quando estenderdes as mãos em oração [para Mim], Eu desviarei o olhar de vós. E mesmo que Me dirijais várias orações, NÃO vos ouvirei. Yesha’ayahu afirma que às vezes HaShem não olha para nós, nem ouve as nossas orações. Mas, em que situações HaShem rejeita as nossas orações? O final deste versículo 1:15 diz isso explicitamente: Não vou ouvir as vossas orações porque “as vossas mãos estão cheias de sangue”. O povo era corrupto. Matavam, roubavam, enganavam, subornavam. Não protegiam a viúva, o órfão ou os pobres. Pelo contrário: abusavam dos mais fracos, daqueles que não eram capazes de se defender. Essas pessoas más vieram para o Bet haMiqdash depois de cometer todas essas imoralidades e ousaram orar a D’us, como se HaShem não visse o que fazemos, ou como se houvesse uma total desconexão entre o que fazemos e o que oramos, ou como se HaShem pudesse ser “subornado” com orações ou sacrifícios… E, por essa razão, HaShem os rejeitou, e NÃO deu ouvidos às suas orações.
Yesha’ayahu haNabi explicou-lhes: Com o nosso D’us, não funciona assim. HaShem rejeita a oração dos ímpios.
Mas, Yesha’yahu disse: essa situação pode ser corrigida. E para que essa situação se inverta, para que D’us esteja disposto a ouvir as suas orações, Yesha’ayahu diz-lhes: (1: 16-17) «Purificai-vos (= arrependendo-se das suas más ações) … parai de fazer o mal. Aprendei a fazer o correto. Procurai justiça. Protegei os oprimidos. Defendei a causa do órfão e da viúva. Então HaShem ouvirá atentamente as suas orações.
Termino com as belas palavras do Rabino Chaim Pereira-Mendes (1852-1937) sobre este mesmo assunto: “A oração sem conduta adequada é pior do que inútil. É um insulto a D’us. Os nossos profetas condenaram a oração e os sacrifícios…. quando nossa conduta é inaceitável para D’us. Orações sem a conduta correta … falham no seu propósito. Não podemos esperar que D’us responda às nossas orações a menos que pratiquemos justiça, e a compaixão e caminhemos humildemente diante dEle.”
Leia os textos anteriores aqui:
Parashá da Semana – Matot-Masei.

Parashá da Semana – Matot-Masei.

Parshat Matot-Masei

Pelo rabino Reuven Tradburks

1a  aliá (Bamidbar  30:2-31:12)  Votos: os compromissos devem ser mantidos.  O voto de uma jovem  pode ser anulado pelo pai no dia em que é tomado; se não for anulado, deve ser observado.  O voto de uma mulher casada pode ser anulado pelo marido; se não for anulado, deve ser observado.  Travai uma batalha de  retaliação a Midian, após a qual Moshe morrerá.  1,000 soldados por tribo são liderados por  Pinchas, acompanhados pelos utensílios sagrados e trompetes.  Os líderes de Midian são mortos, as cidades destruídas.  Todo o espólio é trazido para Moshe e Elazar nas planícies de  Moav, em frente a Jericho.

 

A capacidade de um pai ou marido anular um voto não é tão bem aceite pelas sensibilidades modernas.  No entanto, em tempos passados, e não tão passados,  os homens eram muito mais responsabilizados pelas decisões dos membros das suas famílias do que agora.  Mas, como já referi muitas vezes, o que ficou por dizer é igualmente importante.  Não há ninguém para anular os votos do homem.  (embora exista um mecanismo na halacha para fazê-lo, os homens têm menos saídas do que as mulheres).   É exigido com mais vigor aos homens que mantenham a sua palavra. Estamos a marchar para a terra de Israel.  Vamos instalar-nos lá.  Todos terão de assumir compromissos comunitários.  O que  digo,   tenho de fazer.   A minha palavra é a minha  palavra; Pode contar comigo.  Enquanto a marcha para a terra continua, pensamos no dia seguinte, no assentamento na terra e na construção da sociedade.   Estamos a apostar desde a marcha até à  terra, à vida  na  terra.  Essa sociedade  tem de ser  construída com base na palavra de cada um.

