Por Michael Freund, Fundador e Diretor da Shavei Israel
As práticas pashtun incluem a circuncisão no oitavo dia e a abstenção de misturar carne e leite. Haverá uma conexão com os antigos hebreus?
Bem-vindos ao mais novo lar dos Bnei Anussim!
Por Michael Freund, Fundador e Diretor da Shavei Israel
As práticas pashtun incluem a circuncisão no oitavo dia e a abstenção de misturar carne e leite. Haverá uma conexão com os antigos hebreus?
Bnei Menashe – Um casamento perfeito em Sião
Por MICHAEL FREUND 11 DE MARÇO DE 2021 10:56
Artigo original do The Jerusalem Post
No domingo passado, quando o sol começou a sua descida diária no horizonte, iluminando o céu numa faixa brilhante de cores apaixonantes, os casais, de várias idades, fizeram o seu caminho, em silenciosa dignidade e deleite, em direção ao dossel nupcial.
Vestidos com seus melhores ternos, os noivos brilhavam de orgulho ao tomarem os seus lugares ao lado das noivas, todas vestidas de branco, significando pureza e também o novo capítulo que estavam prestes a iniciar juntos em suas vidas.
Os cinco casais, todos imigrantes Bnei Menashe que fizeram aliá recentemente provenientes do nordeste da Índia, haviam mergulhado naquela manhã em um mikveh (banho ritual), completando assim o seu retorno formal ao povo de Israel. Como tal, foi necessário que eles se casassem novamente, em uma cerimónia de casamento tradicional judaica – mais um evento marcante em sua longa jornada de volta a casa.
Os nubentes fazem parte de um grupo de mais de 250 Bnei Menashe que chegaram a Israel em meados de dezembro, num voo especial da El Al organizado pela Shavei Israel, a organização que fundei e presido, em conjunto com o Ministério da Aliá e Absorção, chefiado pela ministra Pnina Tamano-Shata.
Os casamentos desta semana marcaram o culminar de várias cerimónias de casamento realizadas recentemente, nas quais um total de 47 casais se uniram novamente em matrimónio. Embora as diretrizes do Ministério da Saúde tenham impedido a participação de grande número de parentes e amigos, a magia do momento mais do que compensou a ausência.
Entre os casais estão Maccabi Hnamte, de 72 anos, e Sarah Hnamte, de 70, do estado de Mizoram, no nordeste da Índia, que estão casados há 49 anos. Os seus dois filhos imigraram para Israel em 2003 e eles não se viam há mais de 17 anos, até à sua chegada ao Estado judaico há apenas três meses.
– Estamos muito gratos por fazer aliá e muito entusiasmados por finalmente nos juntarmos aos nossos filhos e netos, – disseram-me os Hnamte. – Passados 49 anos, tivemos o privilégio de nos vestir a rigor e de nos casarmos novamente, só que desta vez sob uma chupá, aqui na terra de nossos antepassados, a Terra de Israel. –
Claro que todo casamento judeu reflete a alegria pessoal e privada do casal. Mas enquanto eu observava a formação destas uniões abençoadas, fui dominado pelas energias e pela importância do momento. Afinal, os Bnei Menashe são descendentes da tribo de Manassés, uma das Dez Tribos Perdidas, que foi exilada da Terra de Israel pelo Império Assírio há mais de 2.700 anos.
Por qualquer parâmetro lógico, eles deveriam ter desaparecido nas brumas da história; deveriam ser apenas mais um dos incontáveis exemplos de povos antigos desenraizados de suas terras e enviados para o desconhecido.
Mas sua fidelidade à fé e o seu zeloso amor por Sião não permitiram o seu desaparecimento. Os Bnei Menashe desafiaram o exílio e as migrações, a perda e a dúvida, transmitindo cuidadosamente ao longo das gerações a intensa crença de que de alguma forma, um dia, voltariam.
Então dei-me conta do papel central desse tema nas Sheva Brachot, as sete bênçãos que se recitam no casamento, duas das quais se centram na restauração do povo judeu à sua terra natal.
