Que vida ocupada! Que rotina intensa! Acredito que venho querendo escrever este artigo desde Pessach.
Há seis meses, estive, sem sucesso, buscando um momento para escrever essas linhas. Mas como o assunto é teshuvá (retorno), e tudo está completamente planejado por D’s, que melhor momento para compartilhar minha história com vocês do que Aseret Iemei Teshuvá (os dez dias de reflexão e retorno entre Rosh Hashaná e Yom Kipur)?
Se alguém lhes dissesse que existe a oportunidade de conhecer a D’s, em uma oportunidade única, com um tempo exclusivo e limitado, não correriam ao seu encontro?
Então prepare-se para a maratona pois, este momento chegou: D’us está aqui entre nós. Sim, isso mesmo, aqui na Terra, totalmente disponível para quem quiser abordá-Lo, conectar-se com Ele e se comunicar.
Como disse o profeta Yeshayahu: “Peça a Hashem quando ele estiver aqui, chame-o quando estiver perto” (55: 6). E a que momento o profeta se refere?
Aos dez dias de teshuvá!
O midrash relata que quando D’us criou o mundo, ele queria viver perto de nós. Mas o pecado do primeiro homem o levou ao “primeiro céu” (conceito cabalístico), o pecado de Caim para o “segundo céu”, e assim, gradativamente, com a geração de Enosh, a geração do dilúvio, etc., até finalmente se estabelecer no “sétimo céu”.
Embora eu não tenha intenção de aprofundar-me nesses conceitos cabalísticos elevados, certamente podemos entender que a razão pela qual é difícil conectar-nos com o Divino, sentir a proximidade do Criador e nos encher de temor e amor a D’us é precisamente porque nos sentimos distantes e abstratos.
No entanto, existe uma época do ano em que temos a oportunidade de conseguir essa conexão, desejar de coração sentir-lo próximo e conectar-se com a nossa alma que, original do Trono Divino, possui uma centelha da Divindade que, silenciosamente grita por seu Pai celestial.
Eu acredito profundamente na alma, na espiritualidade da pessoa que procura a verdade, e no despertar desta que pode ser a qualquer momento da vida.
No meu caso, costumo dizer que minha alma reivindicou a verdade quando eu tinha quatro anos. Quando voltava do jardim de infância, perguntei aos meus pais por que eles me enviaram para uma escola judaica se nós nem fazíamos o seder de Pessach em casa.
Sem saber e instintivamente, a alma de uma menina reivindicou sua tradição, seu Criador, seu povo.
Este último Pesach, quando liguei para minha mãe para lhe desejar-lhe Chag Sameach, ela me lembrou da história e pensamos em uníssono, “quanto tempo já passou”?
Exatamente 30 anos! 30 anos de teshuvá!
Texto muito simples e bonito! Só não compreendi porque se sabia que era judia pois os pais a enviaram a uma escola judaica, porque teve que fazer retorno?