Comunidade Judaica do Porto pressiona Estado para a reintegração de “Dreyfus português” no exército.

Comunidade Judaica do Porto pressiona Estado para a reintegração de “Dreyfus português” no exército.

Artur Carlos Barros Basto foi um oficial do exército português e o fundador da comunidade judaica portuguesa do Porto. Apelidado de “o Dreyfus português”, foi declarado “imoral” em junho de 1937 por ajudar os descendentes de judeus que retornavam a serem circuncidados. Agora está mais uma vez no centro dos acontecimentos, graças a uma campanha liderada pelos atuais líderes da comunidade judaica do Porto, cem anos após sua fundação em 1923, para que o Estado português reintegre postumamente o seu fundador no exército, de onde foi injustamente expulso por praticar o judaísmo.

A comunidade do Porto referiu-se a Artur Carlos de Barros Basto, o ex-capitão do exército que morreu em 1961, como “o Alfred Dreyfus português” – uma referência ao capitão do exército francês cuja condenação injusta por traição serviu como catalisador para o sionismo moderno.

Esta campanha para restabelecer Barros Basto como coronel, uma patente que ele teria alcançado em 1945 se não tivesse sido expulso, está a ser liderada pela neta de Barros Basto, Isabel Barros Lopes, que está a tentar fazer os esforços já feitos por sua mãe e avó para que Barros Basto seja reintegrado postumamente, o que até agora não foi conseguido.

Barros Basto converteu-se ao judaísmo em 1920, estabeleceu uma escola judaica, uma yeshiva  um jornal judeu, e é visto como o fundador da comunidade judaica do Porto. É hora de o país também reconhecer Barros Basto.

Parasha da Semana – Ki Tissa

Parasha da Semana – Ki Tissa

Parshá Ki Tisa

Por: Rav Reuven Tradburks.

O primeiro terço da parashá conclui as instruções sobre o Mishkan. O resto da parashá é a história do Bezerro de Ouro, concluindo com a reconciliação e o perdão.

As primeiras aliot estão entre as mais longas da Torá; a primeira tem 44 versos, a segunda 47. As restantes 5 aliot juntas têm 48 versos.

1ª aliá (30:11-31:17) Todos devem dar meio shekel como expiação. Através destes fundos, são trazidas as oferendas – e, assim, todos estão representados através delas, como uma recordação e uma expiação. Faz um lavatório de cobre. Coloca-o fora da área do Mishkan, perto do altar. Os Cohanim devem lavar as mãos e os pés antes do serviço. Faz óleo de unção perfumado. Usa-o para ungir o Mishkan, todos os seus utensílios e os Cohanim. Esta receita não deve ser reproduzida para loções corporais pessoais. Faz incenso para colocar em frente à arca, o lugar onde Eu Me encontrarei contigo. Este incenso é muito sagrado. Não deve ser feito para teu prazer olfativo. Chamei Bezalel e enchi-o com o espírito divino para dominar todos os tipos de artesanato, em metais e outros materiais. Ele, juntamente com Ohaliav, vai moldar todos os objetos para o Mishkan que Eu ordenei. Guardai o Shabbat, já que é um sinal entre Mim e vós para sempre, pois sou Eu quem vos santifica. Não façais nenhuma melachá. É um sinal eterno para de que em seis dias fiz o mundo e ao sétimo cessei.

Esta longa aliá permite que toda a história do Bezerro de Ouro seja contada na aliá dos Levi, a segunda, uma vez que os Leviim não participaram no Bezerro de Ouro.

As instruções para a construção do Mishkan estão completas, assim como as instruções para as roupas do Cohen. As instruções aqui são todas preparatórias. Não se consegue começar de facto a usar o Mishkan sem estes elementos. Óleo de unção para santificar os utensílios. Lavatório. Incenso. Prepara todas estas coisas, para quando o Mishkan for construído.

Os Cohanim tinham que se lavar antes do serviço. Lavar as mãos e os pés. Rashi diz: junta a mão direita e o pé direito e deita água sobre os dois ao mesmo tempo. A água é um tema recorrente na Torá. Levando o nosso pensamento de volta à Criação. Versículo 2 da Torá: E o espírito de De’s pairava sobre as águas. A água é símbolo do regresso à Criação; recomeço, reiniciação, reinício. Por vezes imergimo-nos dentroda água. Aqui não entramos dentro da água deitamos água em nós; Entrar na água é submissão; largo mão da minha autonomia e mergulho na água. Aqui, o Cohen tem o controlo: ele é que deita a água. Deitar a água é uma ação assertiva; imergir nela é uma ação de submissão. A santidade cria-se não só através da submissão mas também através da assertividade do Homem. O Homem é parceiro de De’s na criação de santidade.

