Um rabino na Polónia: missão cumprida

Um rabino na Polónia: missão cumprida

Já se passaram quase 13 anos desde que o rabino Yehoshua Ellis foi nomeado como emissário da Shavei Israel em Katowice, Polónia, e ele e sua esposa, Raissa, se mudaram de Jerusalém para lá. Depois de 5 anos em Katowice e 8 em Varsóvia, trabalhando lado a lado com o rabino-chefe da Polónia, o rabino Ellis completou a sua missão no país – e realmente deixou a sua marca.

Nascido em Kansas City, Missouri, o rabino Yehoshua Ellis estudou em várias Yeshivot em Jerusalém antes de receber a sua ordenação rabínica do Centro Sefardita Shehebar. Ele também é Shochet, abatedor ritual kosher. Há vinte anos, trabalhou como voluntário comunitário em Varsóvia, onde desenvolveu um vínculo poderoso com a comunidade judaica polaca e decidiu dedicar-se a fortalecê-la.

Yehoshua viu que eles precisavam de rabinos na Polónia, então pensou tornar-se rabino para ajudar a preencher essa necessidade. Enquanto estudava na yeshiva para se tornar rabino, ia para a Polónia durante as férias das festas judaicas e liderava os serviços lá. Em 2007, conheceu Raissa na Polónia numa das suas passagens regulares pelo país para liderar os serviços de oração das festas. Casaram no ano seguinte em Jerusalém, onde permaneceram por dois anos enquanto Yehoshua terminava a sua ordenação rabínica.

