Parashá da Semana – Vaycra

Parashá da Semana – Vaycra

Por: Rav Reuven Tradburks

O tema da parsha são os sacrifícios. Oferendas diferentes serão necessárias em várias circunstâncias, posteriormente no livro de Vayikra. Esta parsha descreve as regras dessas ofertas, de modo que quando elas vierem mais tarde, o seu procedimento seja familiar.
A parsha descreve os procedimentos para: Olah, uma oferta totalmente queimada, Shlamim, uma oferta consumida pelos cohanim e pelo proprietário, e Chatat, uma oferta de pecado. No decorrer destes, também é descrita a mincha, a oferta de farinha.

1ª aliá (Vayikra 1:1-13) E Ele chamou Moshe, e De’s falou com ele. Quando uma pessoa traz uma Olah, esta pode ser trazida de gado bovino, ovino ou caprino. Se for de gado bovino, o procedimento é: o proprietário coloca as mãos sobre o animal, o animal é abatido perante De’s, o sangue é salpicado sobre o altar, as gorduras são queimadas e toda a oferta é queimada. Se for ovino ou caprino, é efetuado o mesmo procedimento: abater no mesmo local, salpicar o sangue, oferecer as gorduras e queimar completamente.

As primeiras palavras da parsha desconcertam os comentaristas. Nenhum professor permitiria que um aluno começasse um texto com “E ele chamou Moshe.” Quem é “ele”? Nada aconteceu no livro ainda para que possamos relacionar o “ele”. Porque começar com “E”?

A Torá está a referir-se à história anterior. E a continuá-la. No final de Shemot, o Mishkan foi concluído. A nuvem espessa desceu, indicando a presença de De’s. Moshe não podia entrar na área do Mishkan devido à nuvem. De’s agora diz a Moshe para entrar, para lhe ensinar as leis das oferendas.

Esta interação enquadra o livro de Vayikra. Em Shemot, De’s desceu até nós. Deu ordens sobre o Mishkan, como o lugar de encontro connosco. Desceu e encheu o lugar. E agora? Agora é a nossa vez. Ele aproximou-se de nós. Agora, nós aproximamo-nos dEle. Em Shemot, o povo judeu é passivo, aproximado por Ele. Recebemos ordens de construir um ponto de encontro para De’s se encontrar connosco. Agora, em Vayikra, o povo judeu é ativo. Assim, este livro é uma continuação do anterior; no anterior, Ele aproximou-Se de nós; neste, nós aproximamo-nos dEle. E é este o significado dos sacrifícios: o Homem aproximando-se de De’s.

2ª aliá (1:14-2:5) Se a Olah for de aves, o procedimento é semelhante: sangue salpicado, órgãos queimados, e completamente queimado. Se uma nefesh trouxer uma oferta de farinha, o procedimento é: a farinha é misturada com azeite e incenso. O cohen toma uma medida, queima-a no altar. O restante é comido pelos cohanim. A oferta de farinha também pode ser asada ou frita, na forma de uma matza fina com azeite.

A oferenda de Olah é uma escala gradativa. Gado bovino, ovino, caprino, aves, farinha. Enquanto o coração pode desejar se aproximar de De’s, o bolso pode resistir-se. Rashi salienta que, ao descrever quem traz a oferta de farinha, a menos cara, a Torá usa a palavra nefesh, como se dissesse que é a alma que leva a pessoa a trazer uma oferenda; para alguns, a oferta de farinha é um sacrifício tão grande como um touro é para outros.

3ª aliá (2:6-16) Ou pode trazer-se uma oferta de farinha frita e macia. Nestes casos, o cohen traz a oferta de mincha ao altar, oferecendo uma medida. O restante é comido pelos cohanim, tratado como santidade de santidades. Nenhuma oferta deste tipo pode ser chametz ou com mel. Apenas a oferta dos primeiros frutos contém chametz e mel. A oferta do Omer é de grãos de cevada nova com casca, secada no fogo e moída, com azeite e incenso.

Como podemos encontrar sentido em sacrifícios? Deixe-me partilhar o seguinte:

Na vida, experimentamos um leque de sentimentos e emoções. O sucesso traz satisfação; o fracasso, desilusão. Às vezes, sentimo-nos desesperados, derrotados por desafios e incertezas. Ameaças de guerra ou de doença fazem-nos sentir frenéticos. O pecado pode causar um sentimento ainda maior de falta de valor. Outras vezes sentimo-nos exuberantes, abençoados, afortunados. Que o sol brilhou sobre nós. Gratidão, apreço, corações cheios.

A vida está cheia de experiências de ansiedade, triunfo e desilusão. Uma alma sensível precisa de se expressar; a alma religiosa precisa de enquadrar estas emoções em relação com De’s.

Há ocasiões destacadas posteriormente neste livro nas quais as oferendas são exigidas. E há ocasiões nas quais as efetuamos voluntariamente.