 

2ª  aliá  (31:13-54)  Moshe está zangado por as mulheres terem sido poupadas, pois foram as armadilhas  nos assuntos ilícitos de Baal Peor.  Ordena a sua morte.  Elazar ensina a passar os utensílios midianitas através do fogo e através da água antes de os usar (kasherização e  imersão).  O vasto espólio está dividido.  Os soldados recebem metade, o povo metade.  Os soldados darão 1/500 do seu espólio aos Cohanim; o povo  dará 1/50  para os Leviim.  O espólio era: 675.000 ovelhas, 72.000 bovinos, 61.000  burros e 32.000 jovens.  Foram dados os dízimos.  Os líderes da guerra aproximam-se de Moshe: nenhum soldado caiu na batalha.  Daremos a totalidade do espólio de ouro e prata como expiação; é 16.750 shekel.

 

O espólio é dividido igualmente entre os soldados e o resto da população.  Havia 1.000 soldados por tribo, 12.000 no total.  O recenseamento da semana passada deu uma população total de 601.000.   Não é  justo: 12.000  soldados  recebem o mesmo que 589.000 pessoas?  Lição aprendida: A sociedade judaica valoriza os seus soldados, expressando-lhes o seu profundo apreço através de recompensas pelo seu serviço.   Os benefícios que a nossa sociedade israelita moderna concede aos soldados que servem o nosso país estão enraizados na nossa Torá. E enquanto um dízimo vai para os Cohanim e  Leviim, aqueles que fornecem força espiritual, isso é minúsculo em comparação com o que é dado aos soldados.  Os Cohanim recebem 1/500 da metade dos soldados.   Os  Leviim  1/50 da metade da população em geral.  Agradecemos a contribuição dos líderes religiosos, mas apreciamos mais a contribuição dos soldados.

 

3a  Aliá  (32:1-19)  As tribos de Reuven e Gad  têm  extensos rebanhos, e a região acabada de conquistar  tem  terras de pastagem exuberantes.  Pediram a Moshe para se instalarem neste local.  Moshe  perguntou retoricamente: os vossos irmãos vão para a  guerra e vós sentais-vos aqui? Ides desmoralizar o povo assim como os espiões, ao não querer entrar na terra. Vistes a reação de De’s ao não permitir que aquela geração entrasse na terra.  As tribos de Reuven e Gad partiram para alojar os seus rebanhos e famílias no lugar, juntando-se ao resto das pessoas nas  batalhas pela  terra.

A guerra com Midian rendeu um vasto espólio de animais.   Os  Bnei  Reuven e os Gad pensam: “se esta terra pode dar tanto, porque não ficar com ela?”  Faz todo o sentido.  Afinal, isto é economicamente seguro e  estável.  Não é o mesmo que os espiões.  Os espiões tinham medo de tomar a  terra, o que, no fundo, foi um repúdio da promessa de De’s de defender a nossa conquista da terra.  Estas  pessoas  estão apenas confortáveis em  chutz  laaretz.  A grama é mais verde deste lado; por que se aventurar  para o outro, o  desconhecido?  Não questionam    se a terra pode ser conquistada; questionam poquê desistir da boa vida.  Parece-vos familiar?

 

4a  aliá  (32:20-33:49)  Moshe  concordou com a oferta das tribos de Reuven e Gad: eles se juntariam à batalha pela terra e após a sua conclusão voltariam para a margem leste da Jordânia.  Moshe informou Yehoshua e Elazar disto, instruindo-os a garantir que tudo o que foi acordado fosse cumprido.  As terras de  Og  e  Sichon foram divididas entre Gad e Reuven, enquanto a região de Gilad foi dada a metade da tribo de Menashe.    Moshe registou todas as viagens até aqui, enumerando-as todas com  grande detalhe.  Quando  chegaram a  Hor  Hahar,  Aharon  morreu, aos 123, anos no primeiro dia do quinto mês (1 Av).  As  viagens terminaram nas planícies de  Moav  em frente a Jericó.