Em 2010, o jovem casal mudou-se para Katowice, onde se tornou o rabino da comunidade. Os seus dois filhos nasceram lá. Daniel agora tem 11 anos e Chana tem 9. Depois de as crianças chegarem, a educação tornou-se uma preocupação, porque não havia pré-escola judaica. Quando Daniel tinha cerca de 3 anos, mudaram-se para Varsóvia. Mas o rabino Ellis nunca parou de ser o rabino-chefe da cidade de Katowice, onde trabalhou para fortalecer a comunidade judaica local, ao mesmo tempo que alcançava os “judeus escondidos” em toda a área, muitos dos quais estavam procurando se reconectar com o povo judeu.
Enquanto isso, em Varsóvia, o rabino Ellis ajudou a comunidade a se desenvolver, trabalhando em estreita colaboração com o rabino-chefe Schudrich. As suas funções incluíam logística, ensino e trabalho religioso. Fosse garantindo a existência de serviços religiosos, organizando um seder de Pesach para 300 pessoas ou realizando eventos de ciclo de vida – havia sempre muitas coisas a fazer.
— A Shavei ajudou a dar muitas ferramentas maravilhosas — comentou o rabino Ellis. — Quer se tratasse de materiais impressos, apoio financeiro, organização de programas – a sua dedicação foi inabalável. Às vezes ajudavam mais, às vezes menos, mas podemos sempre contar com eles. E não é apenas que eles forneceram recursos, mas aplicavam sabiamente os recursos.—
Outra grande responsabilidade que o rabino Yehoshua Ellis tinha era lidar com os cemitérios judeus na Polónia. Esta não era uma tarefa pequena, pois existem no país mais de 1.400 cemitérios judeus, além de números desconhecidos de valas comuns! O seu título oficial a esse respeito era  Diretor da Comissão Rabínica de Cemitérios e foi um grande trabalho por si só. Por exemplo, às vezes os ossos são desenterradas ao fazer uma escavação para um projeto de construção. E então era responsabilidade do rabino Ellis pesquisar a área, encontrar mapas e fazer o que pudesse para provar que havia um cemitério judeu naquele local e lutar para evitar a construção nele. Às vezes com sucesso, e às vezes, infelizmente, não.
É claro que os ossos que foram descobertos estão longe de ser os únicos judeus «ocultos» que ele encontrou.
Os «Judeus Ocultos» são um fenómeno que ganhou força na Polónia nos últimos anos, com muitos judeus retornando lentamente ao judaísmo e ao povo judeu. Muitos desses judeus perderam todo o contato com o judaísmo devido ao extremo antissemitismo que encontraram após o Holocausto, e alguns deles até se converteram ao cristianismo. Outros esconderam o seu judaísmo das autoridades comunistas e agora sentem-se livres para retomar a sua verdadeira identidade. Outro fenómeno diz respeito às crianças judias que foram adotadas por famílias e instituições católicas durante o Holocausto. Essas crianças não foram informados de nada sobre a sua identidade judaica, e só nos últimos anos começaram gradualmente a descobri-la. Hoje, estão registados como vivendo na Polónia cerca de 4.000 judeus, mas de acordo com várias estimativas, há mais largos milhares de judeus que ocultam a sua verdadeira identidade, ou simplesmente a desconhecem.
O rabino Yehoshua Ellis explica que quase nenhum judeu na Polónia cresceu sabendo que é judeu:
— Praticamente NENHUM judeu nasceu numa casa onde ambos os pais fossem judeus —, explica. — Então é um judaísmo muito instável. É quem eles são, mas não necessariamente quem sempre foram. São instáveis sobre a sua judeidade.— (A história de sua própria esposa também é peculiar: Estavam conectados à comunidade judaica, mas eram laicos e muitos eram comunistas.)
O rabino Ellis tem tantas histórias sobre como as pessoas vieram se conectar com o seu judaísmo!.. Como a de um homem que gostava muito de comediantes judeus americanos quando era criança. Quando tinha 8 ou 9 anos perguntou ao pai:
— Pai, por que não podemos ser judeus? — Ao que o pai respondeu:
— Você É judeu — E há muitas histórias como esta.
O rabino continuou a falar sobre as suas experiências mais singulares:
— Conheci um homem que tinha cerca de 60 anos, talvez mais. Ele descobriu que a sua mãe era judia quando tinha 40 anos. Nós conhecemo-nos porque eu estava a ajudar outro judeu que precisava de comida e eles estavam a organizar a entrega. A mãe dele viveu o Holocausto e escondeu a sua judeidade até o filho ter 40 anos. Eu via-o ocasionalmente na comunidade judaica e estive com a mãe dele algumas vezes. A mãe era uma mulher mais velha com mobilidade limitada. Eles iam à loja kosher por baixo da sinagoga para comprar chalá «para sexta-feira» (ou seja, nem mesmo «para o Shabat»). Perguntei-lhe se já tinha estado na sinagoga e ela disse que não, então ofereci-lhe uma visita. Ela entrou, claramente emocionada. Levei-a para a arca da Torá e ela ficou lá a olhar, com grande emoção, para os rolos da Torá. Então inclinou-se e beijou uma das Torás… tanto o filho dela quanto eu não conseguíamos parar de chorar.—
O rabino Ellis pensa sobre as coisas de que vai sentir falta:
— Do povo — Declara. Não da comunidade. Não é uma comunidade; é um conglomerado de pessoas. Não é a mesma coisa. Como judeu lá, a pessoa sente-se essencial. Além disso, há tanta coisa inesperada lá. Nunca se sabe quando podemos receber um telefonema de qualquer lugar do mundo. Pode ser alguém a precisar de ajuda agora, como na fronteira (a guerra, etc.). A qualquer momento, as coisas podem mudar completamente. Tantas oportunidades para ajudar judeus… nem mesmo necessariamente da Polónia. Refugiados, pessoas que precisam de ajuda com os cemitérios, tantas coisas… —
Quando a família Ellis se mudou para Varsóvia, uma das primeiras coisas que o rabino Ellis se lembra de fazer com o seu filho Daniel é trazê-lo para o ajudar a enterrar ossos. Daniel tinha três anos na época. E gostava! Mas não tinha amigos judeus, o que foi ficando cada vez mais difícil à medida que as crianças cresciam. — No entanto — observa Ellis, — as crianças têm uma identidade judaica muito profunda; é uma enorme base de quem elas são; elas são judias. Toda a experiência na Polónia tornou a nossa família muito forte.—
E, no entanto, há lacunas. Não é fácil fornecer educação judaica aos filhos num lugar que não tem o tipo de comunidade necessária para apoiar isso. Os Ellis ensinaram os seus filhos a rezar, por exemplo. — Eu sentava-me ao lado deles — lembra Ellis, — e dizia as palavras mais alto para eles ouvirem. E agora eles adoram rezar; algo que a mim sempre me custou. Mas, por outro lado, na verdade não conseguem ler as orações —
E assim, por fim, chegou a hora de a família seguir em frente. Estão atualmente em Montreal, no Canadá, a planear os próximos passos. Enquanto isso, quando as crianças caminham pela rua e veem um judeu visivelmente identificável, ficam muito animadas. Vai ser muito diferente para eles agora. Mas as memórias de tudo o que fizeram durante todos os anos que estiveram na Polónia vão acompanhá-los sempre.
Por Laura Ben-David
Ensaio fotográfico: Bnei Menashe – um povo em crise

Ensaio fotográfico: Bnei Menashe – um povo em crise

ENSAIO FOTOGRÁFICO: BNEI MENASHE – UM POVO EM CRISE

Estamos há cerca de seis semanas do início da violência étnica que devastou a comunidade Bnei Menashe em Manipur, no nordeste da Índia, e que não tem  fim à vista.