Uma olah é uma oferenda que é completamente queimada. Expressa uma profunda submissão a De’s. É feita em vários contextos: oferendas comunitárias, oferendas individuais obrigatórias e voluntárias. Mas seja qual for o contexto, transmite submissão. Esta é, de facto, uma atitude central da nossa relação com De’s. Pode vir acompanhada de alegria, de culpa, de agradecimento, mas a resignação e a submissão formam a raíz da nossa experiência religiosa. Então, quando se faz uma oferenda de olah, esta pode ser uma expressão do mais profundo reconhecimento, mas transmite esse reconhecimento com submissão:  não são as minhas mãos que forjaram o meu sucesso; eu, como judeu, vivo de mão dada com De’s. O meu sucesso exige que eu me dirija a De’s, assim como o meu desespero. Entrego-Lhe a minha vida inteiramente – tanto o meu sucesso como o meu desespero. Esta entrega completa expressa-se na oferta voluntária de uma olah – uma oferta completamente queimada. Como se dissesse: estou nas Tuas mãos.

4ª aliá (3:1-17) A oferta de Shlamim pode ser de gado bovino, caprino ou ovino. O seu procedimento é: o dono coloca as mãos na cabeça do animal, os cohanim pegam o sangue após o abate e salpicam-no no altar, as gorduras são queimadas. Uma lei eterna é que nenhum sangue ou gordura pode ser comido.

O Shlamim é comido pelo dono, em conjunto com o Cohen. Não é completamente queimado, como a Olah. Como tal, expressa uma parceria entre o Homem e De’s. Tem um tom de celebração. Talvez seja o celebrar do facto de que, até certo ponto, somos submissos a De’s mas ao mesmo tempo também somos Seus parceiros. É a complexidade da experiência humana, combinar a submissão com a parceria.

5ª aliá (4:1-26) Quando uma nefesh peca: se o Cohen peca nas suas atividades oficiais, ele traz um touro como oferenda de pecado. O seu procedimento é: o cohen coloca as mãos na cabeça do animal, o cohen salpica o sangue em direção à cortina do Santo dos Santos e no altar do incenso. As gorduras são queimadas. O touro é queimado fora da área sagrada, onde outras cinzas são depositadas. Se todo o povo comete um pecado, é trazido um touro como oferenda de pecado. O seu procedimento segue o dos Cohen: os anciãos pousam as mãos na cabeça do animal, os cohanim salpicam o sangue em frente do Santo dos Santos e no altar do incenso. As suas gorduras são queimadas e o touro é queimado fora da área sagrada, assim como a oferta de pecado do Cohen. Quando o Governante comete inadvertidamente um pecado, traz uma cabra. Põe as mãos na cabeça da cabra, os cohanim colocam o sangue nos cantos do altar, as gorduras são queimadas.

Esta aliá descreve 3 oferendas de pecado trazidas pelos líderes: o Cohen, o Sanhedrin quando toma uma decisão que o povo segue e que percebem depois que estava errada, e o Rei. Os verdadeiros líderes têm de reconhecer que, apesar de terem uma posição mais elevada do que o resto do povo, permanecem submissos a De’s.

A “infalibilidade papal” não é uma noção judaica; aqui assumimos que o Cohen (o líder religioso), o Sanhedrin, (o poder judicial) e o Rei (o líder político), todos pecam. E admitem os seus pecados.

6ª aliá (4:27-5:10) Se uma pessoa peca inadvertidamente, traz uma cabra como oferenda de pecado. Coloca as mãos na cabeça do animal, o sangue é colocado nos cantos do altar, as gorduras são queimadas. Pode trazer uma ovelha; o procedimento é semelhante. A oferenda de pecado de Asham é trazida por: não ter dado testemunho, e isso ter resultado em que se tenha feito um juramento desnecessariamente; ter violado inconscientemente as leis da pureza depois de se ter tornado impuro; ter feito um juramento desnecessariamente. É feita uma confissão. A oferta pode ser de ovelhas ou de cabras. Se o proprietário não puder pagar estes animais, então pode trazer duas aves, uma para olah e outra para oferta de pecado.

É crucial notar que a oferenda de pecado não é o primeiro sacrifício nas descrições das oferendas. É o terceiro, a seguir à Olah e aos Shlamim. As oferendas não são trazidas só para expiar pecados. E nem todos os pecados podem ser expiados através de oferendas. Alguns nem sequer têm necessidade de uma oferenda. E, para outros, uma oferenda não é suficiente para a expiação. As oferendas cobrem todo o leque da experiência humana e, mais precisamente, expressam um desejo de envolver De’s em todo o tipo de experiências, não só quando se precisa de expiação.

7ª aliá (5:11-25) E se não puder pagar estas duas aves, então pode trazer uma oferenda de farinha, embora sem azeite nem incenso, uma vez que esta é uma oferta de pecado, um Asham. Uma medida cheia é trazida para o altar; os cohanim consomem o resto. Se uma pessoa usa propriedade santificada, precisa de trazer um carneiro para expiação como Asham. E tem que compensar o fundo sagrado com uma penalidade adicional de 1/5. Se uma pessoa não tem a certeza de um pecado, precisa de trazer um carneiro para expiar como Asham. Se uma pessoa nega uma obrigação financeira e jura falsamente, deve fazer a restituição com um 1/5 adicional e trazer um carneiro para expiar.

Estas oferendas têm que ser levadas para o Mishkan, e, posteriormente, para Templo de Jerusalém. A experiência da grandeza desses lugares geraria humildade. A experiência do sacrifício no lugar sagrado gera uma humildade saudável: conhecer o nosso lugar como seres majestosos, mas humildes na Sua presença.