Os utensílios do Mishkan, incluindo a Menora e a Shulchan, só se tornam sagrados depois de serem ungidos. A santidade exige a mão do Homem. Isso é incrível. O Homem é parceiro de De’s na criação de santidade.

Até chegarmos ao Shabat. A santidade do Shabat não requer a ação do Homem; requer a inação do Homem. O Mishkan é santidade táctil, santidade material. Santidade terrena. A santidade terrena é criada pelo Homem. O Shabat é santidade de ser, não material. A santidade do Shabat requer inação, retirada. Ser. Sem criar. A santidade é uma dualidade: ação e inação, criação e retirada, parceria com De’s na criação e deixar para O Bendito no Shabat.

2ª aliá (31:18-33:11) Enquanto Moshe está na montanha a receber as luchot, o povo em baixo está a fazer um bezerro de ouro. De’s diz a Moshe que o seu povo fez um bezerro de ouro. Quer destruí-los e começar de novo com Moshe. Moshe implora em nome deles. De’s cede. Moshe desce com tábuas escritas por De’s. Quando vê o bezerro de ouro, parte as tábuas. Moshe confronta Aharon. Aharon explica o que aconteceu. A mando de Moshe, os Leviim castigam os 3.000 culpados. Moshe sobe à montanha. Admite o pecado do povo, pedindo perdão. E senão, retira-me do livro. De’s contrapõe que aqueles que pecarem serão os que vão ser apagados. Agora, vai, liderado pelo meu anjo, e leva o povo para a terra. Porque não estarei no teu meio, para que não sejas destruído. O povo está perturbado. Moshe retirou a tenda de reunião para fora do acampamento, pois é lá que De’s falará com ele agora. Uma nuvem descia quando De’s falava com Moshe. O povo via-a e curvava-se. De’s falava com Moshe cara a cara, como as pessoas o fazem.

O tema principal desta história tão rica e complexa é o tema do perdão. A Torá tem sido a história da aproximação de De’s ao Homem. Culminou com a revelação íntima no Sinai. O Mishkan deve ser um ponto de contacto duradouro entre o Homem e De’s. Depois de toda essa aproximação de De’s para com o Homem, vem o pecado da infidelidade. Mas esta história não é a história do pecado, mas sim a história da aproximação de De’s ao Homem, apesar do pecado do Homem.

É dito muito pouco sobre o pecado, mas muitos versículos descrevem o perdão. A história envolve pecado, mas a sua mensagem é de perdão. É a história do amor que perdura depois do pecado. O povo não é destruído. A jornada para a Terra de Israel continua. De’s continua a falar com Moshe.

Vão acontecer pecados, até mesmo idolatria, mas Ele não desiste do Homem.

3ª aliá (33:12-16) Moshe desafia De’s: Se encontrei favor nos Teus olhos, faz-me conhecer os Teus caminhos. Assim posso agir corretamente, pois afinal de contas, este é o Teu povo. De’s diz: Vou guiar-te. Moshe pede: Não nos faças sair daqui, a não ser que o Teu Rosto vá connosco.

Esta é a interação mais rica entre De’s e Moshe que pudemos ouvir. Moshe quer saber os caminhos de De’s. Ele quer intimidade, não distância. E não está sozinho nisso. Agora é o Homem a procurar De’s. Como vamos compreender esta interação Divino-humana? Porque Estás aqui e não Estás. Moshe procura proximidade. De’s refuta. Moshe pressiona. Queremos o Teu Rosto.

4ª aliá (33:17-23) De’s: Farei o que disseste. Moshe: Mostra-me o teu kavod, a tua glória. De’s: Passarei diante de ti, chamarei o Meu Nome diante de ti, mostrarei misericórdia a quem escolher mostrar misericórdia. Não podes ver o Meu Rosto e sobreviver. Fica na fenda da rocha; passarei à tua frente. Verás as Minhas costas, mas o Meu Rosto não verás.