Um total de 292 famílias Bnei Menashe (1.190 homens, mulheres e crianças) foram forçadas a fugir de suas casas nas últimas semanas, desde que a violência começou entre as tribos Meitei e Kuki, e a maioria delas ficou sem casa e sem nada.

Continuamos profundamente preocupados e estamos a fazer tudo o que podemos para suprir as suas necessidades e ajudar neste momento difícil. Alguns dos nossos colaboradores no terreno, na Índia, tiraram estas fotos pungentes para partilhar a situação.

 

Em vez da escola e de espaços abertos, as crianças estão confinadas a um pequeno canto nos centros de socorro…

 

Chegada de outro grupo de Bnei Menashe ao centro de socorro da Shavei Israel. Todas as semanas o número de desalojados aumenta e as condições no centro de socorro são preocupantes.

 

Alguns dos refugiados Bnei Menashe no centro de socorro

 

Jovens de um centro de socorro da Shavei Israel preparando challot para o Shabat

 

Refugiadas Bnei Menashe lendo Tehillim (Salmos) num centro de socorro da Shavei Israel.

 

Colaboradores da Shavei Israel comprando itens essenciais para os refugiados Bnei Menashe, que estão no centro de socorro

 

Líderes que trabalham 24 horas por dia no centro de socorro da Shavei Israel.

 

Chegada de alimentos ao centro de socorro da Shavei Israel.

 

Prefeito [Presidente da Câmara] de Churachandpur, o Sr. Sharath Chandra Arroju, visitando o centro de socorro da Shavei Israel em B. Vengnom.

 

Refugiados Bnei Menashe recebendo alimentos da Shavei Israel pela 2a vez no centro de socorro da Shavei Israel.

 

Recebimento de alimentos e outras mercadorias essenciais da Shavei Israel.

 

Preparando-se para a 2a entrega de alimentos para toda a comunidade dentro de Churachandpur fornecida pela Shavei Israel.

 

Preparação para o Shabat

 

Comunidade Beith Hallel recebe a 2a entrega de material de socorro da Shavei Israel.

 

2a entrega de alimentos e outros itens essenciais para a comunidade Boljol  com a ajuda da Shavei Israel.

 

Beith Shalom Zohar recebendo a 2a entrega da Shavei Israel de alimentos e outros bens de primeira necessidade

 

Comunidade Beith Shalom Matiyang recebendo a 2a entrega da Shavei Israel de alimentos e produtos essenciais

 

Crianças recebendo alimentação de que muito necessitam no centro de ajuda da Shavei Israel.

 

Finalmente, depois de muito tempo, começam a sorrir . Esses sorrisos foram quase apagados pelo medo, tristeza e a urgência da fuga. Finalmente têm um pouco de paz de espírito no centro de socorro da Shavei Israel.

 

Refugiados Bnei Menashe num centro de socorro da Shavei Israel

Estamos a fazer tudo o que podemos. Você tamébm pode ajudar! Por favor, faça um donativo generoso para: Fundo de Emergência Bnei Menashe.

Crédito das fotos: Samuel Vaiphei e Rafi Tungnung

Da Rússia a Israel: uma história de aliá e amor

Da Rússia a Israel: uma história de aliá e amor

A história da família Katz caracteriza a história dos judeus Vissoky e a maneira como a sua comunidade estava envolvida na vida dos outros judeus das zonas vizinhas.

Yevgeny e Svetlana numa sinagoga de Voronezh

À Grande Sinagoga de Voronezh, a capital de distrito da vila de Vissoky chegam judeus de todos os bairros da cidade e cidades próximas. Rabinos e chefes da comunidade local há gerações que não distinguiram entre judeus Ashkenazi ou judeus pertencentes a outras comunidades. Assim, tanto nas orações quanto nas atividades sociais da sinagoga da cidade ou noutras organizações judaicas, os estrangeiros da vila de Vissoky também participam ativamente.