 

 

Parashá da Semana – Vayakel – Pekudei

Parashá da Semana – Vayakel – Pekudei

Por: Rav Reuven Tradburks

Esta dupla parashá é a implementação do edifício do Mishkan. Tivemos 3 parshiot de comandos para construir o Mishkan. Esta é a construção e montagem real.

Quando temos uma parashá dupla, a primeira parashá vai ter 4 aliot, com a 4ª a continuar na segunda parashá. Assim, cada parashá recebe 3 ½ aliot.

1ª aliá (Shmot 35:1-29) Moshe reúne as pessoas, instruindo-as a não trabalhar em Shabbat. Apela às pessoas para que forneçam tudo o que será necessário: metais, têxteis, azeite, especiarias, jóias. Tudo o que De’s ordenou será efetuado por trabalhadores qualificados: o Mishkan, as suas coberturas, o Aron, a Shulchan, a Menorah…. Listando todos os utensílios, a estrutura do Mishkan e as roupas do Cohen. Em resposta ao apelo de Moshe, o povo contribui generosamente: metais, têxteis, jóias, especiarias e azeite.

A generosidade do povo é marcante. Não imaginaríamos que acabámos de ter o Bezerro de Ouro. Perguntamo-nos como o Homem pôde cair tão rápido depois do Monte Sinai fazer o bezerro de ouro. Mas também nos deveríamos perguntar, ou talvez maravilharmo-nos, com a rapidez com que o Homem se levanta do bezerro de ouro para doar para o Mishkan de uma maneira tão maravilhosa. O Homem é capaz de ser um adorador de ídolos num dia e um generoso doador para De’s no dia seguinte.

2ª aliá (35:30-37:16) Moshe apresenta Betzalel, chamado por De’s, cheio com o espírito de De’s, para ser o artesão chefe. Moshe chamou Betzalel e Aholiav e todos os artesãos, para virem fazer tudo o que De’s ordenou. Eles levaram os materiais para começar o trabalho. Chegaram mais doações no dia seguinte. Moshe anunciou que não eram necessárias mais doações. O trabalho foi feito: as cortinas sobre o Mishkan, as cortinas de pele de cabra e a cortina de pele colorida em cima. As tábuas para as paredes, o parochet para pendurar em frente ao Santo dos Santos, e a cortina à entrada do Mishkan. Bezalel fez o Aron e a shulchan.

Betzalel é descrito como tendo Ruach Elokim – espírito de De’s. É um mestre do artesanato. Mas essa mestria é dada por De’s. Esta é uma filosofia poderosa da Torá; a grandeza do Homem é um presente de De’s. As habilidades são um presente que nos é dado, são uma bênção. Muitas e variadas são as habilidades do Homem: Betzalel tem arte, alguns têm música, outros têm eloquência, outros têm o dom de compreender as outras pessoas, alguns têm capacidade matemática, outros são educadores maravilhosos. Podemos orgulhar-nos das nossas capacidades, mas ao mesmo tempo temos que ser humildes e agradecidos pelo facto de Ele nos ter escolhido para nos dar essas competências. A verdadeira humildade não exige que rejeitemos os nossos talentos; apenas que os atribuamos corretamente à sua fonte. São dados por De’s.

3ª aliá (37:17-29) E ele fez a Menorah e o Altar do Incenso.

Esta é uma aliá curta. Esta parashá dupla tem 190 versículos. É muito longa. Cada aliá tem aproximadamente 30 versículos. Mas esta tem 13. Porquê uma aliá tão curta?

O Mishkan é o alcance do homem para D’us. O edifício é necessário. Mas é estático. É necessário, mas não é suficiente. Um edifício sozinho não é serviço de D’us. A atividade humana é que é. (Como o fenómeno moderno do “complexo de edifícios”. Belas sinagogas sem ninguém dentro).

Existe um padrão na ordem da construção do Mishkan: de estático para dinâmico. O Mishkan é o local de encontro do Homem com D’us. É a humanidade a buscar D’us. O serviço do Homem a D’us é dinâmico. Fazer. Agir. Servir. Esse serviço dinâmico, de seres humanos a realizar um serviço, exige um edifício. Mas o edifício é o meio para atingir um fim; é o palco do espetáculo. Não é o espetáculo em si. A nossa parashá é a mudança do estático para o dinâmico. Da construção ao serviço.

A construção é feita primeiro, seguida pelo conteúdo. Constrói primeiro o exterior; em seguida, faça os acabamentos por dentro. Depois elabora as cortinas que formam o telhado. E as paredes. E a cortina para dividir o santo dos santos, o parochet. É estático. Uma edificação.

Nenhum serviço a D’us é feito pelo edifício. Se houvesse uma edificação sem atividade dentro, D’us não seria servido apenas pelo edifício. Precisamos de atividade.

São construídos os utensílios do Mishkan. Sobre eles ser efetuado o serviço de D’us. O Aron vai no santo dos santos. Depois a Shulchan, colocada fora da cortina do santo dos santos, seguida pela Menorah e pelo altar de incenso.

Passámos da construção estática para os utensílios que constituirão o serviço dinâmico a D’us.