De’s concorda com a exigência de proximidade de Moshe. Até certo ponto. Moshe continua. Não só o Teu Rosto. Quem És? Quero a Tua plenitude, a Tua glória. De’s não recua. Revelarei, mas com limites: terás que te contentar com vislumbres por trás. Este diálogo é o que todos sentimos no desafio deste mundo. Vemos, mas não vemos. Apercebemo-nos, mas por trás. Queremos atingir o ponto máximo, mas vamos ter que viver sem isso.

5ª aliá (34:1-9) De’s instrui Moshe a fazer um segundo conjunto de tábuas. Moshe sobe a montanha sozinho. De’s desce numa nuvem e invoca: De’s, De’s Misericordioso… os 13 atributos de misericórdia. Moshe prostra-se. E diz: Por favor, Fica entre nós, e embora o povo seja obstinado, Perdoa os seus pecados.

Quando De’s desce e «ele» diz «De’s é Misericordioso» – Quem é o «ele»? É De’s a descrever-Se a Ele próprio como Misericordioso ou é Moshe a chamar «Ó, Misericordioso?» É De’s a chamar ou Moshe a chamar? É Moshe a pedir misericórdia a De’s? O Talmude diz que é De’s a falar. Ele ensina a Moshe os 13 atributos de misericórdia. Embora isso pareça estranho (Ele está a chamar o Seu próprio nome), Ele disse a Moshe na aliá anterior que ia fazer isso. Versículo 33:19: Passarei diante de ti e chamarei o nome de De’s perante ti. De’s ensina ao Homem como ganhar novamente o Seu favor depois de pecar. Isso também é um sinal do Seu amor por nós.

6ª aliá (34:10-26) De’s respondeu: Estou a fazer um pacto. Verás sinais e maravilhas, o trabalho de De’s, que é incrível. Faz o que Eu mandar. Não faças alianças com os povos da terra, pois isso vai levar-te a adorar ídolos e a casar com pessoas desses povos. Celebra as nossas festas, o nosso Shabbat, as nossas leis no nosso Templo.

A marcha para a terra de Israel continua. Como quem diz: bom, voltemos ao que estávamos a fazer. Estávamos a ir para a terra. O pecado? Esse bezerro de ouro foi realmente um pecado muito mau, um pecado nacional dececionante. Mas vamos continuar o que estávamos a fazer, a marcha para a terra. Foi um perdão completo.

7ª aliá (34:27-35) Moshe esteve na montanha 40 dias, escrevendo o segundo conjunto dos Dez Mandamentos. Ao descer com as tábuas, o seu rosto brilhava. O povo tinha medo dele. Moshe instruiu-os em tudo o que De’s falou com ele na montanha. Moshe cobria a cara quando estava com o povo, descobrindo-a quando De’s falava com ele.

Esta intensa parashá termina com uma imagem ainda mais sublime. O encontro de Moshe com De’s torna-se evidente no seu rosto. A proximidade com o Divino não deixa ninguém inalterado.

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Rav Reuven Tradburks é o Diretor do Machon Milton, o curso de preparação para a conversão em inglês, uma parceria do Rabbinical Council of America (RCA) e da Shavei Israel. Rav Tradburks também é Diretor Regional para Israel da RCA. Antes da sua aliá, Rav Tradburks trabalhou durante 10 anos como Diretor do Tribunal de Conversão do Vaad Harabonim de Toronto, e foi rabino comunitário em Toronto e nos Estados Unidos.

O património cultural dos judeus de Itália

O património cultural dos judeus de Itália

O Centro Ma’ani da Shavei Israel teve o prazer de apresentar uma conferência sobre o Património Cultural dos Judeus de Itália, dada pela nossa querida Rabbanit Renana Birenbaum.

Os judeus de Itália formam uma das comunidades judaicas mais antigas, e recentemente,  o Centro Maani da Shavei Israel organizou uma fabulosa palestra sobre essa comunidade, dada pela nossa querida Rabbanit Renana Birenbaum.

A Rabbanit Renana contou histórias muito interessantes das suas próprias experiências como rabbanit em Turim. Também falou sobre os judeus de São Nicandro.