Quando, há cerca de 15 anos, a Agência Judaica de Israel abriu um curso de hebraico na cidade de Voronezh, Yevgeny Katz, filho de uma família judaica local, foi dos primeiros a inscrever-se e conheceu lá outra empenhada estudante: Svetlana, que tinha-se mudado recentemente para a cidade de Voronezh da vila de Vissoky para estudar na universidade.

A família Katz antes da aliá

Desenvolveu-se entre os dois um relacionamento romântico e, depois de um tempo, casaram e tiveram 2 filhos: uma filha, Kira e um filho, Lev. Continuaram sempre ativos na comunidade judaica de Voronezh e o tema de se mudarem para Israel pairava constantemente no ar, mas Svetlana não se sentia em paz com o fato de que, se eles emigrassem para Israel, o direito oficial que ela teria à cidadania ser-lhe-ia dado apenas por ser «a mulher do seu marido judeu» e não por ela ser filha de uma comunidade judaica.

Só no verão de 2022, quando os imigrantes Vissoky receberam uma permissão oficial para imigrarem, é que a família começou a preparar-se para a mudança. Naquela época, não sentiam necessidade de fazer aliá imediatamente, mas começaram os preparativos, já que o seu plano era fazerem aliá no prazo de um ano.

Mas o destino trocou-lhes as voltas, como a muitos outros.

Em meados de setembro de 2022, a Rússia começou o recrutamento em massa, pelo que Yevgeny sentiu que isso era um sinal de que o momento tinha chegado. Ficou logo claro que todas as passagens aéreas tinham sido vendidas e só havia passagens muito caras, que teriam custado várias vezes o preço normal, e que não eram voos diretos. Existem maneiras mais baratas de atravessar a fronteira, mas por terra.
Com vários amigos e conhecidos, juntou-se a uma caravana de carros cuja intenção era atravessar a fronteira entre a Rússia e a Geórgia.

Devido a essas circunstâncias, separou-se de Svetlana, sua esposa, e dos filhos, e, no dia 27 de setembro, apanhou um comboio [trem] para a cidade de Krasnodar e de lá juntou-se ao carro com o qual começaram a viagem. Depois de várias horas a conduzir, chegaram ao final da fila, que incluía centenas, provavelmente até milhares de carros, todos com o mesmo objetivo – escapar da Rússia.

A longa fila de carros a caminho da fronteira da Geórgia

Esta viagem levou três dias e noites. Progrediam apenas alguns metros num dia inteiro e havia escassez de comida, água, combustível… Durante os tempos de angústia, houve pessoas que se aproveitaram da situação e apareceram a vender bens de consumo básicos a preços exorbitantes, mas, como não tinham escolha, quem estava na caravana tinha que usar os seus serviços.

Exausto, mas finalmente feliz, Yevgeny Katz cruzou a fronteira e chegou à Geórgia no dia 1o de outubro!

De lá, após vários dias de recuperação desta jornada tão cansativa, embarcou num avião para Israel. Estava finalmente livre, no Estado Judaico! A missão de resgate para ele terminou com sucesso, mas ele ainda tinha que se preocupar em como levar a sua família para lá.

Yevgeny veio para Israel como turista porque não teve tempo de obter um visto de aliá, tendo feito o processo em Israel. A sua família teve que passar por todas as aprovações na Rússia e receberam um visto de entrada através do consulado israelita em Moscovo, tudo feito através da organização em Israel, é claro.

Durante cerca de um mês, Yevgeny viveu sozinho, primeiro na cidade de Rehovot com amigos, depois com os parentes da sua esposa, até à chegada da família à Galiléia.

Yevgeny com a geladeira que ele recebeu da Shavei Israel

Agora, eles moram num apartamento alugado na cidade, um apartamento espaçoso, que de acordo com Yevgeni é excelente e muito adequado para eles, mas estava quase vazio. A Shavei Israel veio em seu auxílio e em pouco tempo forneceu-lhes eletrodomésticos básicos: um frigorífico [geladeira], um fogão, uma máquina de lavar e um microondas. Algo que os ajudou muito, especialmente nos primeiros tempos.

Atualmente, Svetlana continua a estudar hebraico no Ulpan, e Yevgeny, depois de alguns meses de estudos de idiomas, decidiu investir o seu tempo a trabalhar para o bem-estar da família. Ele agora está a trabalhar na fábrica da UCT Fluid Solution na área industrial de Tziporit, perto da cidade, e as crianças vão para a escola.