Dentro dos kelim, os utensílios do Mishkan, alguns são mais estáticos e outros mais dinâmicos.

Primeiro vem o Aron; não apenas porque é o mais sagrado, mas porque é estático. Não há avodá, nenhum serviço é feito com o Aron. Ele fica lá, estático, no Santo dos Santos.

Seguidamente é a Shulchan. Há avodá, serviço. Os pães são colocados nesta mesa uma vez por semana, ficando durante a semana. Não se faz nada com os pães diariamente. Existe um serviço dinâmico e humano, mas não é diário. Apenas semanal. Ainda não chegámos ao serviço diário mais dinâmico e humano.

E, por isso, a aliá termina aí. Há uma progressão: do edifício estático ao Aron estático ao Shulchan dinâmico semanalmente.

A nossa aliá é dinâmica. Estes são os kelim mais sagrados, vasos que têm a atividade de serviço mais dinâmica. A Menorá e o Incenso são avodá diária, serviço diário. A Menora é iluminada diariamente. O incenso é queimado diariamente. Por isso, esses utensílios têm a sua própria aliá.

4ª aliá (38:1-39:1) Ele fez o altar para as oferendas, o lavatório de cobre, as cortinas de renda para pendurar em todo o perímetro do Pátio e painel para cobrir a entrada. Foi feito um inventário de todas as matérias-primas usadas: o ouro, a prata, o cobre – e de para quê foram usados. Os têxteis finos foram usados para as vestimentas dos Cohen, tal como De’s ordenou a Moshe.

O padrão continua. A atividade mais dinâmica é no altar das oferendas. Oferendas diárias. Com acrescento de Mussaf em certas ocasiões. Oferendas voluntárias. Este é o aspeto mais dinâmico do Mishkan.

5ª aliá (39:2-21) O Efod (túnica) foi elaborado a partir de materiais coloridos, como De’s ordenou a Moshe. As pedras preciosas com os nomes de Israel esculpidos foram colocadas nos ombros do Efod, como De’s ordenou a Moshe. O Choshen (placa peitoral), do material do Efod, foi feito com as 12 pedras preciosas incrustadas nele, pendurado das peças dos ombros do Efod, como De’s ordenou a Moshe.

Passámos do estático para o dinâmico, do serviço semanal para o diário feito uma vez por dia, e depois para o serviço que se faz várias vezes por dia. Mas há um serviço dinâmico ainda mais dramático. Que ocorre não só várias vezes por dia mas todos os dias, o dia inteiro. São as peças de vestuário dos Cohanim. Usar essas vestes é em si mesmo uma avodá, um serviço. Caminhar pelo Mikdash com essas vestimentas é em si mesmo um serviço. Um serviço constante.

Também é assim com o nosso serviço a De’s. Temos mitzvot semanais, diárias e de várias vezes por dia, e temos também mitzvot constantes, como temer a De’s, ama a De’s, dizer a verdade, cuidarmos dos outros.

6ª aliá (39:22-43) O Meil (manto) foi feito de Techelet, com romãs e campainhas na bainha, como De’s ordenou a Moshe. O K’tonet (manto de linho) foi feito para todos os Cohanim, assim como o Turbante e o Cinto, como De’s ordenou a Moshe. O Tzitz dourado (para a testa) foi feito e colocado, como De’s ordenou a Moshe. Todo o trabalho foi concluído como De’s ordenou a Moshe. Todo o trabalho concluído foi trazido a Moshe: a construção do Mishkan, os utensílios, o pátio exterior, as vestes do Cohen. Moshe viu que tudo foi feito como De’s lhe tinha ordenado. Moshe abençoou o povo.

Concluímos com as vestimentas reais, as vestes coloridas e douradas do Cohen Gadol.

Quando o trabalho fica pronto Moshe abençoa o povo. Que a Shechiná repouse no trabalho das vossas mãos. Porque o padrão é esse: construção estática, depois serviço do Homem, progredindo do menos frequente para o mais frequente, até ao serviço a De’s constante.  Mas isso é tudo uma via de sentido único. Nós na direção dEle. Moshe abençoa-os: que a vossa aproximação a Ele receba a aproximação dEle a vós. Ou, mais precisamente, da Shechiná, o Seu abraço.

7ª aliá (40:1-38) De’s ordena a Moshe: No primeiro dia do primeiro mês, monta o Mishkan. Moshe recebe instruções sobre a ordem exata para colocar os utensílios e o edifício. Ele deve vestir os Cohanim e ungi-los. Moshe fez tudo o que De’s lhe ordenou. No primeiro dia do primeiro mês do segundo ano, o Mishkan foi montado, na ordem exata que De’s ordenou a Moshe. Moshe completou o trabalho. Uma nuvem cobriu o Ohel Moed; a glória de De’s encheu o Mishkan. Moshe não podia entrar, devido à nuvem e à glória de De’s. A subida da nuvem era um sinal para viajarem. A nuvem de De’s estava no Mishkan durante o dia. Durante a noite, fogo, visível para todo o povo judeu.