Um belo costume na Itália é ter um tecido com um verso da Torá, onde são bordados os nomes das crianças no seu brit milah,  que é guardado por muitas gerações, e envolvem cada bebé nele no seu brit milah. Posteriormente, quando a criança tem o seu bar mitzvah, o rolo da Torá também é embrulhado neste tecido. Então, quando a criança é chamada à Torá, sente-se como se todas as gerações anteriores o estivessem a abraçar. A família da Rabbanit Renana decidiu também adotar este belo costume.

A comunidade judaica de Itália é uma das comunidades judaicas mais antigas do mundo, que remonta aos dias da destruição do Segundo Templo, no período romano pré-cristão, há mais de 2.000 anos. Ao contrário, por exemplo, das comunidades judaicas da América, que têm, em média, apenas 100 anos.

Curiosamente, os judeus italianos não são Ashkenazi ou Sephardi, mas sim “judeus italianos” – a sua própria categoria única.

Parashá da Semana – Tetzaveh

Parashá da Semana – Tetzaveh

Por: Rav Reuven Tradburks

São dados os mandamentos relativos ao vestuário especial do Cohen Gadol, bem como o vestuário para os outros Cohanim. Os Cohanim e o altar são instaurados numa cerimónia de 7 dias. São dados os mandamentos da oferenda diária e do altar para o incenso.

Nos versos que descrevem o vestuário dos Cohen vou indicar a negrito quais são as peças do Cohen Gadol e quais são as do resto dos Cohanim.

1ª aliá (Êxodo 27:20-28:12) A Menorah deve ser iluminada todas as noites. Toma a Aharon e aos seus filhos para Me servirem. Faz-lhes vestes sagradas para honra e glória. Cohen Gadol, Vestuário 1: Faz o Efod. É tecido de techelet, roxo e vermelho. É uma saia com alças. Uma jóia ornamentada com os nomes de 6 tribos é presa a cada uma das alças. Aharon leva os nomes do povo judeu como lembrança perante De’s.

Existem 2 conjuntos diferentes de peças de vestuário para os Cohanim. Os Cohanim normais vestem 4 peças de roupa de linho branco. O Cohen Gadol veste estas 4 peças de roupa de linho branco, bem como mais 4 peças adicionais coloridas e douradas, sobre as peças brancas.

A Torá começa com as vestes mais elaboradas do Cohen Gadol. Mas esta não é a ordem em que ele as vestiria de manhã. Seria como vestir o sobretudo, depois a camisa, depois a camisa interior. Não vai resultar.

Mas isto é paralelo à descrição do Mishkan. Começámos com o Aron porque esse é o coração do edifício, embora, quando construído, o edifício fosse construído primeiro. Também aqui, as peças de vestuário dos Cohen Gadol são as mais dramáticas, por isso, mesmo que sejam as últimas, são descritas em primeiro lugar.

Estas são cores da realeza; as mesmas cores que as belas cortinas do Mishkan. Estará o Cohen vestido de forma majestosa por causa de perante Quem ele se aproxima? Tal como nós nos vestiríamos no nosso melhor para uma audiência com o Rei. Ou está De’s a ordenar-nos segundo o que Elepensa de nós, como se dissesse “Sois reis aos Meus olhos, portanto vesti-vos em conformidade”. O Cohen Gadol representa o povo judeu, um povo majestoso aos Seus olhos.

2ª aliá (28:13-30) Cohen Gadol, Vestuário 2: Faz o Choshen Mishpat. Quatro fileiras de 3 pedras preciosas diferentes, cada uma com o nome de uma tribo de Israel, montadas sobre um fundo de tecido colorido. Ata este peitoral com correntes de ouro às alças dos ombros do Efod e à saia. Aharon levará os nomes do povo judeu sobre o coração quando entrar no lugar sagrado. Como uma lembrança constante perante De’s. E coloca nesta placa de peito os Urim e tumim.

Os nomes das 12 tribos estão inscritos duas vezes. 1) 6 nomes numa joia, 6 noutra, montados nas alças dos ombros do Efod. 2) Individualmente, em cada pedra da placa de peito. Nos ombros e no coração. O Cohen Gadol, como representante de todo o povo judeu, expressa a nossa abordagem a De’s. Levamos sobre os ombros a nossa responsabilidade; amamos com todo o coração.