A integração, de acordo com Yevgeny e Svetlana, está a correr bem, e eles estão muito satisfeitos, especialmente com a integração das crianças. Além da estrutura escolar, o filho mais novo participa do clube de futebol e já se juntou à equipa avançada. Apesar da sua tenra idade, brinca com crianças que são vários anos mais velhas do que ele e está muito satisfeito.

Kira no jornal russo em Israel

Kira, a filha mais velha, também teve tempo de alcançar bons resultados no ténis, apesar do seu curto período em Israel. Na verdade, a foto de Kira já apareceu num jornal russo local.

Yevgeny orgulha-se do fato de ter conseguido comprar um carro. Embora em segunda mão e não muito novo, o carro deu-lhes um impulso em tudo o relacionado à sua qualidade de vida e eles usam-no em todas as oportunidades de viajar pelo país.

Num futuro próximo, Svetlana concluirá com sucesso o Ulpan, Yevgeny continuará a trabalhar e espera, no futuro, vir a receber uma promoção. Ele também quer fazer um curso de hebraico. Ambos estão muito felizes com a sua integração no país da sua herança!

Folhetos de oração especiais para os Bnei Menashe

Folhetos de oração especiais para os Bnei Menashe

Um dos grandes projetos em que Shavei Israel está constantemente envolvida é escrever, publicar e fornecer os livros e literatura necessários para as várias comunidades com as quais trabalhamos. Esses livros incluem livros de oração, livros de hebraico, estudos bíblicos e outros. É uma enorme quantidade de trabalho, que engloba pesquisa, tradução, transliteração, instruções, tradições e, claro, todo o trabalho necessário para a publicação e distribuição. Mas é um trabalho de amor, muito importante para nós e para as comunidades.

Embora muitos dos nossos projetos de livros sejam grandes projetos, como livros de oração e livros da Bíblia, por vezes os nossos projetos são mais pequenos, mas igualmente importantes, como os nossos livros ‘Birkot Hashachar e Kriyat Shema’, para os Bnei Menashe.

Estes livros  de tamanho maior, que são mais adequados para as crianças, têm as orações hebraicas soletradas foneticamente nas línguas Bnei Menashe Kuki e Mizo. Uma versão mais antiga (foto abaixo) tinha só a oração ‘Shema’ da hora de dormir, mas este livro expandido agora também tem as orações matinais.

Através de constante perseverança, muitos Bnei Menashe aprenderam a ler e escrever hebraico e agora estão prontos para ir mais além da oração transliterada. Pediram-nos para prepararmos vários livros para eles com Kuki e Mizo de um lado e o texto hebraico completo do outro, juntamente com comentários em ambos os idiomas locais.

Este novo livrinho de oração já está pronto. Com a ajuda de um generoso donativo e do nosso próprio financiamento, 600 cópias do novo livrinho de oração saíram recentemente das tipografias: 300 cópias em Israel e também 300 cópias em Mizoram, na Índia. As traduções são na língua Mizo.

Além disso, fornecer aos Bnei Menashe as competências para orar em hebraico é muito importante agora. A fluência em hebraico é, sem dúvida, o passo mais importante para uma aliyah agradável.

Você pode patrocinar um ou mais destes livros especiais. Por apenas US$ 5,00 (cinco dólares)  você pode garantir que um deles seja entregue a um destinatário na Índia, que está ansioso por recebe-lo. Com o seu apoio, as orações do Bnei Menashe subirão cada vez mais alto – num hebraico seguro e confiante.

Uma viagem ao passado – e futuro – judaico da Polónia

Uma viagem ao passado – e futuro – judaico da Polónia

A Polónia é um país significativo na história judaica, na qual o movimento hassídico teve um papel notável. A maior parte foi destruída pelos nazis durante o Holocausto, mas nas últimas décadas tem havido um interesse crescente pelo património cultural judaico e muitos jovens de origem judaica estão a procurar as suas raízes e a estabelecer ligações com as comunidades judaicas renascidas e várias organizações na Polónia e no exterior que os apoiam e incentivam.

A Shavei Israel, com sede em Jerusalém, esteve envolvida nisso e tem procurado ativamente maneiras de expandir as suas atividades no país, especificamente trabalhando com pessoas e entidades judaicas locais.

Em 2021, a Shavei Israel esteve envolvida na celebração de Hanukkah na Comunidade Judaica de Łódź, e agora ficámos muito entusiasmados por participar do Seminário Prático na Polónia sobre o Judaísmo Polaco e o Hassidismo, no Passado e no Presente. A Shavei Israel foi representada pela Sra. Chaya Riera, que é responsável pelo gabinete polaco na Shavei Israel.