O culminar do edifício é a descida da nuvem, indicando a presença De’s. Essa é a verdadeira culminação do Mishkan. Um lugar na terra para o encontro do Homem com De’s. A nossa aproximação a Ele é recebida pelo Seu abraço. O povo judeu tornou-se um povo com quem a Shechiná reside. E esse é o culminar, não só desta construção mas de todo o livro do Êxodo. Levar-nos a sermos parceiros dEle neste mundo.

Purim ao redor do mundo – 2023

Purim ao redor do mundo – 2023

As comunidades da Shavei Israel em todo o mundo celebraram Purim esta semana e sabemos que todos se divertiram muito porque temos fotografias para o provar!

Recebemos muitas, muitas fotos e vídeos, especialmente de algumas das nossas amadas comunidades emergentes da América Latina.

Aqui estão algumas das belas fotos das nossas comunidades, pessoas de todas as idades a celebrar esta linda festa.

Pode ver a o álbum de fotos completo AQUI 🙂 

Parasha da Semana – Ki Tissa

Parasha da Semana – Ki Tissa

Parshá Ki Tisa

Por: Rav Reuven Tradburks.

O primeiro terço da parashá conclui as instruções sobre o Mishkan. O resto da parashá é a história do Bezerro de Ouro, concluindo com a reconciliação e o perdão.

As primeiras aliot estão entre as mais longas da Torá; a primeira tem 44 versos, a segunda 47. As restantes 5 aliot juntas têm 48 versos.

1ª aliá (30:11-31:17) Todos devem dar meio shekel como expiação. Através destes fundos, são trazidas as oferendas – e, assim, todos estão representados através delas, como uma recordação e uma expiação. Faz um lavatório de cobre. Coloca-o fora da área do Mishkan, perto do altar. Os Cohanim devem lavar as mãos e os pés antes do serviço. Faz óleo de unção perfumado. Usa-o para ungir o Mishkan, todos os seus utensílios e os Cohanim. Esta receita não deve ser reproduzida para loções corporais pessoais. Faz incenso para colocar em frente à arca, o lugar onde Eu Me encontrarei contigo. Este incenso é muito sagrado. Não deve ser feito para teu prazer olfativo. Chamei Bezalel e enchi-o com o espírito divino para dominar todos os tipos de artesanato, em metais e outros materiais. Ele, juntamente com Ohaliav, vai moldar todos os objetos para o Mishkan que Eu ordenei. Guardai o Shabbat, já que é um sinal entre Mim e vós para sempre, pois sou Eu quem vos santifica. Não façais nenhuma melachá. É um sinal eterno para de que em seis dias fiz o mundo e ao sétimo cessei.

Esta longa aliá permite que toda a história do Bezerro de Ouro seja contada na aliá dos Levi, a segunda, uma vez que os Leviim não participaram no Bezerro de Ouro.

As instruções para a construção do Mishkan estão completas, assim como as instruções para as roupas do Cohen. As instruções aqui são todas preparatórias. Não se consegue começar de facto a usar o Mishkan sem estes elementos. Óleo de unção para santificar os utensílios. Lavatório. Incenso. Prepara todas estas coisas, para quando o Mishkan for construído.

Os Cohanim tinham que se lavar antes do serviço. Lavar as mãos e os pés. Rashi diz: junta a mão direita e o pé direito e deita água sobre os dois ao mesmo tempo. A água é um tema recorrente na Torá. Levando o nosso pensamento de volta à Criação. Versículo 2 da Torá: E o espírito de De’s pairava sobre as águas. A água é símbolo do regresso à Criação; recomeço, reiniciação, reinício. Por vezes imergimo-nos dentroda água. Aqui não entramos dentro da água deitamos água em nós; Entrar na água é submissão; largo mão da minha autonomia e mergulho na água. Aqui, o Cohen tem o controlo: ele é que deita a água. Deitar a água é uma ação assertiva; imergir nela é uma ação de submissão. A santidade cria-se não só através da submissão mas também através da assertividade do Homem. O Homem é parceiro de De’s na criação de santidade.

Os utensílios do Mishkan, incluindo a Menora e a Shulchan, só se tornam sagrados depois de serem ungidos. A santidade exige a mão do Homem. Isso é incrível. O Homem é parceiro de De’s na criação de santidade.

Até chegarmos ao Shabat. A santidade do Shabat não requer a ação do Homem; requer a inação do Homem. O Mishkan é santidade táctil, santidade material. Santidade terrena. A santidade terrena é criada pelo Homem. O Shabat é santidade de ser, não material. A santidade do Shabat requer inação, retirada. Ser. Sem criar. A santidade é uma dualidade: ação e inação, criação e retirada, parceria com De’s na criação e deixar para O Bendito no Shabat.

2ª aliá (31:18-33:11) Enquanto Moshe está na montanha a receber as luchot, o povo em baixo está a fazer um bezerro de ouro. De’s diz a Moshe que o seu povo fez um bezerro de ouro. Quer destruí-los e começar de novo com Moshe. Moshe implora em nome deles. De’s cede. Moshe desce com tábuas escritas por De’s. Quando vê o bezerro de ouro, parte as tábuas. Moshe confronta Aharon. Aharon explica o que aconteceu. A mando de Moshe, os Leviim castigam os 3.000 culpados. Moshe sobe à montanha. Admite o pecado do povo, pedindo perdão. E senão, retira-me do livro. De’s contrapõe que aqueles que pecarem serão os que vão ser apagados. Agora, vai, liderado pelo meu anjo, e leva o povo para a terra. Porque não estarei no teu meio, para que não sejas destruído. O povo está perturbado. Moshe retirou a tenda de reunião para fora do acampamento, pois é lá que De’s falará com ele agora. Uma nuvem descia quando De’s falava com Moshe. O povo via-a e curvava-se. De’s falava com Moshe cara a cara, como as pessoas o fazem.