3ª aliá (28:31-43) Cohen Gadol, Vestuário 3: Faz o Me’il, um manto completamente de cor techelet, com uma abertura para a cabeça. Na bainha inferior, coloca alternadamente romãs de lã colorida e campainhas douradas. Assim, a entrada e a saída de Aharon perante De’s serão ouvidas. Cohen Gadol, Vestuário 4: Faz o Tzitz, uma placa de ouro para a cabeça com as palavras «Consagrado a De’s» gravadas nela. Fixa-a ao turbante para que fique na testa. Através dela, Aharon levará os pecados cometidos no serviço sagrado e assim o povo judeu ganhará favor perante De’s. Todos os Cohanim, 4 peças de vestuário: O Cohen Gadol e todos os Cohanim durante o serviço usam 4 peças de vestuário. 3 destas são de linho branco: 1. calças, 2. robe (ketonet) e 3. turbantepara a cabeça. A 4ª é um cinto de lã colorida. Os Cohanim usam estas vestes durante o serviço; o Cohen Gadol usa apenas estas 4 quando entra no Santo dos Santos. E usa estas estas 4 peças e mais as 4 peças coloridas e de ouro, num total de 8, durante o resto do ano.

Os Cohanim comuns usam roupas de linho branco. Isto contrasta fortemente com o Cohen Gadol. Ele está todo enfeitado; eles estão vestidos de modo visivelmente simples. Precisamos de nos aproximar de De’s em majestade, temperada com humildade. O Homem precisa de ser majestoso e, ao mesmo tempo, humilde. Majestoso, mas simples. Como diz o famoso mussar: levar num bolso, «o mundo foi criado para mim», e no outro «Sou pó e cinzas».

4ª aliá (29:1-18) A inauguração dos Cohanim: Para santificar os Cohanim, recebe ofertas de todos os tipos que serão oferecidos no Mikdash. Veste Aharon com as suas vestimentas especiais. Unta-o com óleo. Veste os Cohanim com as suas vestes especiais. Traz as várias ofertas diferentes ao altar – para um aroma agradável perante De’s.

O nome de Moshe não aparece nesta Parsha, embora ele esteja a fazer grande parte da ação. Foi-lhe dito para comandar a iluminação da menorah no início da parsha, e a colocação das vestimentas do Cohen. E aqui, veste Aharon com as suas vestes, ungindo-o assim no seu novo papel. O nome de Moshe está ausente, mas ele está bastante ativo.

Moshe é o epítome da humildade. Na parsha em que o seu irmão assume um papel único e especial no povo judeu, Moshe está completamente ausente. Bem, na verdade não; ele na verdade está bastante ativo; é o seu nome que está ausente. Ele senta-se no banco de trás, investe o irmão com grandeza, não roubando o seu momento nem mesmo com a menção do seu próprio nome.

5ª aliá (29:19-37) Aharon e os Cohanim são investidos através da oferta de um carneiro, com sangue da oferta colocado sobre eles e sobre as suas vestes. São trazidas as oferendas da cerimónia. Um futuro Cohen Gadol, que substituirá Aharon, usará estas vestes especiais durante 7 dias como sua instauração. Eles também vão repetir esta oferta de um carneiro. Aharon e os seus filhos repetem esta cerimónia todos os dias, durante 7 dias. O altar também é inaugurado durante 7 dias.

Aharon e os Cohanim são investidos numa cerimónia de 7 dias de ofertas. É uma longa cerimónia. Talvez seja assim para causar nos Cohanim a forte impressão de que, embora tenham uma posição única, incluindo o facto de receberem presentes e benefícios devido ao seu trabalho sagrado, eles são servos de De’s, e não senhores sobre o povo. O privilégio costuma subir rapidamente à cabeça das pessoas, trazendo arrogância e um sentimento de que tudo lhes é devido. Os Cohanim, como todos os funcionários públicos, precisam de estar atentos para se lembrarem de que eles servem De’s e o povo, e não o contrário. Por isso precisam de uma cerimónia longa do serviço a De’s, para estarem bem cientes das suas posições como servos dEle e não de senhores sobre o povo.

6ª aliá (29:38-46) 2 ofertas devem ser trazidas como oferta diária, uma de manhã e outra à tarde. Uma ovelha com farinha e azeite, e com vinho. É trazido para o Ohel Moed, o lugar onde Me encontro com o povo judeu. Santifiquei este lugar, assim como os Cohanim. Habitarei entre o povo judeu e serei o seu De’s. E saberão que sou De’s, que os tirei do Egito para viver entre eles.