O seminário ocorreu perto da data de Tu B’Shevat, a celebração judaica da natureza, e incluiu dois seders de Tu B’Shevat, um com a comunidade judaica de Łódź e os refugiados da Ucrânia que esta está a acolher, e o segundo no Instituto Histórico Judaico em Varsóvia.

Além disso, os participantes celebraram o Shabat com a comunidade judaica de Łódź e visitaram locais e museus judaicos e hassídicos em Cracóvia, Varsóvia, Łódź, Brezsko, Tarnów, Lelów, Radomsko e Aleksandrów Łódzki. Conheceram polacos que descobriram as suas raízes judaicas, moradores locais e ativistas que estão a tratar de preservar e fazer reviver a herança judaica polaca, e aprenderam sobre o judaísmo polaco e o hassidismo, tanto no passado quanto no presente.

O seminário combinou conhecimento académico e atividades musicais e culturais, e concentrou-se em conhecer pessoas, lugares, ideias, contos e figuras importantes do Hasidismo polaco.

O seminário foi criado, iniciado e coordenado pela Dra. Dina Feldman, uma ativista israelita na preservação da herança judaica polaca e na promoção de encontros e corporações polaco-israelitas. Foi liderado pelo rabino Dr. Zeev Kitsis, editor e escritor no campo do hassidismo, um dos fundadores da “Zusha – A História Chassidica”, e seu editor-chefe, professor de literatura hassídica em vários institutos académicos e intérprete musical de peças hassídicas e originais.

O seminário foi uma parceria entre a comunidade judaica de Łódź, o Instituto Histórico Judaico em Varsóvia, “Zusha – A História Chassidica”, e a Shavei Israel.

O seminário foi aberto a guias, educadores, pesquisadores, bem como a qualquer pessoa interessada na herança polaco-judaica. O seminário foi realizado em hebraico e inglês e incluiu informações, memórias, contos hassídicos e música. Foi baseado em encontros interpessoais, inter-culturais e de experiências.

O Rabino Dr. Zeev Kitsis expôs na viagem: “Foi uma jornada em três eixos, aparentemente diferentes, mas na verdade muito ligados. O primeiro eixo foi ‘Memória’ – pulámos entre reuniões com pessoas que dedicam as suas vidas e trabalham para preservar a memória e ergue ou fazer a manutenção das lápides do antigo cemitério judaico da Polónia.

O segundo eixo, ‘Hasidismo’, foi onde vimos locais hassídicos e lidámos com os grandes professores/estudiosos do hassidismo polaco. Este foi um complemento importante aos locais memoriais, porque ao fazê-lo trouxemos de volta à vida não apenas os judeus, mas também o maravilhoso judaísmo que havia desaparecido desta terra/país complexo.

“E o terceiro eixo, eu chamo-lhe ‘Am Yisrael Chai’ – a reunião com os refugiados em Lodz e o maravilhoso seder de Tu B’Shevat que realizámos lá com o rabino David Szychovsky. Aqui não lidámos com o passado, mas sim com o presente, e até mesmo com o futuro. O seder em três idiomas (polaco, hebraico e ucraniano), e na verdade num só idioma – a língua de unidade e amor de um povo que quer a vida, um povo que não tem apenas um passado, mas também um presente e um futuro glorioso e emocionante!”

Chaya Riera, representante da Shavei Israel e o único participante da viagem que não tinha raízes polacas, teve muito a dizer sobre a viagem: “A experiência deste seminário foi poderosa. Acompanhando os meus colegas enquanto visitávamos os túmulos dos seus antepassados, conhecendo em primeira mão as comunidades com as quais a Shavei Israel trabalha e vendo de perto como judeus e polacos trabalham juntos para resgatar a memória dos judeus na Polónia, tudo isso me deixou com um gostinho de esperança e entusiasmo para continuar a trabalhar e a aumentar os esforços para ajudar aqueles que querem voltar às suas raízes.”

ZIH, o Instituto de História Judaica, onde existe um arquivo do Gueto de Varsóvia chamado Oneg Shabat por Emanuel Ringelblum
Seder de Tu Bishvat com Rav Itzchak Rapoport, rabino da Comunidade Judaica de Varsóvia, e sua esposa, Chaya Rapoport

Cemitério Judaico em Varsóvia