O tema principal desta história tão rica e complexa é o tema do perdão. A Torá tem sido a história da aproximação de De’s ao Homem. Culminou com a revelação íntima no Sinai. O Mishkan deve ser um ponto de contacto duradouro entre o Homem e De’s. Depois de toda essa aproximação de De’s para com o Homem, vem o pecado da infidelidade. Mas esta história não é a história do pecado, mas sim a história da aproximação de De’s ao Homem, apesar do pecado do Homem.

É dito muito pouco sobre o pecado, mas muitos versículos descrevem o perdão. A história envolve pecado, mas a sua mensagem é de perdão. É a história do amor que perdura depois do pecado. O povo não é destruído. A jornada para a Terra de Israel continua. De’s continua a falar com Moshe.

Vão acontecer pecados, até mesmo idolatria, mas Ele não desiste do Homem.

3ª aliá (33:12-16) Moshe desafia De’s: Se encontrei favor nos Teus olhos, faz-me conhecer os Teus caminhos. Assim posso agir corretamente, pois afinal de contas, este é o Teu povo. De’s diz: Vou guiar-te. Moshe pede: Não nos faças sair daqui, a não ser que o Teu Rosto vá connosco.

Esta é a interação mais rica entre De’s e Moshe que pudemos ouvir. Moshe quer saber os caminhos de De’s. Ele quer intimidade, não distância. E não está sozinho nisso. Agora é o Homem a procurar De’s. Como vamos compreender esta interação Divino-humana? Porque Estás aqui e não Estás. Moshe procura proximidade. De’s refuta. Moshe pressiona. Queremos o Teu Rosto.

4ª aliá (33:17-23) De’s: Farei o que disseste. Moshe: Mostra-me o teu kavod, a tua glória. De’s: Passarei diante de ti, chamarei o Meu Nome diante de ti, mostrarei misericórdia a quem escolher mostrar misericórdia. Não podes ver o Meu Rosto e sobreviver. Fica na fenda da rocha; passarei à tua frente. Verás as Minhas costas, mas o Meu Rosto não verás.

De’s concorda com a exigência de proximidade de Moshe. Até certo ponto. Moshe continua. Não só o Teu Rosto. Quem És? Quero a Tua plenitude, a Tua glória. De’s não recua. Revelarei, mas com limites: terás que te contentar com vislumbres por trás. Este diálogo é o que todos sentimos no desafio deste mundo. Vemos, mas não vemos. Apercebemo-nos, mas por trás. Queremos atingir o ponto máximo, mas vamos ter que viver sem isso.

5ª aliá (34:1-9) De’s instrui Moshe a fazer um segundo conjunto de tábuas. Moshe sobe a montanha sozinho. De’s desce numa nuvem e invoca: De’s, De’s Misericordioso… os 13 atributos de misericórdia. Moshe prostra-se. E diz: Por favor, Fica entre nós, e embora o povo seja obstinado, Perdoa os seus pecados.

Quando De’s desce e «ele» diz «De’s é Misericordioso» – Quem é o «ele»? É De’s a descrever-Se a Ele próprio como Misericordioso ou é Moshe a chamar «Ó, Misericordioso?» É De’s a chamar ou Moshe a chamar? É Moshe a pedir misericórdia a De’s? O Talmude diz que é De’s a falar. Ele ensina a Moshe os 13 atributos de misericórdia. Embora isso pareça estranho (Ele está a chamar o Seu próprio nome), Ele disse a Moshe na aliá anterior que ia fazer isso. Versículo 33:19: Passarei diante de ti e chamarei o nome de De’s perante ti. De’s ensina ao Homem como ganhar novamente o Seu favor depois de pecar. Isso também é um sinal do Seu amor por nós.

6ª aliá (34:10-26) De’s respondeu: Estou a fazer um pacto. Verás sinais e maravilhas, o trabalho de De’s, que é incrível. Faz o que Eu mandar. Não faças alianças com os povos da terra, pois isso vai levar-te a adorar ídolos e a casar com pessoas desses povos. Celebra as nossas festas, o nosso Shabbat, as nossas leis no nosso Templo.

A marcha para a terra de Israel continua. Como quem diz: bom, voltemos ao que estávamos a fazer. Estávamos a ir para a terra. O pecado? Esse bezerro de ouro foi realmente um pecado muito mau, um pecado nacional dececionante. Mas vamos continuar o que estávamos a fazer, a marcha para a terra. Foi um perdão completo.

7ª aliá (34:27-35) Moshe esteve na montanha 40 dias, escrevendo o segundo conjunto dos Dez Mandamentos. Ao descer com as tábuas, o seu rosto brilhava. O povo tinha medo dele. Moshe instruiu-os em tudo o que De’s falou com ele na montanha. Moshe cobria a cara quando estava com o povo, descobrindo-a quando De’s falava com ele.