 

A aquiescência ao pedido das tribos de Reuven e Gad é surpreendente.  Por que permitir que se assentem fora da terra de Israel, instalando-se nas terras de  Og  e  Sichon?   Isto pode parecer duro,  mas a terra que foi conquistada está a ser inequivocamente reivindicada como nossa.  Estas são as terras de  Sichon  e  Og.  Lutaram contra o povo judeu.  A justiça nacional exige que a sua oposição não passe despercebida.  Se todos os judeus tivessem entrado na terra, esta área  seria  reconquistada pelo adversário.  Também com a guerra com Midian.  O esforço nacional de sedução não pode ser deixado sem oposição.  O povo judeu está a transmitir uma mensagem daquilo a que podemos chamar uma lei newtoniana da justiça nacional;  toda a oposição a nós será confrontada com uma oposição a vós.

 

5a  aliá  (33:50-34:15) Nas margens do Jordão, o povo é ordenado a tomar a terra de Israel e instalar-se nela, por ela lhe ter sido dada.  Deve substituir o povo da terra, pois, senão, eles serão um espinho do seu lado; e, inevitavelmente, o que vos estou a  ordenar, que os substituam, será feito por eles a vós.  As fronteiras da terra: ao sul, do Mar Mediterrâneo até ao Mar Morto; a fronteira ocidental é o Mar Mediterrâneo a norte até ao Líbano, a Norte até à Síria, a leste ao longo do Jordão.

 

A delimitação das fronteiras da terra é complicada porque alguns dos marcos que descreve não nos são familiares.  No entanto, é evidente que a fronteira sul não se estende até Eilat.  A fronteira norte estende-se até ao Líbano de  hoje.  E a fronteira oriental  inclui grande parte da Síria de hoje.  Com a chegada iminente do ano de  Shmitta  em Israel, determinar a fronteira sul é útil, pois qualquer produto cultivado a sul dessa fronteira não será obrigado pelas leis de  Shmitta.

 

6a  aliá  (34:16-35:8) Os líderes das tribos partilharão a terra.  Aos  Leviim  serão dadas cidades entre as tribos.  Cada cidade terá área aberta e área de pastoreio à sua volta, 2.000  amot  em área total fora da cidade.  Os  Leviim  podem instalar-se nas cidades de refúgio ou em 48 cidades designadas.  Estas cidades são fornecidas pelas tribos,  de acordo com o tamanho da tribo e sua área atribuída.

 

A descrição da área aberta e de pastoreio ao redor da cidade é uma das passagens ecológicas da Torá.  Um pulmão verde ao redor da cidade.  2.000 amot é  cerca de um quilómetro.  Como as cidades eram pequenas (não havia necessidade de estradas largas para carros no mundo antigo), isto equivale a uma saudável cintura verde ao redor de toda a cidade.

 

7a  aliá  (35:9-35:13) Devem ser estabelecidas Cidades de Refúgio, 3 no lado oeste da Jordânia, 3 a leste.  Quem matar acidentalmente pode  fugir para lá.  Não é acidental mas sim assassinato se uma pessoa atacar outra com uma arma letal, ou se o ataque for premeditado.  O  assassino será condenado à morte; os familiares das filhas de  Zelophchad  apontaram a Moshe que que a herança da família seria danificada,  pois as filhas vão se casar com homens de outra tribo, e, assim, a integridade do loteamento familiar deles seria danificada.  Nem sequer regressará em Yovel, pois começará com outra tribo.   Moshe instruiu que  estas mulheres casassem com homens da sua família, de modo a manter a integridade do loteamento da família.

 

Na descrição das cidades de refúgio, qualquer ilusão de que a sociedade judaica na terra será perfeita é dissipada.  Haverá assassinatos.  E nesta parsha, travámos uma batalha devido à falha do mau comportamento sexual com as mulheres de Midian.  E mais cedo na Torá, o bezerro de ouro e adoração de ídolos.   Os  judeus do deserto passaram pelos grandes 3: idolatria, adultério e assassinato.  Não  somos, nem temos ilusões de que seremos uma sociedade perfeita.  Mas, com todo o conhecimento, De’s está a prometer-nos que entraremos na terra iminentemente.  Alguns judeus vão errar, vão pecar, vão falhar. Mas não o povo judeu.  O pacto com o povo perdura. Com algumas pedras no caminho, mas  perdura. O livro de  Bamidbar  termina nas margens do Jordão, pronto para entrar na terra.