A oferenda diária permanente é levada duas vezes por dia especificamente à Ohel Moed, o local onde De’s declara que vai habitar entre o povo. A aproximação da Mão de De’s em direção ao Homem é correspondida pelas oferendas que o Homem Lhe apresenta. Mas não somos só nós a procurarmos aproximar-nos dEle através das nossas oferendas; Ele disse-nos para levarmos as oferendas especificamente ao lugar onde Ele habita no meio de nós. É uma aproximação mútua: Ele para nós; nós para Ele.

7ª aliá (30:1-10) Faz um altar para incenso, de madeira, coberto de ouro, 1 cúbito quadrado. Coloca-o em frente à cortina atrás da qual está o Aron, o lugar onde Me encontrarei contigo. Oferece incenso duas vezes por dia: de manhã, à hora da limpeza da Menorah, e à tarde, à hora do acendimento da menorah. Este altar destina-se exclusivamente ao incenso prescrito, não às ofertas de farinha ou vinho.

O altar do incenso está totalmente fora do lugar aqui. Tivemos todas as instruções para os utensílios do Mishkan na semana passada: o Aron, a Menorah, a Mesa, o altar para oferendas. O que há de único no incenso, para o seu altar vir depois de todas as outras instruções?

Agora é uma especulação minha: O incenso produz fumo [fumaça]. No Monte Sinai, quando De’s desce para falar com o Homem, quando a Sua presença é indicada, é através de uma nuvem. Talvez esse seja o papel do incenso: produzir uma coluna de fumo para indicar a Sua presença. E aparece no fim de todo este processo porque é sua culminação. O Mishkan é um lugar para a Sua presença. A culminação do Mishkan é a Sua presença. E por isso o mandamento final é queimar incenso, para produzir uma nuvem, indicativa da Sua presença.

Folhetos de oração especiais para os Bnei Menashe

Folhetos de oração especiais para os Bnei Menashe

Um dos grandes projetos em que Shavei Israel está constantemente envolvida é escrever, publicar e fornecer os livros e literatura necessários para as várias comunidades com as quais trabalhamos. Esses livros incluem livros de oração, livros de hebraico, estudos bíblicos e outros. É uma enorme quantidade de trabalho, que engloba pesquisa, tradução, transliteração, instruções, tradições e, claro, todo o trabalho necessário para a publicação e distribuição. Mas é um trabalho de amor, muito importante para nós e para as comunidades.

Embora muitos dos nossos projetos de livros sejam grandes projetos, como livros de oração e livros da Bíblia, por vezes os nossos projetos são mais pequenos, mas igualmente importantes, como os nossos livros ‘Birkot Hashachar e Kriyat Shema’, para os Bnei Menashe.

Estes livros  de tamanho maior, que são mais adequados para as crianças, têm as orações hebraicas soletradas foneticamente nas línguas Bnei Menashe Kuki e Mizo. Uma versão mais antiga (foto abaixo) tinha só a oração ‘Shema’ da hora de dormir, mas este livro expandido agora também tem as orações matinais.

Através de constante perseverança, muitos Bnei Menashe aprenderam a ler e escrever hebraico e agora estão prontos para ir mais além da oração transliterada. Pediram-nos para prepararmos vários livros para eles com Kuki e Mizo de um lado e o texto hebraico completo do outro, juntamente com comentários em ambos os idiomas locais.

Este novo livrinho de oração já está pronto. Com a ajuda de um generoso donativo e do nosso próprio financiamento, 600 cópias do novo livrinho de oração saíram recentemente das tipografias: 300 cópias em Israel e também 300 cópias em Mizoram, na Índia. As traduções são na língua Mizo.

Além disso, fornecer aos Bnei Menashe as competências para orar em hebraico é muito importante agora. A fluência em hebraico é, sem dúvida, o passo mais importante para uma aliyah agradável.

Você pode patrocinar um ou mais destes livros especiais. Por apenas US$ 5,00 (cinco dólares)  você pode garantir que um deles seja entregue a um destinatário na Índia, que está ansioso por recebe-lo. Com o seu apoio, as orações do Bnei Menashe subirão cada vez mais alto – num hebraico seguro e confiante.