Esta intensa parashá termina com uma imagem ainda mais sublime. O encontro de Moshe com De’s torna-se evidente no seu rosto. A proximidade com o Divino não deixa ninguém inalterado.

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Rav Reuven Tradburks é o Diretor do Machon Milton, o curso de preparação para a conversão em inglês, uma parceria do Rabbinical Council of America (RCA) e da Shavei Israel. Rav Tradburks também é Diretor Regional para Israel da RCA. Antes da sua aliá, Rav Tradburks trabalhou durante 10 anos como Diretor do Tribunal de Conversão do Vaad Harabonim de Toronto, e foi rabino comunitário em Toronto e nos Estados Unidos.

Parashá da Semana – Tetzaveh

Parashá da Semana – Tetzaveh

Por: Rav Reuven Tradburks

São dados os mandamentos relativos ao vestuário especial do Cohen Gadol, bem como o vestuário para os outros Cohanim. Os Cohanim e o altar são instaurados numa cerimónia de 7 dias. São dados os mandamentos da oferenda diária e do altar para o incenso.

Nos versos que descrevem o vestuário dos Cohen vou indicar a negrito quais são as peças do Cohen Gadol e quais são as do resto dos Cohanim.

1ª aliá (Êxodo 27:20-28:12) A Menorah deve ser iluminada todas as noites. Toma a Aharon e aos seus filhos para Me servirem. Faz-lhes vestes sagradas para honra e glória. Cohen Gadol, Vestuário 1: Faz o Efod. É tecido de techelet, roxo e vermelho. É uma saia com alças. Uma jóia ornamentada com os nomes de 6 tribos é presa a cada uma das alças. Aharon leva os nomes do povo judeu como lembrança perante De’s.

Existem 2 conjuntos diferentes de peças de vestuário para os Cohanim. Os Cohanim normais vestem 4 peças de roupa de linho branco. O Cohen Gadol veste estas 4 peças de roupa de linho branco, bem como mais 4 peças adicionais coloridas e douradas, sobre as peças brancas.

A Torá começa com as vestes mais elaboradas do Cohen Gadol. Mas esta não é a ordem em que ele as vestiria de manhã. Seria como vestir o sobretudo, depois a camisa, depois a camisa interior. Não vai resultar.

Mas isto é paralelo à descrição do Mishkan. Começámos com o Aron porque esse é o coração do edifício, embora, quando construído, o edifício fosse construído primeiro. Também aqui, as peças de vestuário dos Cohen Gadol são as mais dramáticas, por isso, mesmo que sejam as últimas, são descritas em primeiro lugar.

Estas são cores da realeza; as mesmas cores que as belas cortinas do Mishkan. Estará o Cohen vestido de forma majestosa por causa de perante Quem ele se aproxima? Tal como nós nos vestiríamos no nosso melhor para uma audiência com o Rei. Ou está De’s a ordenar-nos segundo o que Elepensa de nós, como se dissesse “Sois reis aos Meus olhos, portanto vesti-vos em conformidade”. O Cohen Gadol representa o povo judeu, um povo majestoso aos Seus olhos.

2ª aliá (28:13-30) Cohen Gadol, Vestuário 2: Faz o Choshen Mishpat. Quatro fileiras de 3 pedras preciosas diferentes, cada uma com o nome de uma tribo de Israel, montadas sobre um fundo de tecido colorido. Ata este peitoral com correntes de ouro às alças dos ombros do Efod e à saia. Aharon levará os nomes do povo judeu sobre o coração quando entrar no lugar sagrado. Como uma lembrança constante perante De’s. E coloca nesta placa de peito os Urim e tumim.

Os nomes das 12 tribos estão inscritos duas vezes. 1) 6 nomes numa joia, 6 noutra, montados nas alças dos ombros do Efod. 2) Individualmente, em cada pedra da placa de peito. Nos ombros e no coração. O Cohen Gadol, como representante de todo o povo judeu, expressa a nossa abordagem a De’s. Levamos sobre os ombros a nossa responsabilidade; amamos com todo o coração.

3ª aliá (28:31-43) Cohen Gadol, Vestuário 3: Faz o Me’il, um manto completamente de cor techelet, com uma abertura para a cabeça. Na bainha inferior, coloca alternadamente romãs de lã colorida e campainhas douradas. Assim, a entrada e a saída de Aharon perante De’s serão ouvidas. Cohen Gadol, Vestuário 4: Faz o Tzitz, uma placa de ouro para a cabeça com as palavras «Consagrado a De’s» gravadas nela. Fixa-a ao turbante para que fique na testa. Através dela, Aharon levará os pecados cometidos no serviço sagrado e assim o povo judeu ganhará favor perante De’s. Todos os Cohanim, 4 peças de vestuário: O Cohen Gadol e todos os Cohanim durante o serviço usam 4 peças de vestuário. 3 destas são de linho branco: 1. calças, 2. robe (ketonet) e 3. turbantepara a cabeça. A 4ª é um cinto de lã colorida. Os Cohanim usam estas vestes durante o serviço; o Cohen Gadol usa apenas estas 4 quando entra no Santo dos Santos. E usa estas estas 4 peças e mais as 4 peças coloridas e de ouro, num total de 8, durante o resto do ano.