«Traz grande felicidade e alegria àquela que era estéril», diz a quinta bênção, numa alusão bíblica a Sião. «…quando os seus filhos retornarem para ela em alegria. Bendito és Tu, Senhor, que alegras Sião através de seus filhos.»
A sétima bênção é ainda mais suplicante e assertiva, suplicando ao Criador: «Que em breve, Senhor, nosso De’s, se ouçam nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém vozes de alegria e vozes de regozijo, a voz do noivo e a voz da noiva.»
O que tem a ver, perguntei-me a mim mesmo, a reunião dos exilados com uma noiva e um noivo se unindo no sagrado matrimónio? E por que destacar precisamente isso no clímax da cerimónia nupcial?
A resposta estava bem diante de mim, na forma desses casais Bnei Menashe.
Cada um é um elo da antiga corrente da nossa história nacional. Cada um deles está inextricavelmente fundido com a nossa história e ligado ao destino judaico. A sua alegria pessoal é o nosso júbilo coletivo ao celebrarmos que, apesar de todos os esforços dos nossos inimigos num mundo historicamente hostil, mais um bayit ne’eman, um lar fiel em Israel, está a ser construído.
No caso dos Bnei Menashe em particular, com a sua incrível história, isto é ainda mais pronunciado.
Como o falecido ex-rabino-chefe do Reino Unido, Lord Jonathan Sacks, tão eloquentemente observou no Koren Siddur: «O casamento é uma das instituições supremas do judaísmo, a primeira mencionada na Bíblia, e a que era mencionada pelos profetas nos seus momentos mais profundos como a metáfora mais cativante para o relacionamento entre De’s e o Seu povo.»
Na verdade, uma componente-chave desse relacionamento é a promessa Divina de terminar o nosso exílio e restaurar-nos à nossa antiga glória. Ao abraçar a alegria pessoal do casal, nós a ampliamos e a imbuímos de significado nacional, sionista e até cósmico, que se tornam bem presentes quando os casais Bnei Menashe se consagram pelo pacto matrimonial.
Essa fusão é ilustrada pela quebra de um copo no final da cerimónia, quando recitamos os versículos cinco e seis do Salmo 137, invocando o voto judaico de lembrarmos sempre Jerusalém e de colocarmos sempre a cidade acima da nossa maior alegria.
Isso é algo que os Bnei Menashe, e o povo judeu como um todo, nunca deixaram de fazer. E esse, talvez mais do que qualquer outra coisa, é o elemento decisivo do que realmente pode ser chamado de um casamento perfeito em Sião.
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O autor, Michael Freund, é o fundador e presidente da Shavei Israel (www.Shavei.org), que ajuda tribos perdidas e comunidades judaicas ocultas a retornar ao povo judeu.
Fotografia de Laura ben David
Freund confirma que espera visitar Belgrado em breve e encontrar-se pessoalmente com o presidente Vučić.
Artigo original do Jerusalem Post
O presidente sérvio Aleksandar Vučić homenageou o fundador e presidente da Shavei Israel, Michael Freund, por seu trabalho na promoção das relações Israel-Sérvia, na sequência de uma recomendação da Associação de Comunidades Judaicas da Sérvia e da Associação de Jornalistas da Sérvia (UNS).
Vučić concedeu a Medalha de Ouro do Mérito a Freund, que também é colunista do Jerusalem Post e presidente da Associação de Amizade Israel-Sérvia.
MICHAEL FREUND
De fato, se olharmos para os últimos 70 anos, fica evidente que alguns dos momentos mais emocionantes de nossa nação foram aqueles que envolveram o resgate das comunidades judaicas da diáspora.
Nos anais da história judaica moderna, poucas histórias são tão épicas ou tão inspiradoras como a da reunião dos exilados dos quatro cantos da terra.
Desde o renascimento do Estado de Israel em 1948, mais de 3,2 milhões de imigrantes chegaram às praias da Terra Santa, de mais de 100 países de todo o mundo. Alguns vieram para cá fugindo da perseguição. Outros vieram motivados pelo sonho sionista ou convicção religiosa, ou animados pela esperança de criar uma vida melhor para si e suas famílias.