Os Cohanim comuns usam roupas de linho branco. Isto contrasta fortemente com o Cohen Gadol. Ele está todo enfeitado; eles estão vestidos de modo visivelmente simples. Precisamos de nos aproximar de De’s em majestade, temperada com humildade. O Homem precisa de ser majestoso e, ao mesmo tempo, humilde. Majestoso, mas simples. Como diz o famoso mussar: levar num bolso, «o mundo foi criado para mim», e no outro «Sou pó e cinzas».

4ª aliá (29:1-18) A inauguração dos Cohanim: Para santificar os Cohanim, recebe ofertas de todos os tipos que serão oferecidos no Mikdash. Veste Aharon com as suas vestimentas especiais. Unta-o com óleo. Veste os Cohanim com as suas vestes especiais. Traz as várias ofertas diferentes ao altar – para um aroma agradável perante De’s.

O nome de Moshe não aparece nesta Parsha, embora ele esteja a fazer grande parte da ação. Foi-lhe dito para comandar a iluminação da menorah no início da parsha, e a colocação das vestimentas do Cohen. E aqui, veste Aharon com as suas vestes, ungindo-o assim no seu novo papel. O nome de Moshe está ausente, mas ele está bastante ativo.

Moshe é o epítome da humildade. Na parsha em que o seu irmão assume um papel único e especial no povo judeu, Moshe está completamente ausente. Bem, na verdade não; ele na verdade está bastante ativo; é o seu nome que está ausente. Ele senta-se no banco de trás, investe o irmão com grandeza, não roubando o seu momento nem mesmo com a menção do seu próprio nome.

5ª aliá (29:19-37) Aharon e os Cohanim são investidos através da oferta de um carneiro, com sangue da oferta colocado sobre eles e sobre as suas vestes. São trazidas as oferendas da cerimónia. Um futuro Cohen Gadol, que substituirá Aharon, usará estas vestes especiais durante 7 dias como sua instauração. Eles também vão repetir esta oferta de um carneiro. Aharon e os seus filhos repetem esta cerimónia todos os dias, durante 7 dias. O altar também é inaugurado durante 7 dias.

Aharon e os Cohanim são investidos numa cerimónia de 7 dias de ofertas. É uma longa cerimónia. Talvez seja assim para causar nos Cohanim a forte impressão de que, embora tenham uma posição única, incluindo o facto de receberem presentes e benefícios devido ao seu trabalho sagrado, eles são servos de De’s, e não senhores sobre o povo. O privilégio costuma subir rapidamente à cabeça das pessoas, trazendo arrogância e um sentimento de que tudo lhes é devido. Os Cohanim, como todos os funcionários públicos, precisam de estar atentos para se lembrarem de que eles servem De’s e o povo, e não o contrário. Por isso precisam de uma cerimónia longa do serviço a De’s, para estarem bem cientes das suas posições como servos dEle e não de senhores sobre o povo.

6ª aliá (29:38-46) 2 ofertas devem ser trazidas como oferta diária, uma de manhã e outra à tarde. Uma ovelha com farinha e azeite, e com vinho. É trazido para o Ohel Moed, o lugar onde Me encontro com o povo judeu. Santifiquei este lugar, assim como os Cohanim. Habitarei entre o povo judeu e serei o seu De’s. E saberão que sou De’s, que os tirei do Egito para viver entre eles.

A oferenda diária permanente é levada duas vezes por dia especificamente à Ohel Moed, o local onde De’s declara que vai habitar entre o povo. A aproximação da Mão de De’s em direção ao Homem é correspondida pelas oferendas que o Homem Lhe apresenta. Mas não somos só nós a procurarmos aproximar-nos dEle através das nossas oferendas; Ele disse-nos para levarmos as oferendas especificamente ao lugar onde Ele habita no meio de nós. É uma aproximação mútua: Ele para nós; nós para Ele.

7ª aliá (30:1-10) Faz um altar para incenso, de madeira, coberto de ouro, 1 cúbito quadrado. Coloca-o em frente à cortina atrás da qual está o Aron, o lugar onde Me encontrarei contigo. Oferece incenso duas vezes por dia: de manhã, à hora da limpeza da Menorah, e à tarde, à hora do acendimento da menorah. Este altar destina-se exclusivamente ao incenso prescrito, não às ofertas de farinha ou vinho.

O altar do incenso está totalmente fora do lugar aqui. Tivemos todas as instruções para os utensílios do Mishkan na semana passada: o Aron, a Menorah, a Mesa, o altar para oferendas. O que há de único no incenso, para o seu altar vir depois de todas as outras instruções?

Agora é uma especulação minha: O incenso produz fumo [fumaça]. No Monte Sinai, quando De’s desce para falar com o Homem, quando a Sua presença é indicada, é através de uma nuvem. Talvez esse seja o papel do incenso: produzir uma coluna de fumo para indicar a Sua presença. E aparece no fim de todo este processo porque é sua culminação. O Mishkan é um lugar para a Sua presença. A culminação do Mishkan é a Sua presença. E por isso o mandamento final é queimar incenso, para produzir uma nuvem, indicativa da Sua presença.